Após entrar no stand da Level Infinite, fui conduzido por corredores até a uma sala mais escondida onde se podia ler “Assassin’s Creed Jade” na porta. Primeiro detalhe: a palavra “Codename”, que durante meses acompanhou o título deste jogo, já não estava lá. Daí a menos de uma hora seria revelado ao mundo o título oficial desta nova entrada na saga de assassinos da Ubisoft.
Foto: Filipe Branco / Café Mais Geek
À minha espera estava Andrei Chan, o produtor executivo desta nova entrada da série no mercado mobile. E logo ali, em cima da mesa, um smartphone com Assassin’s Creed Jade pronto a experimentar. Pus-me logo a jogar, enquanto a nossa conversa se desenrolava.
Primeira novidade. Neste Assassin’s Creed, é possível personalizar totalmente o nosso personagem, com customização bastante livre de cara, cabelo, barba, género, entre outros. E isso não afetará o rumo da história, que será sempre a mesma, independentemente de escolhermos um personagem feminino ou masculino. Segunda novidade. O touch screen. Sempre joguei Assassin’s Creed nas consolas e notei logo a ausência de um comando. Perguntei se há planos para permitir jogar com um comando nos smartphones e tablets. “O nosso foco total agora é o touch screen, queremos otimizá-lo e entregar uma experiência fiel aos jogos da série, por isso não nos distraímos, para já, a otimizar o jogo para um comando. Talvez mais tarde”, explicou Andrei Chan enquanto me ia indicando como usar o “stick” invisível no ecrã para mover o meu personagem pelo mapa. Para saltar basta carregar num “botão” no lado direito do ecrã. O mesmo para atacar, matar furtivamente ou agachar.
“Sabíamos que a China era, talvez só abaixo do Japão, um dos lugares mais pedidos pelos fãs de Assassin’s Creed, e também sabemos que houve alguma desilusão quando revelámos ser um jogo mobile, mas queremos oferecer uma experiência muito idêntica à dos jogos nas consolas/PC”, confessou Andrei. Entretanto já andava eu a matar inimigos usando as funções de stealth. “Queremos respeitar os fãs e o que mais gostam nestes jogos, por isso permitimos uma abordagem mais furtiva ou com mais ação”, disse-me o produtor, que só através dos sons (ele não via o meu ecrã) conseguia perceber se eu estava a jogar mais furtivamente ou não. Perante a minha admiração, Andrei Chan sorri e explica: “Trabalhámos muito os sons. E esta é uma história de vingança e busca pela verdade, como qualquer história tradicional chinesa. Baseamo-nos na figura clássica do Youxia, um justiceiro errante, que na cultura ocidental poderia ser comparado a um John Wick”.
A versão que jogámos ainda tinha as cinemáticas apresentadas com este tipo de arte (imagem em cima), em desenhos mais estáticos, mas ficou prometido que a versão final terá cinemáticas mais trabalhadas. “Sabemos que os fãs da saga estão habituados a cutscenes épicas e queremos honrar isso em Jade”, disse-me Andrei Chan, que durante a nossa conversa foi sempre muito transparente sobre o peso que carrega ao criar algo numa das séries mais populares dos videojogos na última década: “O nosso maior desafio foi, sem dúvida, os controlos e o UI (user interface), pois queríamos que, ao pegares no smartphone para jogar Jade, sentisses de imediato que estás a jogar um Assassin’s Creed…”.
É notório algum nervosismo no produtor, fruto das expectativas que um jogo deste tamanho traz consigo. Mas vejo-o descontrair quando pouso o smartphone na mesa e lhe digo: “Sim, senti que estava mesmo a jogar um Assassin’s Creed. Os antigos jogos mobile não chegavam nem perto disto”.
Andrei Chan despede-se revelando que esta história se passa na altura da construção da Grande Muralha da China e que iremos ver algumas caras conhecidas neste novo capítulo, cuja ação decorre entre os eventos de Assassin’s Creed Odyssey e Assassin’s Creed Origins.
Kassandra, de Odyssey, é uma delas.
Ainda sem uma data de lançamento anunciada, Assassin’s Creed Jade entrou agora na versão 2.0 da beta fechada.
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