Na passada Sexta-Feira, dia 19 de Fevereiro, a primeira edição da BlizzConline (a versão online da anual BlizzCon, que costuma acontecer nos estúdios da Blizzard na Califórnia) apresentou-nos várias excitantes notícias sobre diferentes jogos. Uma nova história para World of Warcraft; Diablo IV e o remake de Diablo II; tal como novas mecânicas para Hearthstone. Mas como já perceberam do título deste artigo, o jogo do qual vou falar é de Overwatch 2.

Sou um fã da franquia de Overwatch desde 2018, quando dei os primeiros passos neste FPS futurista imaginado pela Blizzard. Desde logo as mecânicas de jogo, a arte, as personagens e, vou admitir, o facto de não precisar que seja um excelente jogador para conseguir divertir-me enquanto ganho jogos, foram os vários aspetos que me atraíram.

Mas, como qualquer outro jogador de Overwatch te poderá dizer, o jogo tem vindo a decair de qualidade ano atrás de ano. Uma completa incapacidade de equilibrar a jogabilidade e os personagens por parte dos developers; a lentidão com que novos modos de jogo e personagens saem (comparativamente com outros jogos do mesmo estilo) e  a falta de história têm ajudado para que cada vez mais gente esteja a abandonar este videojo e a trocar por mais recentes e excitantes competidores como Apex Legends e Valorant.

Tudo isto a culminar em 2019 quando Overwatch 2 foi anunciado (com um excelente e apaixonante trailer) e, juntamente com esse anúncio, as notícias que novo conteúdo (sejam mapas, heróis, ou as missões de Archives – que eram o ponto alto do jogo para muitos fãs) seria quase nulo. Sim, novas skins continuam a aparecer em todos os eventos, tal como pequenas variações dos modos de tempo limitado, mas o conteúdo que atrai mesmo os jogadores a continuar a regressar a Overwatch está morto visto que, para além de Kanezaka (Novo Mapa par ao modo DeathMatch) que saiu há uns meses e a Echo (Última heroína que saiu a 14 de Abril de 2020) mais nada foi colocado no jogo.

Foi assim que depois de me apaixonar por Overwatch, cada vez menos tenho menos paciência e interesse em voltar ao jogo. Fui ver as notícias de Overwatch 2 na Blizzonline com um GRANDE nível de cepticismo. Mas, felizmente para todos os fãs, as notícias e as imagens relevadas foram suficientes para todos termos esperança do que aí vem.

Novos Mapas

Na Showcase de Overwatch logo a primeira grande novidade mostrada foram 2 novos mapas nunca antes vistos ou discutidos: Roma e Nova York.

Com uma épica imagem do Coliseu, e uma apaixonante mistura entre arte clássica Europeia e o esteticismo mais moderno e tecnológico de Overwatch, Roma foi o meu preferido. Pela sua disposição e pelos pontos relevantes que mostraram parece-me ser um mapa para o novo modo Push, que vai ser introduzido em Overwatch 2 e foi apresentado na Blizzcon em 2019.

Mas o mapa de Nova York não lhe fica nada trás em termos de referências com bastantes pizarias, parques e uma visão bastante realista do que pode ser a futura Times Square com uma grande variedade de localidades mostrada e com a aparente extensão do mapa parece-me se rum mapa para o modo do modo payload ou Híbrido.

Tudo isto a acrescentar aos mapas que já tinhas conhecimento que iam fazer parte de Overwatch 2, como um mapa da India, que já fez uma aparição da short-story com Zennyatta e Symetra (possivelmente um Push Map), Mapa de Toronto (Garantido ser um Push Map), Mapa do Rio de Janeiro (Que também me parece ser um Push map), O mapa do Mónaco (que me parece ser um mapa de Controlo ou de Push) e o mapa de Gothenburg (Provavelmente um mapa de Payload) faz com que pelo menos tenhamos garantidos 7 novos mapas.

Infelizmente (ou não dependendo das preferências de cada um) Jeff kapplan deu a entender que o modo Assault pode desaparecer do jogo e isso deixa os seus 5 mapas ficar sem utilidade. Mas eu ainda tenho esperança que ainda possam ser usados nas novas Hero Missions.

Hero Missions

As anunciadas Hero Missions são algo completamente novo mesmo para o jogador mais fanático de Overwatch. Até os próprios developers estavam a ter dificuldade em explicar o que são. Segundo eles, “é algo tão novo que é quase impossível perceberem sem experimentaram”, mas o que nos foi mostrado já nos deu suficiente informação.

Aparentemente, Hero Missions são uma mistura de PVE com modo competitivo, numa óbvia tentativa de criar um modo que ambos os jogadores que gostam do modo competitivo e os que estão mais interessados na lore e no jogo casual possam jogar juntos.

Assim estas missões serão desafios especiais (como por exemplo, proteger um determinado ponto, carregar um objeto, caçar inimigos, impedir que uma bomba exploda, entre outros) que equipas de 4 jogadores vão ter de concluir para ganhar pontos competitivos, enquanto jogam contra inimigos controlados pelo PC/Inteligência Artificial, tal como fariam no evento Archives.

Não foi explicado como este sistema de pontos funcionaria, mas foram mostrados bastantes detalhes deste modo, incluindo vários inimigos e mapas onde vamos poder jogar. Os inimigos são algo que me deixaram bastante surpreendido, estando os developers a ter um imenso trabalho para garantir que todos as unidades inimigas (maioritariamente pertencentes ao Null Sector) sejam diferentes e tenham formas completamente distintas de serem eliminadas.

E diversidade é mesmo a palavra de ordem nestas missões, desde caminhos completamente distintos que se podem abrir em mapas que já conhecemos, seguindo progressões diferentes (mesmo jogando o mesmo mapa e a mesma missão várias vezes), desde condições de tempo (exemplo: tempestades de areia, nevões, chuva) e ciclo de dia e noite ou até diferentes tipos de inimigos a aparecerem no mesmo sítio entre missões de forma a que, tal como Jeff disse “os jogadores podem jogar uma noite inteira as missões e sentir que cada uma foi diferente”.

Para além disso, foi confirmado que será nestas missões que ganharemos os pontos de experiência para depois evoluir os nossos heróis, tendo cada um diferentes talentos e skill trees em Overwatch 2.

Talentos de Herói e Skill Trees

Como já tinha sido anunciado em 2019, em Overwatch 2, cada herói terá skill trees que irão desbloquear diferentes talentos há medida que o jogador for gastando a experiência ganha no jogo.

Mas, na BlizzConline, foi-nos mostrado ainda mais ao detalhe como isso funcionará. Há medida que se for jogando e ganhando Hero missions, vamos ganhando mais pontos de experiência que poderão ser gastos nos heróis e evoluí-los para podermos sentir que estamos a criar um herói único, que na verdade representa como cada um de nós o joga.

A ideia, segundo Jeff Kaplan, é que o jogador tenha acesso à Skill Tree completa desde o início do jogo para poder imediatamente começar a planear onde gastar os pontos para ter as habilidades que deseja. Não foi falado se haverá hipótese de fazer reset aos pontos e tentar outros talentos e habilidades deixados para trás. Isto permite que no final, quatro jogadores diferentes possam ter, por exemplo, 4 Tracers, cada uma com talentos diferentes, que é jogada de forma diferente e que será mais útil em certos tipos de missões e menos útil noutros.

Todos os fãs de Overwatch têm as suas personagens favoritas e todos nós temos uma ideia do que gostávamos de mudar para estas se tornarem um pouco mais ao nosso estilo e agora isso vai ser possível. Isto vai aumentar não só a ligação que cada um tem com os seus personagens favoritos mas ainda criar debates interessantes sobre quem tem a melhor build para cada um.

Mas atenção, estes talentos só estarão disponíveis nas Hero missions. Obviamente, no modo competitivo que temos agora, todos os heróis terão as habilidades limitadas às originais (até porque de outra forma seria impossível de equilibrar o jogo).

Modo História

Mas não só de competição e rivalidades se vai fazer Overwatch 2. Um dos grandes objetivos da Blizzard é tornar Overwatch 2 numa plataforma para contar as várias histórias que todos nós andamos há anos para ver. Todos nós adoramos os Archives que parecem ter sido uma pequena entrada para o prato principal que será este novo modo história.

Todos nós já vimos e até possivelmente já jogámos a missão no Rio de Janeiro, onde personagens como Lúcio, Mei, Reindhart e Tracer terão os personagens de foco enquanto tentavam salvar o Rio de Janeiro de um ataque por parte de um exército do Null Sector.

Durante as histórias, para além de ficarmos a conhecer mais do universo Overwatch, existem sempre interações interessantes entre os personagens, que nos ajudam a perceber mais sobre o seu passado e as suas relações, e isso será um ponto muito importante em Overwatch 2.

Segundo Jeff Kapplan, as histórias e as personagens vão mudar as suas falas e interações tanto dentro da missão como em missões futuras, consoante quem o jogador escolher usar na mesma. Por exemplo, se Mercy e Genji forem jogados em conjunto na primeira missão, na segunda missão estes terão interações um com o outro diferentes do que se apenas um deles tiver estado presente.

Para além disso, Jeff também nos deu uma pista de que escolhas de diálogo podem estar presentes no modo história, que irão todos começar e acabar com um momento cinematográfico. Podemos ver nos rascunhos que mostraram, para uma missão onde aparentemente Sombra e Widowmaker decidem atacar o templo de Zennyatta com um exército de Talon atrás deles e Genji aparece para o salvar.

Como um fã do evento de Archives, mal posso esperar por este modo história e para perceber até que ponto as personagens vão ser desenvolvidas.

Novos Heróis

Muito pouco se sabe sobre os novos heróis que vão ser colocados no jogo no momento que Overwatch 2 estiver disponível, mas não é exagero da minha parte dizer que isso é possivelmente o que mais especulação cria na comunidade. Tal como Jeff Kapplan diz: “A parte mais importante e de Overwatch são os heróis” e isso é visível na paixão da comunidade pelas mesmas.

Na BlizzConline, não houve novas informações sobre novos heróis, para além de termos tido um pequeno sneak peek às habilidades da já anunciada Sojourn.

Pelo que podemos ver, será obviamente uma heroína da classe DPS que tem como primeiro equipamento uma arma de fogo rápido (ao estilo de soldier 76) e como segunda arma uma Railgun, com um pequeno cooldown que irá certamente fazer estragos. Para além disso, conseguimos ver o símbolo das suas habilidades por anunciar. Uma que parece ser uma habilidade claramente relacionada com o movimento de Sojourn (representada com uma seta horizontal), talvez permitindo que esta deslize rapidamente como faz nos seus highlights já feitos públicos. Outra habilidade, poderá ser algo que parece um tipo de proteção temporária para si e para a sua equipa. Infelizmente, não temos qualquer imagem do seu possível ult.

Sojourn já é uma personagem que sabemos que vai ser adicionada ao jogo e parece que irá criar impacto nos já existentes personagens de DPS (tendo em conta as suas habilidades) desde 2019. Assim, o que agora mais cria suspense e tira horas de sono aos grandes fãs de Overwatch é: que outros personagens vão ser adicionados ao jogo e quais serão as suas habilidades?

Pessoalmente, eu acho que 5 novos personagens devem ser adicionados ao jogo e gostava que 2 fossem tanks e 2 fossem suporte (tendo em conta o baixo número de personagens nessas categorias), mas só o tempo dirá e obviamente, aBlizzard não nos irá mostrar nada relacionada com mais personagens até o lançamento de Overwatch 2 (ou muito próximo do mesmo).

Novos Designs e Mecânicas

Por fim, mas não menos importante, algo interessante a ter em atenção relativamente a Overwatch 2 são as pequenas alterações nos designs dos personagens e nas pequenas dinâmicas de jogo (como som das armas, movimento da câmara e UI).

A Blizzard reconhece que desde que Overwatch saiu em 2016, os FPS têm evoluído bastante e Overwatch tem de acompanhar a evolução ou arriscar desaparecer. Jeff e a sua equipa mostraram várias provas que têm trabalhado arduamente em pequenos detalhes que para nós podem parecer insignificantes falar deles, mas que eu acho que no final têm um grande impacto sobre a qualidade e imersão do jogo.

Detalhes como o som das armas ser diferente, consoante o ambiente em que o jogo se passa, o som das balas alterar-se conforme menos estiverem no carregador, para avisar o jogador que o mesmo está a acabar ou a câmara abanar de maneira diferente consoante a habilidade que está a ser usada, são detalhes que certamente vão fazer Overwatch 2 parecer uma evolução de Overwatch 1 (se assim o posso chamar).

Para além disso, em termos de lore, Overwatch 2 passa-se alguns anos depois de Overwatch e assim, os designers estão a trabalhar arduamente para alterar os designs dos personagens para representar a passagem do tempo e as histórias porque passaram. Os exemplos que já podemos ver são Tracer, Winston; Reindhart, Mercy e Brigitte (no trailer), Torbjorn e Bastion que já é possível ver em concept art e Mccree, Widowmaker, Phara e Reper, todos mostrados publicamente na Blizzconline.

Algumas das alterações são mais significativas que outras, mas no final todas demonstram o presente estado dos personagens na história e certamente irão criar muitos debates dentro da comunidade.

No final, são todas esta alterações, em conjunto com as possibilidades discutidas de modificar as habilidades de alguns personagens e criar habilidades passivas para cada classe, que me fazem ficar positivamente ansioso relativamente a Overwatch 2 e com uma esperança renovada com a Blizzard e o jogo, como já não tinha há bastante tempo.

Pelo que sabemos, infelizmente, o jogo não deverá sair antes de 2022.  Ainda falta algum tempo, mas se o produto final for um sucesso, a maioria da comunidade irá perdoar a Blizzard pelo tempo perdido e possivelmente uma nova geração de jogadores irá entrar na mesma.