Os cartazes d’O Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa já foram retirados do Cinema São Jorge e já não se ouve a música do Lounge Motelx, nem se vê as filas de fãs do cinema de terror à espera para entrarem nas sessões, mas parece que ainda foi ontem que saímos de mais de um dos muitos filmes que este festival nos oferece.
Além do leque variado de filmes de terror internacionais e nacionais, curtas, apresentações de livros, o MotelQuiz e também atividades para os mais novos, a imagem de marca do Festival é sem dúvida o ambiente e a mística que traz com ele.
E já faz parte do meu ritual pré-Motelx, ver o programa de fio a pavio e escolher as sessões da semana. E na realidade é a melhor roleta russa, entre filmes que ficam aquém da sinopse e os que nos surpreendem pela positiva e fazem o tempo passar a voar.
A premissa de Oddity parece simples: Dani é brutalmente assassinada por um do ex-pacientes do marido, que é apanhado. Mas a sua irmã gémea, Darcy, uma médium que possui uma loja de artigos peculiares desconfia que nem tudo é tão linear quanto parece. Meses mais tarde, resolve ir fazer uma visita ao cunhado e à sua nova namorada.
A qualidade da cinematografia deste filme é inegável, além de que a cena de abertura deixa-nos imediatamente ansiosos e é um sentimento que se mantém colado à pele durante o resto do filme, sempre à espera de um jumpscare ou um fantasma.
O filme não reinventa a roda, nem vem revolucionar o género, sendo que a certo ponto a história se torna um pouco previsível, mas não deixa de ser um filme muito bem conseguido, com poucos jumpscares bem posicionados e que nos deixa inquietos do início ao fim.
Sasha é uma vampira peculiar: não quer matar, nem magoar ninguém, pelo que a sua alimentação depende inteiramente dos seus pais. No entanto, quando atinge a maioridade e as suas presas se revelam, é enviada para casa da sua prima, para aprender a arte milenar de caçar e se alimentar do sangue de humanos.
Ainda antes de ler a sinopse, o que me chamou a atenção para este filme, foi exatamente o próprio título. Trata-se de uma comédia de terror, melancólica e que faz lembrar “Let the Right One In”. Pega numa das criaturas mais populares do imaginário do terror e lhe dá uma dimensão mais humana.
Sara Montpetit é maravilhosa como Sasha, uma vampira expressiva e com uma empatia superior à dos seus pares, assim como a sua prima cruel e pragmática Denise (Noémie O’Farrell).
A comédia está presente durante todo o filme, à medida que vamos conhecendo esta peculiar família de vampiros e a sua dinâmica e a maneira como se inserem no mundo dos comuns mortais e os desafios e dificuldades de uma vampira adolescente e rebelde que não encaixa na norma
Não é exatamente groundbreaking, mas cumpre a sua premissa e é a garantia de hora e meia bem passada.
A sinopse já se antevia promissora e um elenco já bastante atraente com Demi Moore e Margaret Qualley, The Substance foi sem dúvida O filme do Festival.
Elisabeth Sparkle, uma apresentadora de um programa televisivo de aeróbica que é despedida no dia do seu 50.° aniversário. Desolada, Elisabeth retorna a casa onde se depara com uma inesperada proposta. Um misterioso laboratório oferece-lhe a milagrosa “substância”: se ela a injectar, tornar-se-á a melhor versão dela mesma; em troca, só tem que deixar que esta nova versão ganhe vida enquanto ela hiberna, semana sim, semana não.
A história é um híbrido entre “Dr. Jekyll and Mr. Hyde” e “O Retrato de Doryan Grey”, pegando no culto da beleza feminina, que tem de ser perfeita e imutável e não pode nunca ser sujeita aos efeitos do tempo sob o risco de ser descartada.
É um filme de terror com uma perspetiva feminina, pela mão brilhante de Coralie Fargeat e atuações maravilhosas de Demi Moore e Margaret Qualley. Não tem medo de ser grotesco, medonho e incómodo e é precisamente o tipo de filme que me fez apaixonar pelo gênero e me faz ir ao Motelx todos os anos.
Esta sátira social, com cinematografia maravilhosa e que nos rouba a atenção desde a primeira cena e que faz sentir que as duas horas e meia passam a voar, merece toda a hype!
Todos os anos, escolho sempre mais do que um filme nacional para ver no Motelx, e este ano não foi exceção. Com um cartaz intrigante, resolvi ver o trailer e, vou ser sincera, foi a Famel que me convenceu. Confusos? Vejam o trailer.
Fábio Powers realizou este filme de série B, com sangue, suor e lágrimas, e o resultado foi um filme feito com amor, muito esforço e dedicação de toda a equipa envolvida.
O Velho e a Espada não se leva demasiado a sério, com efeitos visuais divertidos e eficazes, e com cenas para todos os gostos, desde uma boa cena de luta, ação, mistério e muito humor.
É um filme muito português, que tem como cenário a pequena aldeia do Pé da Serra, no concelho de Castelo Branco, com tiradas memoráveis e personagens marcantes, mas também uma carta de amor ao cinema de série B dos anos 80, e a filmes como Evil Dead, de Sam Raimi, ou Bad Taste, de Peter Jackson, influências que se sentem ao longo de todo o filme.
O Velho e a Espada conta ainda com atores conhecidos do público, como João Loy (que dá voz à Espada) e Luís Aleluia, e com amadores, como António da Luz, que interpreta apaixonadamente o protagonista e merece uma homenagem póstuma.
Se querem saber mais sobre este filme de série B, bem português, não percam a entrevista exclusiva com a equipa que vamos partilhar brevemente!
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