A banda desenhada Potter’s Field: O Cemitério dos Esquecidos é escrito por Mark Waid e desenhado por Paul Azaceta.
John Doe. Um homem que não tem identidade. Que não tem história. Que não deixa impressões digitais. Fazendo apelo a uma rede de agentes que agem fora dos circuitos tradicionais e que não se conhecem uns aos outros, deu a si próprio a missão de descobrir o passado e o nome de todos aqueles que foram assassinados injustamente e enterrados neste cemitério.
Encontramos Mark Waid a escrever um livro na qual não estamos habituados, pois é escritor de muitas comics conhecidas como por exemplo Kingdom Come. Desta vez, vemos as ilustrações de Paul Azaceta num livro completamente diferente de Outcast, também publicado pela G Floy.
A história que Mark Waid desenvolve neste livro é bastante interessante e agarra o leitor, mas infelizmente não agarra o suficiente. A trama está cheia de mistério e recria o espírito noir inspirado por Raymond Chandler, no entanto não é o suficiente para salvar este livro. O problema reside em haver três histórias em tão poucas páginas. Este conceito resultaria melhor se fosse uma série contínua em vez de três números e uma one-shot que sinceramente sabem a pouco. As personagens são fracas e muito pouco desenvolvidas. As três histórias estão escritas de maneira a que começam com uma premissa boa e cativante, mas depressa descarrilam. Infelizmente, são facilmente esquecíveis.
A arte de Paul Azaceta é a melhor parte do livro, recriando com mestria o ambiente e o espírito noir dando um visual bastante apelativo à história. O uso dos contrastes em certas páginas estão simplesmente geniais. Por vezes algumas vinhetas estão confusas, mas no geral Azaceta faz um trabalho impressionante, dando à história aquele espírito negro e misterioso que se enquadra muito bem. Gosto mais do trabalho dele em Outcast. Na minha opinião, a arte está mais polida, resultante dum Paul Azaceta mais maduro. No entanto, as suas ilustrações neste livro são uma mistura de David Mazzuchelli e Alex Toth que funcionam na perfeição.
O livro no geral não é mau, mas sabe a pouco porque somos injetados com uma premissa interessante e uma arte cativante que adota o estilo noir mas devido a personagens e a uma história fraca, resulta num livro mediano com potencial para muito mais. Havia espaço, conteúdo e acima de tudo talento para ter saído daqui uma excelente história de noir e mistério ao estilo da dupla Brubaker-Phillips, mas infelizmente não foi o caso.
Esta análise foi possível com o apoio da G. Floy Studio!
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