Harry Potter e o Jogo Prometido
Publicado a 18 Set, 2020

As promessas mais difíceis de esquecer são as quebradas. E o jogo Hogwarts Legacy, anunciado no Showcase da Playstation 5, é a última adição numa longa linhagem de promessas por cumprir. Será que é desta que o prometido é devido?

Se são fãs de Harry Potter, sabem perfeitamente do que eu estou a falar. Desde a longínqua Pedra Filosofal – com o lendário Hagrid da PS1 – que as dezenas de departamentos de marketing e comunicação envolvidos na promoção de todos os jogos no mundo da feitiçaria nos vendem a mesma ideia enganadora. Para piorar, é sempre resumida na mesma frase curta e maleficamente pontuada: “Explora Hogwarts!”

Como devoto do mundo criado por J. K. Rowling, já perdi a conta o número de vezes que comprei e joguei um jogo de Harry Potter, cheio de vontade de explorar cada degrau falso, cada quadro, cada torre e sala comum de Hogwarts. Acabei sempre da mesma maneira: com acesso a meio corredor junto ao Hall de Entrada, duas ou três salas de aulas e uma paisagem de cortar a respiração, com a sua estonteante qualidade gráfica de meio pixel.

O trailer de Hogwarts Legacy reacendeu a esperança que as imagens (que vazaram em 2018) já tinham atiçado. Fazem-me sonhar que desta vez é diferente. Será? Como não tenho forma de descobrir (pelo menos até 2021) resolvi fazer como um certo trio de personagens: fui investigar.

Depois de ter observado o trailer umas saudáveis dez vezes, estes são os motivos que encontro para ter esperança e aqueles que me fazem suar nervosamente:

Uma História Original
As palavras “história original ” em junção com “passada em Hogwarts nos finais de 1800” fazem-me sorrir de orelha a orelha. Por muito que adore o Harry, o Ron, a Hermione e todas as personagens que os rodeiam, o mundo que habitam é demasiado vasto, rico em detalhe e interesse para ser apenas explorado durante a era do “Trio de Ouro” ou a de Newt Scamander.

Uma História Original… Que não foi escrita por J.K.Rowling
Aqui, confesso, as minhas glândulas começam a trabalhar forte na produção de suor. Lembro-me de Cursed Child (muito contra minha vontade) e tremo.

Easter Eggs sempre, Cameos nunca mais!
A última coisa que este fandom precisa é de outro McgonagallGate. É por isso uma boa noticia termos um jogo que torna quase impossível o aparecimento de personagens vivos durante os livros e filmes. Dito isto, easter eggs são muito bem-vindos! Vai uma aposta que pelo menos 10 nomes dos  “Sacred Twenty-Eight” são mencionados?

Estética
Tirando algumas nuances, o jogo parece ser bastante  fiel à estética a que estamos habituados, o que é bom (os uniformes de Hogwarts do inicio do século XIX têm poucas diferenças dos do século XX, mas elas existem!). Por outro lado, a julgar pelo trailer, ou o nosso adversário é Doctor Doom ou o jogo usa a lógica dos filmes onde “se é do mal, usa máscara”. Espero estar enganado. Seria uma desilusão se aquele que parece ser o maior jogo no mundo de Rowling tivesse os filmes como referência principal em detrimento dos  livros.

Já dizia o Dumbledore: “São as nossas escolhas”
Numa série onde é dado tanto enfoque ao poder das escolhas. é chocante que só agora tenhamos um jogo onde estas afectam a história. Não sabemos muito sobre a profundidade desta vertente, mas o simples facto de ser mencionado nos primeiros materiais conhecidos dá-me esperança.

Teria mais quinhentas coisas para falar deste trailer, mas o meu espaço é como a vossa paciência: finito. Por isso, agora é a vossa vez. Entusiasmados por, finalmente, poder “Explorar Hogwarts!”?

Escrito por:
Tiago Lacerda
O Tiago é um budista reformado que neste momento vive em Portugal, mas que já residiu no estrangeiro. Nomeadamente, no Algarve. Fala para cima de 110 línguas diferentes. Infelizmente, 108 desses idiomas só ele os entende. Tem o hábito de inventar descrições sobre si próprio e ainda bem pois é um individuo que não convém conhecer.