A história de Pokémon começa em 1996, com “Pokémon Red” e “Pokémon Green“, desenvolvidos pela Game Freak e publicados pela Nintendo para o Game Boy. Sim, Pokémon Green, uma vez que esta versão nunca foi lançada fora do Japão.
No Japão, Red, Green e Blue venderam 1,04 milhões de unidades combinadas em 1996 e outros 3,65 milhões em 1997. Esse desempenho fez de Pokémon, coletivamente, o jogo mais vendido do ano no país. Nos Estados Unidos, foram vendidas 200.000 cópias em apenas duas semanas e 4 milhões até ao final de 1998. Globalmente, as vendas ultrapassaram os 31 milhões de unidades. (https://www.guinnessworldrecords.com/world-records/best-selling-video-game-(excluding-bundle-sales)
Estes jogos popularizaram a ideia de colecionabilidade nos videojogos, um conceito sugerido por Satoshi Tajiri, designer de videojogos, baseado no seu antigo hobby de colecionar insetos quando era criança. Quando esta ideia lhe foi apresentada, Shigeru Miyamoto sugeriu criar diferentes cartuchos, com Pokémon exclusivos em cada versão. E foi ai, que a ideia de Red e Green deram os seus primeiros passos!
A popularidade dos jogos levou ao desenvolvimento do popular Trading Card Game (TCG) de Pokémon, lançado no Japão em 1996 e nos Estados Unidos em 1998. Em Portugal, as cartas Pokémon chegaram em 1999, um pouco depois do lançamento do jogo e do anime. O lançamento simultâneo dos jogos, do anime e das cartas ajudou a criar uma onda de popularidade no nosso país, reforçando ainda mais o impacto da franquia.
Os primeiros jogos foram lançados no Japão a 27 de fevereiro de 1996. Por isso, todos os anos, o mundo celebra o aniversário da franquia.
Para marcar esta ocasião, são realizados vários eventos com novidades e atualizações em todos os aspetos da franquia. Estes anúncios são revelados durante transmissões oficiais ao vivo, conhecidas como “Pokémon Presents”.
Os lançamentos mais recentes da franquia foram criticados devido ao mau desempenho e inúmeros “Bugs”. Mesmo após atualizações, estes problemas contribuíram para a permanente insatisfação dos jogadores, deixando-os frustrados e com a sensação de que os jogos foram lançados inacabados.
Historicamente, a “mainstory” da franquia segue um padrão de lançamentos a cada três anos, mas esse ritmo parece estar a tornar-se insustentável, podendo já não ser suficiente para atender às expectativas modernas dos jogadores.
Os últimos lançamentos da franquia Pokémon, especialmente “Scarlet & Violet“, mostraram sinais claros de que este ciclo de desenvolvimento não permite a entrega de jogos refinados. Problemas como bugs recorrentes, falhas de performance e falta de otimização mostram que o tempo concedido aos “game developers” é insuficiente para criar um mundo vasto e detalhado, como se espera de um RPG moderno.
Quando comparada a outras franquias da Nintendo, como “The Legend of Zelda“, que chega a passar mais de cinco anos em desenvolvimento, a diferença torna-se ainda mais evidente. O sucesso de jogos como “Breath of the Wild” e “Tears of the Kingdom” comprova que um ciclo de desenvolvimento mais extenso resulta em produtos de qualidade superior.
No entanto, a pressão comercial imposta pela “The Pokémon Company” impede que a Game Freak tenha esse luxo. Todos nós sabemos que Pokémon é mais do que uma série de jogos – engloba animes, cartas, merchandising e até eventos – o que cria uma necessidade constante de manter a franquia ativa, o que acaba por prejudicar a qualidade dos títulos principais.
A insatisfação dos fãs já é percetível, especialmente em fóruns e redes sociais, mas a questão que permanece é: Será que “The Pokémon Company” está disposta a desacelerar e priorizar qualidade sob quantidade? Ou continuará a sacrificar o potencial desta franquia, dando mais valor a uma estratégia comercial de curto prazo?
Além disso, o abandono de novos conceitos, como Mega Evolução (Pokémon X&Y), Z-Moves (Sun & Moon), Dynamax (Sword & Shield) e Terastalização (Scarlet & Violet), também contribui para a insatisfação da comunidade. Muitos jogadores criticam ainda a decisão de lançar DLCs e micro transações em vez de disponibilizar um jogo completo!
Outro problema a destacar é a situação do TCG físico, que enfrenta uma crise semelhante à de 2021/2022. Atualmente, é quase impossível adquirir cartas e sets a preços acessíveis devido à ação de scalpers e bots, que esgotam o stock rapidamente. Isto afeta tanto os jogadores competitivos como os novos colecionadores, dificultando o acesso ao jogo.
Devido a queixas dos fans da franquia, têm surgido rumores de que a próxima geração só será lançada em 2026, coincidindo com o 30.º aniversário da franquia. Na minha opinião, isto é uma excelente notícia, pois significa que a Game Freak terá mais tempo para desenvolver o jogo. O que poderá sair é informação sobre “Pokémon Legendes Z-A”, que pode ser um remake ou até uma sequela do Pokémon X&Y!
“Uma nova aventura espera por ti em Lumiose City, onde um plano de requalificação urbana está em andamento para transformar a cidade num lugar que pertença tanto às pessoas como aos Pokémon. Por favor, aguarda para ver por ti mesmo.” (https://legends.pokemon.com/en-us/).
Além disso, na altura em que estou a escrever este artigo, apareceu um rumor que pode sair um jogo para a “Switch” com os jogos das primeiras gerações!
Apesar das críticas que a franquia tem enfrentado nos últimos anos, ninguém pode negar que o mesmo é um ícone global. Com uma base de fãs leal e apaixonada, que continua a crescer a cada geração, Pokémon mantém-se como uma das franquias mais reconhecidas e influentes do mundo dos videojogos. Espero, sinceramente, que a Nintendo e a Game Freak aproveitem este momento para celebrar a história e o legado que construíram, e reforçar a sua ligação com os fãs.
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