Descender chegou ao fim em português. A G Floy Portugal entregou no final do ano passado o último volume desta fantástica história. Se acompanham o Café Mais Geek ou os meus artigos, já devem saber que adorei Descender desde o primeiro momento. Por vários motivos, esta história sempre me fascinou. Um ambiente espacial, uma aventura quase poética, uma ideia que oferece momentos tão bons que são dignos de ficar na história da ficção científica. Se gostam de aventuras espaciais com peso e complexidade suficiente para nos entreter, mas ao mesmo tempo nos fazer pensar, então esta é a história para vocês.
A evolução dos personagens é simplesmente incrível e foi magnífico ver como tudo convergiu tão bem. Ao longo dos seis volumes que completam este primeiro arco da história, tivemos oportunidade de conhecer, familiarizar e ligar de tal forma a algumas personagens que tornou o final ainda mais impressionante. Se os vários caminhos desta história foram incríveis à sua maneira, conseguindo cativar de forma tão singular, então o culminar destas últimas páginas refletem todo esse caminho. O sentimento de ver personagens a crescer e a transformarem-se em algo mais importante em toda a história. Aliás, esta história está totalmente carregada de ideologias ligadas ao crescimento psicológico e a forma como a nossa perceção de algo pode ser extremamente perigosa. Muito mais que uma luta de robôs e seres intergalácticos, esta é uma história com uma mensagem bonita.
Descender não terminou verdadeiramente e a última página deixou-me com aquele sentimento de querer mais. A conclusão de um dos principais personagens é tão feliz quanto triste. A sua impotência em relação a todos os acontecimentos. A obrigada desconexão para com o seu amigo, mas ao mesmo tempo a sobrevivência e desenvolvimento familiar. As últimas são tão poderosas para os nossos personagens que chega a ser impressionante como uma banda desenhada consegue oferecer tamanha complexidade ao sentimento do leitor. É tão real e contempla um sentido figurativo tão interessante que se dilui numa fantasia tão bem estruturada e interessante.
Esta é uma aventura de ficção científica que explora do início ao fim os seus géneros de forma perfeita. Uma ópera espacial em todo o seu esplendor, se assim o preferirem. Uma obra perfeita para explorar outros meios de entretenimento. Em todo o caso, esta é uma obra que tem de ser lida e absorvida em cada uma das suas páginas. Cada quadro é como uma obra de arte que conta uma história. Em vários volumes são as páginas com menos texto que parecem contar mais história. São as páginas onde a arte domina que parecem ter saído de um museu e nos fazem realmente viajar para aquele mundo. É uma arte magnífica em todos os seus momentos. Este último volume não falha em nada e a arte continua perfeita, com páginas incríveis. Foi das questões que mais me agradaram desde o primeiro momento, por isso continuo fã e estou ansioso por avançar para o novo arco desta história.
Se não conhecem Descender, ou nunca tiveram curiosidade em espreitar uma banda desenhada, talvez esta seja uma introdução interessante. Conta com uma história fácil de agradar para todos os fãs de ficção científica e aventuras espaciais. Uma arte magnífica, com um traço leve e uma pintura muito líquida. Personagens muito interessantes e cheios de mistério, com um desenvolvimento marcante e que culmina num volume incrível. Descender volume 6 – A Guerra das Máquinas é o ponto final no primeiro arco desta história que promete ficar ainda mais interessante!
Redes Sociais