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Os Meus Heróis Foram Sempre Drogados é escrito por Ed Brubaker e desenhado pelo seu companheiro de longa data, Sean Phillips. Esta história faz parte do universo de Criminal, criado pelos mesmos.

Ellie sempre teve ideias muito românticas sobre os toxicodependentes. As almas trágicas de artistas atraídos por agulhas e comprimidos têm sido a obsessão dela desde a morte da sua mãe, também ela uma drogada. Mas quando Ellie acaba numa clínica de reabilitação para a alta sociedade, nem tudo é o que parece, e ela vai acabar por encontrar outro tipo de romance… muito mais perigoso.

A dupla Brubaker-Phillips apresenta mais um livro no universo de Criminal que até à última página parece ser tudo menos uma história de Criminal. Infelizmente, este dia chegou, o dia em que Ed Brubaker escreveu uma história medíocre. A história em si é fraca e como história pertencente ao universo do Criminal fica muito abaixo da média, no entanto, não é completamente mau, até porque estamos a falar de Brubaker. O que safa este livro é o tema, que basicamente sustenta às costas o livro inteiro. O conteúdo provém de todos os músicos que Ellie gosta terem sido drogados, criando assim um obsessão de que as drogas são benéficas e que se não fossem as drogas, aqueles músicos não teriam criado a música que criaram. Ellie também diz que alguns desses músicos curaram o vício das drogas e que após essa cura nunca mais produziram música com a mesma qualidade. Este tema realmente dá que pensar e dá espaço para discussão, o que é bastante interessante. Por fim, na última página há um twist, que conecta com o universo de Criminal, mas infelizmente o twist é fraco e a inclusão deste livro neste universo não faz muito sentido.

Vale a pena destacar que os diálogos estão bem escritos. Para mim, o problema é que a história parece que não avança sendo no fundo uma história aborrecida. 

A arte de Sean Phillips é boa (como sempre) mas é mais do mesmo, não surpreende nem desilude. O que realmente realça a arte, e até mesmo o livro em si, é trabalho de Jacob Phillips como colorista. A maneira como ele brinca com as cores e contrastes dependendo da altura do dia, dão uma lufada de ar fresco à história.

Como fã de Criminal posso dizer que estou desiludido com este livro devido a não parecer em quase nada o estilo que Brubaker-Phillips nos tinham apresentado. Está longe de ser um livro bom, mas tenho que admitir que podia ser pior. Os Meus Heróis Foram Sempre Drogados não está mal escrito e ilustrada mas também não é uma leitura muito interessante.