Pokémon tem sido um fenómeno mundial desde que os jogos Pokémon Red, Pokémon Blue e Pokémon Yellow saíram no Japão em 1996. Espalharam pelo resto do mundo em 1998, juntamente com a série, tanto que o mais conhecido dos pequenos monstros, Pikachu, tornou-se uma das imagens de marca do Japão.
Quer tenhamos seguido a série em criança, sigamos a série agora ou simplesmente tenhamos um conhecimento básico da cultura pop, qualquer Millenial e Geração Z conhece os clássicos Pokémons e personagens como Ash, Pikachu, Jesse, James e Meowth.
Mas, apesar de todo o sucesso da franquia e do crescente interesse pelos videojogos Pokémon, há uns anos que o interesse da comunidade pelo anime tem vindo a decrescer e apenas os fãs mais ávidos o continuavam a seguir.
Talvez fosse porque a história se estava a tornar repetitiva com Ash sempre a perseguir crachás, a cometer os mesmos erros de sempre, a não evoluir Pokémons e a não apanhar os lendários (que de qualquer maneira pareciam reservados para apenas aparecer nos filmes, cuja continuidade é muito questionável). Os personagens secundários, por mais que continuassem a mudar entre temporadas não estavam a ser marcantes ou até porque Ash simplesmente parecia incapaz de ganhar uma Liga, até sendo derrotado na final da Liga Kalos, com uma super-equipa composta pelo seu sempre companheiro Pikachu, Noivern, Talonflame, Hawlucha, Goodra e um super Overpowered Greninja.
Podemos apontar muitas razões porque o anime estava a perder a maioria dos seus seguidores, mas foi então que a The PokémonCompany e a Team Kato tomaram uma decisão! Era tempo de mudar o formato do anime para atrair novos fãs.
Estas alterações notaram-se logo na série anterior, que se passou em Alola, Pokémon: Sun and Moon (nomeada tal como os jogos) com um estilo de animação completamente diferente, com Ash a ter a visita de antigos companheiros como Misty, Brock e muitos outros líderes de ginásio que conheceu nas suas aventuras. Para além disso, temos Ash a juntar temporariamente à sua equipa vários pokémons lendários e até a concluir a série com Ash a ganhar a sua primeira liga de sempre com uma equipa extraordinária com Pikachu, Rowlet, Incineroar, Lycanroc e Melmetal, em que cada dos membros com a suas próprias histórias e personalidades desenvolvidas durante a série.
Estas alterações geraram o interesse pretendido no anime e então, para a mais recente temporada Pokémon Journey: The Series, continuou-se no mesmo caminho de sucesso e as alterações continuaram E PARA MELHOR.
Ao contrário de temporadas anteriores, Ash e o seu novo companheiro Goh (já vou falar mais dele de seguida) não estão limitados a explorar apenas Galar. O par viaja por todas as regiões existentes no universo pokémon, voltando a encontrar muitos personagens já conhecidas. Esta grande alteração à estrutura da série dá um sentimento de continuidade nunca antes presente, que apela a uma população mais madura e que quer ver alguma lógica na história das suas séries. Para além disso, é sempre interessante e muito emocionante ver personagens que todos adoramos, como eles mudaram, o que têm andado a fazer e vê-los interagir com Ash e Go.
Esta constante exploração de várias regiões deve-se maioritariamente à introdução de Goh na história. Goh é um rapaz um pouco mais novo que Ash que também vem da cidade de Pallet, mas ao contrário da personagem principal, o seu objetivo não é ser um campeão de batalhas, mas sim, capturar um exemplar de cada Pokémon do mundo e especialmente encontrar Mew, um Pokémon que viu quando era mais novo e ficou fascinado desde então.
Um novo personagem com esta nova e refrescante visão do mundo veio trazer uma lufada de ar fresco à dinâmica da série e até ao próprio Ash, tirando de cima dele a pressão de apanhar os clássicos pokémons starter e deixa essa tarefa para Goh. Para além disso, não magoa em nada o facto de Goh ser um personagem tão interessante e relacionável que é considerado um personagem principal a par de Ash, e não apenas mais um companheiro de Ash.
Mas esta constante exploração do mundo não diminui em nada a relevância de Galar na nova série. Tal como nos jogos, Galar é baseada em Inglaterra e na sua cultura (especialmente na sua cultura medieval) e é uma das mais diversas e visualmente apelativas regiões no anime (talvez só comparada com Alola), tornando-se muito marcante quanto mais Ash e Goh viajam.
Voltando à nova equipa de Ash, o nosso companheiro Pikachu não podia faltar, ele apresenta neste momento a que é possivelmente a sua mais equilibrada, diversificada e forte equipa de sempre. Com um Dragonite (que evoluiu depois de Ash o conhecer como Dragonair), um Gengar (que tem uma das backstories mais interessantes de todos os pokémons de Ash), um Lucario (que Ash evoluiu desde um Ovo), um Farfetch de Galar (primeiro com um formato de região específico que Ash capturou) e um Dracvish (primeiro Pokémon fossil que Ash alguma vez teve). Esta é uma equipa com muito potencial para atingir o objetivo de Ash nesta série, que também é diferente do que era noutras.
Em Pokémon Journeys: The Series, Ash não anda a perseguir crachás, em vez disso, depois de aprender sobre o Campeonato do mundo de treinadores e de conhecer o atual campeão mundial, Leon, o seu novo objetivo é conseguir desafiar todos os treinadores e líderes de ginásio de maior ranking para subir na tabela classificativa e poder desafiar Leon pelo título.
Tudo isto, somado aos regressos de antigos personagens que adoramos (como Gary, Brock, Dawn e muitos outros); ao facto de finalmente termos presenças de pokémons lendários (como Mewtwo, Mew, Suicune, Eternatus, Zacian e Zamazenta) serem parte da continuidade do anime; à continuação da equipa Team Rocket, dos seus esquemas e tenacidade, mas desta vez com twists bastante interessantes; e uma excelente soundtrack, que culmina no excelente tema de entrada, Pokémon Journeys: The Series é definitivamente uma série a ver por qualquer fã (seja mais antigo ou mais recente) da franquia e que definitivamente vai trazer de volta mais seguidores para o fenómeno Pokémon.
Como é normal, os episódios saem com muitos meses de antecedência no Japão, mas em Portugal podem seguir a série em português no canal Biggs ou até mesmo na Netflix.
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