As promessas mais difíceis de esquecer são as quebradas. E o jogo Hogwarts Legacy, anunciado no Showcase da Playstation 5, é a última adição numa longa linhagem de promessas por cumprir. Será que é desta que o prometido é devido?
Se são fãs de Harry Potter, sabem perfeitamente do que eu estou a falar. Desde a longínqua Pedra Filosofal – com o lendário Hagrid da PS1 – que as dezenas de departamentos de marketing e comunicação envolvidos na promoção de todos os jogos no mundo da feitiçaria nos vendem a mesma ideia enganadora. Para piorar, é sempre resumida na mesma frase curta e maleficamente pontuada: “Explora Hogwarts!”
Como devoto do mundo criado por J. K. Rowling, já perdi a conta o número de vezes que comprei e joguei um jogo de Harry Potter, cheio de vontade de explorar cada degrau falso, cada quadro, cada torre e sala comum de Hogwarts. Acabei sempre da mesma maneira: com acesso a meio corredor junto ao Hall de Entrada, duas ou três salas de aulas e uma paisagem de cortar a respiração, com a sua estonteante qualidade gráfica de meio pixel.
O trailer de Hogwarts Legacy reacendeu a esperança que as imagens (que vazaram em 2018) já tinham atiçado. Fazem-me sonhar que desta vez é diferente. Será? Como não tenho forma de descobrir (pelo menos até 2021) resolvi fazer como um certo trio de personagens: fui investigar.
Depois de ter observado o trailer umas saudáveis dez vezes, estes são os motivos que encontro para ter esperança e aqueles que me fazem suar nervosamente:
Uma História Original
As palavras “história original ” em junção com “passada em Hogwarts nos finais de 1800” fazem-me sorrir de orelha a orelha. Por muito que adore o Harry, o Ron, a Hermione e todas as personagens que os rodeiam, o mundo que habitam é demasiado vasto, rico em detalhe e interesse para ser apenas explorado durante a era do “Trio de Ouro” ou a de Newt Scamander.
Uma História Original… Que não foi escrita por J.K.Rowling
Aqui, confesso, as minhas glândulas começam a trabalhar forte na produção de suor. Lembro-me de Cursed Child (muito contra minha vontade) e tremo.
Easter Eggs sempre, Cameos nunca mais!
A última coisa que este fandom precisa é de outro McgonagallGate. É por isso uma boa noticia termos um jogo que torna quase impossível o aparecimento de personagens vivos durante os livros e filmes. Dito isto, easter eggs são muito bem-vindos! Vai uma aposta que pelo menos 10 nomes dos “Sacred Twenty-Eight” são mencionados?
Estética
Tirando algumas nuances, o jogo parece ser bastante fiel à estética a que estamos habituados, o que é bom (os uniformes de Hogwarts do inicio do século XIX têm poucas diferenças dos do século XX, mas elas existem!). Por outro lado, a julgar pelo trailer, ou o nosso adversário é Doctor Doom ou o jogo usa a lógica dos filmes onde “se é do mal, usa máscara”. Espero estar enganado. Seria uma desilusão se aquele que parece ser o maior jogo no mundo de Rowling tivesse os filmes como referência principal em detrimento dos livros.
Já dizia o Dumbledore: “São as nossas escolhas”
Numa série onde é dado tanto enfoque ao poder das escolhas. é chocante que só agora tenhamos um jogo onde estas afectam a história. Não sabemos muito sobre a profundidade desta vertente, mas o simples facto de ser mencionado nos primeiros materiais conhecidos dá-me esperança.
Teria mais quinhentas coisas para falar deste trailer, mas o meu espaço é como a vossa paciência: finito. Por isso, agora é a vossa vez. Entusiasmados por, finalmente, poder “Explorar Hogwarts!”?
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