Dylan Clark, produtor executivo da série The Penguin, falou sobre as origens deste projeto e como foi a sua evolução a partir do filme The Batman, de Matt Reeves. Nesta entrevista, Clark revelou que a ideia da série surgiu durante o desenvolvimento do argumento do próprio filme. O primeiro rascunho de Reeves estava repleto de detalhes ricos e personagens complexos, o que levou a equipa a “brincar” com a possibilidade de criar uma spin-off para a HBO. A ideia amadureceu até ao que vamos ver nesta série, criando a possibilidade de explorar mais profundamente personagens que apareciam brevemente no filme, como o Pinguim, também conhecido como Oz e interpretado por Colin Farrell.
Para Clark, o Pinguim aparece em apenas 6 ou 7 cenas do filme, mas a equipa sempre teve o desejo de aprofundar mais esta personagem, possivelmente na sequela do filme. Contudo, foi mesmo Reeves que sugeriu que esse arco narrativo funcionaria melhor como uma série, comparando-a à história de ascensão ao poder de Scarface. A proposta foi recebida com entusiasmo, especialmente porque Farrell expressou interesse em continuar a explorar a personagem de Oz num formato televisivo.
Foi Lauren Lefranc que entrou em cena para dar vida a este spin-off, esta escritora foi escolhida por Sarah Aubrey e Joeu Chavez. Lefranc desenvolveu uma proposta que incorporava os elementos discutidos pela equipa e manteve o tom sombrio estabelecido pelo filme. Para Clark era crucial que a série capturasse o espírito de um verdadeiro drama de gangsters, colocando o foco no desenvolvimento psicológico da personagem. A morte de Carmine Falcone e a destruição parcial de Gotham, causadas pelo Riddler, criaram o cenário perfeito para uma luta feroz pelo poder. Oz, sendo o oportunista ambicioso que os fãs tão bem conhecem, vê aqui a sua oportunidade para subir na hierarquia criminosa de Gotham.
Lefranc, assim como Reeves, focou-se na complexidade emocional de Oz, criando uma narrativa envolvente que explora o seu lado multifacetado e imprevisível. A série, composta por oito episódios, será, segundo Clark, uma viagem emocional, com a dose certa de violência e suspense que se espera de um drama de crime de alto nível, ao estilo da HBO.
Clark sublinha a importância de manter uma ligação forte entre o filme e a série, mas reconhece que o formato televisivo exigiu uma abordagem visual diferente. Embora Gotham continue a ser o pano de fundo, a série oferece uma oportunidade de explorar novas facetas da cidade que não foram vistas no filme. Enquanto Bruce Wayne (Batman) opera principalmente à noite, o Pinguim pode atuar durante o dia, permitindo mostrar diferentes ambientes de Gotham. O uso de Nova Iorque como cenário para representar Gotham também contribui para o visual cru e cinematográfico da série.
Para Clark, foi emocionante observar Colin Farrell a preparar-se para o papel de Oz. Reeves procurava um ator com a capacidade de equilibrar violência com momentos de humor, algo que Farrell já tinha demonstrado em filmes como “In Bruges”. A transformação física de Farrell através de próteses foi essencial para a construção da personagem, mas Clark enfatiza que, apesar das mudanças físicas, a alma de Colin continua presente nos olhos de Oz, trazendo uma profundidade única à sua performance.
Outro elemento importante da série é a introdução de Sofia Falcone, filha do chefe da máfia Carmine Falcone. Sofia é descrita como uma personagem complexa, forte e vulnerável ao mesmo tempo, devido ao facto de ser uma mulher a competir num mundo dominado por homens. A sua relação com Oz é marcada por uma dinâmica de competição, já que ambos ambicionam o poder que Carmine deixou em aberto após a sua morte.
Por fim, Clark fala sobre a forma como “The Penguin” se destaca de outras versões do personagem. Embora a equipa tenha feito questão de respeitar a essência do Pinguim que os fãs conhecem dos comics, optaram por uma abordagem mais realista e contemporânea, adaptando o personagem ao contexto mais sombrio e “gangsteresco” do universo criado por Reeves. Uma das mudanças mais notáveis foi no nome do personagem: Oz Cobb, em vez de Cobblepot, uma decisão tomada para tornar o nome mais plausível no mundo real.
Com esta série, os criadores esperam conseguir oferecer uma narrativa emocionante e aprofundada da evolução de Oz, que passou de gerente de um clube em The Batman para um dos criminosos com mais poder em Gotham.
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