Hoje trago-vos uma review de um dos filmes que estreou recentemente no TV Cine a 5 de Dezembro às 21h30 – A Mente Feminina.
O filme usa a biologia evolucionária para dissecar estereótipos culturais sobre o que as mulheres pensam. Explicando que tudo o que acontece é gerado por uma complicação nos padrões de evolução gerações após gerações. Tudo começa com uma experiência científica de uma neurocientista, que dedica a sua vida a estudar as diferenças entre os cérebros femininos e masculinos, principalmente focando-se na neurologia primitiva e como esta por vezes sabota os relacionamentos afetivos.
A história baseia-se em torno de três casais que ilustram o foco da sua investigação bioquímica e o que está por detrás de cada decisão romântica. Portanto, contamos com três diferentes histórias a acontecer em simultâneo. Temos Lisa (Sofia Vergara) e Steven (Deon Cole) que fazem de tudo para tentar revigorar um casamento que ao longo dos anos se tornou monótono; temos os recém casados Zoe (Cecily Strong) e Greg (Blake Griffin) no qual as suas carreiras começam a afetar o casamento; e por fim temos Lexi (Lucy Punch) que está sempre a tentar mudar e alterar pequenas coisas no namorado. Mas enquanto a neurocientista tenta decifrar tudo isto relacionado com o cérebro feminino, ela própria depara-se com um dilema, tentando não ser controlada pelo seu cérebro e pelos neuroquímicos quando alguém mostra um interesse romântico por ela.
O primeiro ponto interessante do filme foi o facto de ele começar de forma como se fosse uma TED talk, no qual a investigadora vai apresentando todos os objetos de estudo ao longo das várias etapas e explicando cada fase e como as decisões acabam por ser influenciadas pelo cérebro.
O filme oferece-nos alguns factos científicos interessantes sobre o cérebro feminino e masculino e as suas diferenças. Desta forma, Cummings traz-nos um filme romântico mas não de forma tão cliché como o que já estamos habituados. Considero este filme tanto informativo como divertido, pois tem os seus pequenos momentos de comédia que nos vão cativando ao longo da sua visualização.
Relativamente ao foco científico, embora seja interessante a forma como é apresentado, não nos podemos esquecer que é um filme e que no fim disto tudo alguns dos factos que são apresentados a nível neurológico não é assim tão simples a sua explicação. Encontramos alguns exageros nas explicações que acabam por entrar em conflito uns com os outros. Por exemplo, uma das falhas a este nível que conseguimos visualizar é na condução da sua experiência científica, Julia começa por fazer ressonância magnética para poder estudar a nível científico as diferentes respostas emocionais entre homens e mulheres. Até aí tudo bem, mas o facto de na condução da experiência de um estudo cerebral só ser apresentado imagens que levam a respostas positivas, verifica-se logo que há algo de errado pois normalmente também inclui imagens que terão impacto negativo.
Se ignorarmos a hipótese de alguns destes factos estarem errados, e estivermos dispostos a ver uma comédia romântica por mero divertimento e para passar o tempo, aconselho-vos a ver. Afinal tal como disse anteriormente gostei do facto de este começar com uma espécie de TED talk.