De jogos narrativos a desafiantes metroidvanias, passando por mundos sci-fi e sociedades cyberpunk, foram vários os indies que experimentei na Gamescom.
Esta lista traz 10 jogos para todos os gostos.
Tive a oportunidade de me sentar com um membro da equipa de Selfloss e jogar a demo deste jogo que traz uma aventura sensível numa terra de fantasia com inspiração na mitologia eslava. O ambiente à nossa volta era barulhento, com centenas de pessoas a experimentar novos jogos, mas, assim que entrei em Selfloss, fui logo absorvido pelo seu mundo mágico e tocante. Embora muito distinto, trouxe-me à memória Tunic e Bramble: The Mountain King ou mesmo Cocoon, indicadores bastante positivos. Este é mesmo para quem procura um ambiente emocionante, mas ao mesmo tempo relaxante, e com puzzles à mistura. E já está disponível!
Quem é que não gosta de um detetive sisudo num mundo cyberpunk decadente? Da vizinha Espanha, chega-nos Neon Blood, um jogo com uma arte muito própria que mistura fantasia pixel com muita luz neon. O ano é 2053 e a desigualdade crescente afasta cada vez mais Bright City e Blind City, até que o detetive Axel McCoin inicia uma investigação para mudar o mundo. A equipa de Neon Blood recebeu-nos para nos mostrar a demo mais recente e o seu entusiasmo à volta desta sua criação era palpável. Não é para menos, o mundo de Blind City, onde joguei esta demo, atrai-nos rapidamente e saí de lá com vontade de descobrir mais desta história de corrupção e poder.
Um apartamento, muitas histórias. The Berlin Apartment traz-nos uma viagem pela História da cidade ao longo de várias décadas. Dos anos 40, em plena Segunda Guerra Mundial, passando pelos anos 80 e a queda do muro de Berlim, este jogo narrativo tem tudo para nos emocionar. Joguei a demo na Indie Arena e devo dizer que foi dos jogos que mais me surpreendeu por lá. Curiosidade: vivo em Berlim. E posso garantir-vos que este jogo é muito fiel à cidade, trazendo referências culturais e históricas brilhantes. O nosso personagem, nos tempos atuais, é encarregado de renovar um velho apartamento em Berlim e é através de fotografias e objetos que vamos desvendando as vidas e memórias de todas as pessoas que por lá viveram ao longo dos anos. Preparem esses lenços…
Este título guarda uma memória muito especial desta última Gamescom. Vi o INAYAH: Life after Gods ainda antes de este ter sido anunciado ao público. Foi uma apresentação fechada e rodeada de algum secretismo, onde vim um dos devs jogar uma demo exclusiva, enquanto o próprio CEO do estúdio nos guiava e comentava sobre aquilo que íamos vendo. Fãs de plataformas 2D e anime? Este é para vocês. O desenho e arte traz algo que lembra alguns clássicos anime, bem como todo o ambiente dos cenários. INAYAH foi-me descrito como um jogo de luta pela sobrevivência. A sua narrativa, em que as tuas escolhas influenciam os variados finais, tem tudo para deixar os jogadores colados ao ecrã.
Joguei-o mesmo sem esperar. Tinha algum tempo livro e, numa passagem pela Indie Arena, o título e arte do poster chamaram-me à atenção. Parei para o experimentar e ainda bem que o fiz. Na azáfama da gigante feira de videojogos, Goodbye Seoul levou-me de imediato para um lugar calmo e misterioso. Esta é uma aventura de puzzle narrativa que destaca temos como a esperança, coragem e laços de amizade numa cidade em ruínas. O mundo se aproxima do seu fim, sobrando-lhe poucos meses de vida, e nós somos Rion, personagem à descoberta da verdade por detrás de um projeto secreto nas sombras abandonadas de Seoul. As suas vibes de sci-fi e intriga, aliadas aos puzzles, lembraram-me outros jogos como Planet of Lana e fizeram deste automaticamente um dos meus títulos mais esperados do próximo ano.
Assim que me sentei com a equipa de Spirit of the North 2 para jogar esta demo, a maior diferença que notei para o primeiro foi logo a forma de controlar a raposa. Esqueçam os saltos frustrantes do original. Aqui tudo é mais controlado, mais certeiro e melhor. Para além disso, se o primeiro jogo já trazia visuais incríveis, este vai ainda mais longe e, embora não tenha jogado com as definições de qualidade no máximo (o PC disponível não o permitia), fiquei impressionado com a beleza dos cenários. Quanto à narrativa, mistério total. Sabemos que desta vez temos um corvo como companheiro numa missão para recuperar os guardiões perdidos, bem à semelhança do anterior, mas tudo o resto estará ainda por revelar… tal como a sua data de lançamento, que eu já sei quando é, mas não vos posso dizer. Esperem só mais um bocadinho. Vai valer a pena.
Por esta não esperava. Não sou muito de visual novels, mas quando passei pelo stand de Fine Work e vi que este aliava romance a um jogo de ritmo, não resisti a jogar uma partida. Joguei mesmo uma secção em que tinha de controlar um género de agulha por linhas ao ritmo da música… e olhem que saí-me muito bem! Mas depois observei outras pessoas a jogar a mesma parte da demo e percebi que este será bem desafiante. Sendo um visual novel, podem contar com um grande elenco de personagens, incluindo 7 potenciais interesses amorosos e vários finais alternativos. Para além disso, Fine Work explora relações não tradicionais e apresenta personagens não convencionais e de género neutro neste seu mundo de fantasia científica.
À primeira vista, este não é para os que têm pouca paciência ou que se enervam com facilidade. Ou será? Posso garantir-vos que Constance é desafiador e muito bonito. Há muito que queria jogá-lo e foi com muita alegria que descobri a sua demo. Constance é um metroidvania em todos os sentidos possíveis e imaginários. Vocês sabem bem o que quero dizer: é difícil, muito difícil até, mas nunca frustrante. Na entrevista que fiz ao Edgar, o senior game designer neste projeto, foi-nos garantido que Constance não deixará os jogadores mais serenos de lado, explorando alternativas através das opções de acessibilidade. Desenhado à mão, este jogo transforma-nos numa artista que empunha um pincel e luta para escapar de um mundo interior colorido mas decadente, criado pela sua saúde mental em declínio. Já dá para sentir um pouco dos temas profundos que aqui iremos encontrar, não dá? Constance tem tudo para se tornar o próximo big indie hit e nós por cá o esperamos com muita vontade de o jogar.
E se pudesses alterar algumas decisões que tomaste ao longo da vida e ver os resultados disso com os teus próprios olhos? E… se pudesses jogá-lo? Vou direto ao ponto aqui: The Alters era dos jogos que mais queria experimentar e é, depois disso, um dos meus jogos mais esperados atualmente. O ambiente deste jogo é incrível, tão imersivo, e entrega uma narrativa entusiasmante que mistura ficção científica, sobrevivência e elementos de construção de bases. Somos Jan Dolski, um simples trabalhador que cria versões alternativas de si mesmo numa tentativa desesperada de escapar de um planeta onde até os raios de sol podem ser mortais. A demo que joguei no Indie Corner no stand da Xbox foi curtinha e deixou-me à espera de mais.
Mais uma aventura metroidvania cheia de ação. Num mundo cheio de metroidvanias, em que cada vez mais é difícil um jogo distinguir-se no género, Marko: Beyond Brave chamou-me à atenção pela sua arte de florestas luxuriantes e castelos em ruínas, que lembram os tempos medievais (tem inspiração eslava também). A minha experiência com a demo começou até bastante acessível, não lhe notei logo a dificuldade, mas não demorou muito até encontrar o primeiro grande desafio. Ideal para fãs de soulsborne e para aqueles que continuam à espera de um tal Hollow Knight…
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