No fim-de-semana passado tivemos a oportunidade de visitar o Famalicão Extreme Gaming, um festival onde os visitantes puderam experimentar alguns dos mais recentes videojogos. Mais que isso, o evento teve ainda a presença de alguns streamers, competições de Counter-Strike e até de cosplay.
Eram cerca das 9 da manhã quando chegámos ao local do evento. Faltava uma hora para abrir, mas já havia madrugadores à porta. Também à porta encontrámos veículos do Exército em exposição, uma carrinha de rastreio ocular e o Champimóvel, de que falarei mais tarde.
Conseguimos entrar um pouco mais cedo e preparar-nos para o que aí vinha enquanto os lojistas montavam as suas bancas e o staff recebia instruções. À hora da abertura, tudo estava pronto e a multidão começou a fluir.
O espaço abrangia dois armazéns, um dos qual dedicado quase exclusivamente a videojogos de futebol. Nesse espaço havia um palco dedicado a jogos um-contra-um, com bancadas e decoração a imitar o ambiente de um estádio. No entanto, para obter esse ambiente, havia altas divisórias que deixavam na sombra áreas mais pequenas dedicadas a Lego e a actividades desportivas. Estas, estando a um canto, facilmente passavam despercebidas aos menos atentos.
Naquele que considerávamos o pavilhão principal havia mais escolha. Aí tínhamos computadores e consolas da PlayStation e da Nintendo ladeadas pelas bancas dos artistas, a banca do Exército, a área de restauração, uma área de jogos de arcada e um palco dedicado a competições de Counter-Strike. Como havia menos divisórias, o espaço era mais aberto e iluminado e era mais fácil ter uma noção de todas as entidades presentes.
Como a maioria dos jogos eram em computadores ou consolas que ocupavam uma ou duas pessoas no máximo e se limitavam a videojogos de futebol, Fornite, League of Legends e pouco mais, notou-se uma falta de opções de entretenimento. Facilmente se formavam filas demoradas, o que tornaria este o evento ideal para quem gosta de ver outros jogar mais do que jogar por si. Claro que, sendo mesmo antes do Natal, a espera pode compensar para saber se vale a pena comprar determinado jogo ou não. Além disso, havia outras oportunidades mais raras. Podíamos experimentar escalada com o Exército e ver de perto ou mesmo pegar nas suas armas (de forma segura, claro); podíamos experimentar trotinetas e outros pequenos veículos elétricos; e não se pode deixar de mencionar o concurso de cosplay.
Sendo um evento relativamente pequeno, esta também foi uma boa altura para conhecer em pessoa alguns “influencers” portugueses, algo que pode ser quase impossível noutros eventos com mais aderência. Por fim, a Rádio Popular marcou presença com descontos decentes em periféricos gaming, como ratos, teclados, auscultadores, etc. E assim concluo a minha lista de razões para visitar o Famalicão Extreme Gaming, mas irei entrar em mais detalhe.
No primeiro dia do fim-de-semana, o cosplay esteve em baixa e vimos um máximo de quatro ou cinco cosplayers em todo o evento, incluindo um Homem-Aranha. Já o segundo dia foi marcado pelo concurso de cosplay, onde tanto indivíduos como grupos puderam fazer as suas apresentações e, aí sim, a presença destes artistas foi mais notável.
O concurso decorreu sem grandes problemas ou atrasos, algo particularmente notável quando comparado com outros eventos de maior envergadura, com maior planeamento e considerando que não houve nenhum ensaio.
Para ser sincero, fiquei surpreendido. O Famalicão Extreme Gaming não parecia particularmente ideal para acolher um concurso de cosplay, até porque tinha um palco pouco apropriado para uma actividade teatral desse género, com uma única entrada frontal ao centro e boa parte da área ocupada com computadores. No entanto, penso que esta seria uma actividade a apostar no futuro, visto que em todo o fim-de-semana nunca ouvimos aplausos tão fortes nem tanta interação com a audiência como durante este concurso. De parabéns estão os organizadores do concurso e ainda o apresentador, Nelson Sousa, que não só levou as habituais doses industriais de energia e boa disposição, como aproveitou para nascer na mesma data, uns anos antes.
A área de restauração era satisfatória e foi particularmente acolhedora no Domingo, porque estava a chover e não tivemos que sair do interior da estrutura. Sinceramente, a única coisa que tenho a apontar aqui é a falta de espaço para sentar a comer. Tirando isso, a quantidade de bancas era suficiente e adequada para satisfazer o público e não era tão grande que houvesse espaços mortos com bancas às moscas.
Havia sandes, wraps, pizza e cachorros, pelo que a variedade não fugia muito à categoria “pão com coisas”, mas o que provámos era de qualidade. Para sobremesa havia gomas, waffles, crepes e chocolates, pelo que não faltou energia para a tarde.
Por fim e antes de irmos embora, fomos dar uma olhada ao Champimóvel, um simulador da Fundação Champalimaud que leva um grupo de pessoas numa experiência interactiva de cerca de 25 minutos através do corpo humano. Enjoei, de várias formas, mas não se sintam desencorajados. É uma experiência particularmente interessante para crianças a partir dos 9 anos.
Concluindo, o Famalicão Extreme Gaming foi um evento que não cai na categoria do “lendário”, mas também não é memorável pelas razões erradas. Para a malta do norte português, é um bom evento para passar uma tarde e experimentar umas atividades fora do normal, com um pouco para todos os gostos dentro da área dos jogos.
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