Já lá vão uns anos desde que Bad Boys chegou ao cinema e conquistou muito público com a sua dose de ação louca e o humor de dois grandes atores de cinema. Posso já dizer uma coisa? Este filme respira verão! Aliás, esta saga toda respira essa época do ano. Talvez pela sua localização ser as ruas quentes de Miami, mas o certo é que não deixei de sentir uma certa confusão na minha cabeça ao ver este filme em janeiro. Mesmo a coloração dada a mais neste capítulo continua a manter as ideias do anterior e os tons quentes de Miami continuam bem presentes. Pode parecer algo estranho o que estou aqui a tentar explicar, mas tenho como certo de que um filme como este deveria ter data de estreia lá para a metade do ano, pelo menos aqui no hemisfério norte.
Bad Boys Para Sempre não foge da realidade do que pretende ser, aliás sabe exatamente aquilo que pretende. É um daqueles títulos ótimos para um bom belo balde de pipocas. Se entretém? Sim, sem dúvida. Não é um filme mau e tem os seus momentos divertidos. Não achei que tivesse momentos de humor forçados ou demasiado estranhos e pareceu-me estar a par com o esperado destes atores e principalmente destes personagens. Apesar de tudo, este não é um filme que se tenta levar a sério e faz isso bem o quanto basta. Não sou uma pessoa de ir para o cinema com todos os radares críticos levantados, muito menos quando vou para um título destes. Prefiro desfrutar do que tem para me oferecer e por vezes a coisa corre realmente mal e acaba-se com um título deplorável, mas felizmente não é esse o caso.
Talvez já tenha passado demasiado tempo desde o segundo capítulo e nem Will Smith, nem Martin Lawrence são os mesmos jovens de há vinte anos, mas apesar de tudo o enredo pegou nessas ideias de forma óbvia e deu as idades e a forma de estar que representam bem o que poderiam ser aqueles personagens mais velhos. No final de contas, esta história acaba por cair em ideias demasiado batidas no cinema e nunca se destaca de nenhuma maneira. A maior reviravolta que acaba por acontecer neste filme e que poderá deixar algum público mais perplexo acabou por se tornar demasiado desinteressante. Faltou maior ligação aos personagens que fizeram parte deste amontoado de ideias e na tentativa de se tentar criar algo mais sério acabou por se perder totalmente. As ideias estavam lá, mas parecem ter sido todas enviadas demasiado depressa e acabou por não formar a ligação necessária para que tudo tivesse o impacto que deveria.
Julgo que o melhor e mais interessante deste título é mesmo a nostalgia de ver os mesmos atores regressarem estes anos todos para voltarem a interpretar os seus papeis, mas agora bem mais velhos. Lembram-se daquele miúdo, Reggie, que apareceu alguns minutos no segundo filme para namorar a filha de Marcus? Bem, esse ator, que não voltou a participar em qualquer outro papel de cinema ou televisão, está de volta no seu desconcertante personagem. Já no que toca aos personagens novos, não me parece que tenham sido explorados da melhor forma. Houve demasiadas oportunidades falhadas de criar momentos incríveis com alguns deles como é o caso do personagem interpretado por Alexander Ludwig, que do início ao fim me deixou com uma sensação de estranheza e quando deveria ser o momento chave deste personagem na ação desenfreada do final, acaba por passar quase despercebida.
Bad Boys Para Sempre é aquele filme que vai ficar muito bem a passar na televisão no domingo à tarde e que vamos espreitando de vez em quando. Não é um filme sério, nem tenta ser, pelo menos na sua maioria. A história pouco interessante e a forma como tenta desenvolver as suas personagens acabam desperdiçadas na sua maioria. Diverti-me o suficiente e acho que é um filme construído para os fãs da saga. Por isso, se gostaram de ver o primeiro e principalmente o segundo capítulo, então tenho certeza que vão gostar de mais esta aventura de Marcus e Mike. Grandes carros, muita ação, com tiros, explosões e grandes acrobacias, terminando claro com o humor característico de Will Smith e Martin Lawrence.
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