Stardust Crusaders é a terceira parte da saga JoJo’s Bizarre Adventure. Tal como as anteriores, é produzida pela David Production e baseada nas obras de Hirohiko Araki. Foi inicialmente publicada em 2014, dois anos depois de Battle Tendency e não deixa de surpreender com evoluções a nível estético e, principalmente, de enredo.
Antes de mais, spoilers para quem não viu as duas primeiras partes da saga. Afinal, esta é a segunda sequela e seria difícil falar dela sem mencionar o que está para trás.
Abaixo deixo-vos o trailer dobrado em inglês.
O vampiro Dio, que vimos pela última vez no final de Phantom Blood, volta a aparecer no mundo dos vivos e ficamos a saber que sobreviveu roubando o corpo do protagonista dessa história e escondendo-se dentro de um baú durante cerca de um século. Para que não haja dúvidas, quando digo “roubou o corpo”, quero dizer “pegou na sua própria cabeça e colocou-a no sítio onde estava a do outro”. Enfim, são coisas que acontecem. Isso significa que o herói de Phantom Blood acabou por perder a batalha, mas não a guerra. Afinal, a sua linhagem sobreviveu, como vimos o seu neto, Joseph Joestar, em Battle Tendency.
A acção desta aventura decorre em 1987, quatro anos após o regresso de Dio, e segue Jotaro Kujo, o “JoJo” desta história. Ele é um jovem japonês com apenas 17 anos e ainda em idade de escola, mas com um físico que faria um wrestler parecer um menino. Ele tem o coração no sítio certo, mas normalmente esconde-o por baixo de um semblante fechado e misterioso, bem como por baixo de um chapéu que parece estar fundido com o cabelo.
Jotaro não é fã de se meter em grandes balburdias, mas quando um agora grisalho Joseph, que ficamos a saber ser seu avô, lhe traz notícias do vilão, não tem outra opção. No fim de contas, esse regresso traz consequências inesperadas na vida de muitos indivíduos, em particular nos descendentes da família Joestar, que de repente despertaram novas habilidades. Convenientemente, esse despertar deixou a mãe de Jotaro numa espécie de coma e, para a salvar, ele tem que se juntar ao seu avô e viajar até ao Egipto com o objectivo de limpar o mundo da existência de Dio antes que seja tarde demais.

Aqui surge a grande novidade de Stardust Crusaders que viria a mudar o rumo da franquia. Nas partes anteriores do anime, os poderes das personagens eram resultado de treino na arte marcial Hamon. Já aqui, são manifestações das energias vitais dos seus utilizadores, chamadas “Stands”. Estes Stands têm regras. Por exemplo, apenas utilizadores de Stands conseguem ver outros Stands. Outro exemplo, tudo o que acontece ao Stand, acontece também ao seu utilizador. Esta mudança e estas novas regras no que toca ao lado sobrenatural da série fazem com que os confrontos daqui para a frente sejam mais interessantes, porque cada personagem tem um conjunto de habilidades diferentes que a tornam mais única.
Ao longo dos 24 episódios, vemos o progresso da aventura de JoJo e companhia, à medida que fazem a sua jornada desde o Japão até ao Egipto, encontrando obstáculos e inimigos, conhecendo culturas diferentes e introduzindo novos aliados que se juntam à trupe na luta contra o Dio. No meio de tantos episódios, alguns têm um saborzinho a filler, como se tivessem sido criados para encher chouriços, mas tipicamente têm algum tipo de consequência no resto da história.
Enquanto as duas primeiras partes davam protagonismo a uma ou duas personagens, desta vez temos pela primeira vez uma espécie de equipa. Esta mudança no conceito da série viria a ser seguida pelas temporadas seguintes. O aumento do número de episódios garantiu que apesar do Jotaro ser a personagem principal, as personagens que o acompanham são devidamente exploradas e até se tornam favoritas dos fãs e pilares neste universo.
Como seria de esperar a série conta com uma colecção de poses impossíveis e momentos tão unicamente estranhos que viriam a tornar-se memes. Ainda assim, apesar de parecer orientada para o público juvenil, Stardust Crusaders tem qualidades que a tornam pouco aconselhável para crianças.
Por fim, sendo a terceira geração de JoJos e havendo claras fronteiras entre as histórias, uma pergunta pertinente seria: Temos que ver as partes anteriores ou podemos começar aqui? A verdade é que Stardust Crusaders foi o meu ponto de entrada no universo JoJo, mas depois de ver as anteriores a minha opinião é que não devem saltar de todo Battle Tendency. Já Phantom Blood é outra história. Por um lado, tem uma velocidade e um estilo menos alinhados com o resto da saga e é bem capaz de vos afastar antes de chegarem ao centro sumarento. Por outro, conhecer a história de Dio e da família Joestar gera emoções completamente diferentes ao ver Stardust Crusaders. Fica a vosso critério, mas o meu “eu” perfeccionista diria para assistirem a tudo e por ordem. Se não suportarem mesmo, saltem apenas o Phantom Blood.
Redes Sociais