Café Mais Geek
  • Página Inícial
  • Press
    • Anime
    • Banda Desenhada
    • Cinema
    • Jogos de Tabuleiro
    • Literatura
    • Manga
    • Séries
    • Videojogos
    • Esports
    • Eventos
    • Videos
  • Studio
  • Original
  • Play
  • Viva
    • Dia Mais Geek
    • Geeks d'Ouro
  • Sobre
    • Sobre
    • Geek Call
    • Editorial
    • Contacto
    • Parceiros
  • Passatempos
  • Home
  • Notícias
    • Notícias
      • Na TV
      • Trailers
    • Scream VI promete ser mais intenso
      Notícias
      Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania – próximo filme do MCU ganha novo trailer
      Destaque
      TVCine no Fim de Semana de Reis
      Na TV
  • Análises
    • Babylon – Um dos melhores filmes do ano
      Análises
      Os Fabelmans – Uma ode ao cinema
      Análises
      Corsage – Espírito Inquieto
      Análises
  • Estreias
  • Artigos
    • Artigos
      • Mete Pipocas Nisso
      • Crónicas de uma Estante
      • Entrevistas
      • Este é Para Colar na Parede
    • O Padrinho – 50 anos, 50 curiosidades
      Artigos
      Slashers – No fim, sobram as Final Girls
      Artigos
      10 Sugestões a não perder para celebrar o Dia Mundial do Cinema
      Artigos
  • Eventos
    • Spring It Con 2023 apresenta Twisted Toonz com convidados especiais
      Comunicados
      MONSTRA 2023
      Calendário
      MONSTRA regressa em 2023 com Japão em foco
      Comunicados
  • Videos
  • Especiais
    • Ciclo dos Horrores está de regresso
      O Pai Natal do Café Mais Geek está de regresso
      Vamos começar o Ciclo dos Horrores 2020
  • Play
    • Vídeo
    • Podcast
    • Livestream
Análises
Ossos e Tudo – Desconstruído até aos ossos
por Rodrigo Manhita
Publicado a 06 Dez, 2022

Quando nos vem à cabeça a combinação Timothée Chalamet e Luca Guadagnino acredito que canibais não seja o nosso pensamento seguinte, pelo menos não até Ossos e Tudo.

Este artigo contém spoilers do filme.

O filme começa sem medo de assustar o espectador com uma cena lenta e prolongada, onde vemos a protagonista, Maren (Taylor Russell), apaixonar-se por uma colega de turma. Aquilo que poderia ser o início de uma comédia romântica, rapidamente ganha um aspeto retorcido quando Maren começa literalmente a comer a nova amiga.

A partir desse momento é nos oferecida uma sequência de acontecimentos que abrem a verdadeira questão da narrativa. Maren é abandonada pelo pai, e decide ir atrás da mãe que os deixou quando ela ainda era pequena. Durante a busca pela mãe, Maren entra numa viagem pelos Estados Unidos que simboliza muito mais do que a procura pela progenitora. Simboliza a procura por ela mesma e pelo seu espaço no mundo. Neste caminho a personagem cruza-se com outros canibais e percebe que não é a única na sua condição.

Visto desta forma, quase parece um filme relativamente comum. Mas não se enganem, porque comum não é um dos muitos adjetivos que podem ser dados a esta história.

Ossos e Tudo usa o canibalismo para estabelecer um paralelo com as minorias e as comunidades marginalizadas. Na sua base, o filme retrata uma jovem que foi rejeitada pela sociedade e precisa de arranjar uma forma de viver.

O que me chamou muito à atenção foi a maneira como ela se encontra com outros canibais e aprende a sua cultura, cultura essa que criaram para conseguir viver num mundo onde não podem mostrar quem realmente são. Este aspeto atribuí uma tridimensionalidade importante para a trama sem que pareça informação desnecessária, uma vez que é introduzida de forma cuidada e muito dosada. É aos poucos que percebemos que podem sentir o cheiro uns dos outros e outros pormenores curiosos.

Mas apesar de alguns personagens introduzirem a sua forma de lidar e ver este mundo como canibais, Maren não sente um sentimento de pertença, pelo menos não até descobrir Lee (Timothée Chalamet). Lee é um bad boy que finge que já se descobriu, quando na verdade está exatamente no mesmo processo de Maren, numa fase diferente, mas no mesmo processo. É interessante como os dois personagens se vão apaixonando à medida que se vão descobrindo a si próprios. Os dois num carro a percorrer uma viagem comum e intervalando quem vai ao volante, demonstrando também uma relação de poder igualitária, com base no respeito e confiança, entre os dois.

Maren chega a encontrar a mãe, tudo para descobrir que ela também era canibal e que acabou por enlouquecer. Isto só contribuí para a escalada dos sentimentos que já sentia. Não deixa de ser curioso o facto de que quando pensamos que eles estão a encontrar a sua forma de viver, mesmo que à margem da sociedade, o filme entrar numa fase de rotura, onde as atuações dos protagonistas ficam ferozes e agarram-nos ainda mais ao ecrã. A forma como Maren ganha consciência de quem realmente é e percebe que precisa de espaço para se consagrar enquanto indivíduo, afastando-se de Lee, é genial, é aí que percebemos que a Maren do início do filme, uma massa disforme, está completamente diferente.

Do ponto de vista narrativo, a trama ainda se torna mais interessante nesta parte final. Os protagonistas acabam eventualmente por se reencontrar, agora mais conscientes de si mesmos e depois de um filme inteiro onde somos deixados propositadamente com sede de uma cena romântica daquelas que o diretor Luca Guadagnino mostrou que sabe fazer como ninguém em Chama-me pelo teu Nome, somos finalmente presenteados.

Nesta cena vemos os dois personagens mais sedutores do que nunca, e com uma química fora deste mundo. A composição é visualmente belíssima e é impressionante como nos faz sentir quentes durante todo o momento caloroso partilhado pelos personagens, mas como quando Maren toca num assunto sensível, também tem a capacidade de nos fazer sentir o esfriar do ambiente, através de um maior uso de sombras e uma predominância da brisa, que agora é vento.

Depois desta cena, que quase que podia ser final, entendemos que os personagens aprenderam a viver a vida da sua própria forma, enquanto indivíduos, à margem da sociedade. E o facto de estarem juntos já não parece uma tentativa de se sentirem compreendidos, mas sim uma escolha, de uma vida que querem em conjunto. Apesar desta perceção, Maren sugere que tentem viver uma vida normal, como as outras pessoas, e assim acontece. Mas é aqui que o filme mostra a sua crueldade e o seu realismo trágico.

Depois de algum tempo na sua vida estabelecida e feliz, o primeiro canibal que se cruzou na vida de Maren surge de novo. Anteriormente já tínhamos entendido que Sully (Mark Rylance) era um personagem conturbado e que ficara obcecado com a protagonista, mas aqui ele aparece com um simbolismo que nos apanha de surpresa.

Não podemos fugir de quem realmente somos e essa tentativa custa a Maren, depois de uma cena sangrenta, Lee. Sully acaba por feri-lo nos pulmões e percebemos que vai morrer. A narrativa torna-se quase irónica. Fez-nos desejar mais cenas românticas e intensas ao longo do seu desenvolvimento e na conclusão brinda-nos com Lee a pedir a Maren que o coma enquanto morre, numa sequência nojenta, bonita, horrenda, romântica e sensual que finaliza o filme. A cena, apesar de pesada, é de uma beleza simbólica estonteante e mais chocante é a forma como durante todo o filme, somos super estimulados ao nível da audição, ouvindo cada osso a partir, cada inseto a zumbir, cada veia a sangrar e nesta cena ouvimos música e silêncio.

A história é carregada de simbolismo como expus até agora, mas não é por isso que descura a cinematografia. Ossos e Tudo é visualmente muito rico, sendo que o ambiente em volta acompanha a narrativa em todos os momentos. As atuações são brilhantes com grande enfâse na Taylor Russell que abraçou a Maren de forma intensa e vibrante. O som é um dos grandes destaques, chegando mesmo a ser um protagonista nas cenas mais gore e sangrentas que a longa-metragem não tem medo de exibir com um tom sensual.

Um filme genial em todos os aspetos, que aborda temáticas importantes de formas inusitadas, que nos relembra da beleza do amor e da descoberta, ao mesmo tempo que nos conduz numa viagem original e atribulada pelas nossas emoções enquanto humanos.

Não é definitivamente um filme para qualquer um, mas se gostam de uma história densa e bonita sobre a descoberta de nós próprios e do amor e não se importam de ver cenas mais horripilantes e com um toque de terror, deviam dar-lhe uma oportunidade. Vão sair do cinema com o estômago às voltas, a tentar digerir todas as mil sensações que o filme passa e vão ficar completamente chocados e agarrados à cadeira na segunda metade da trama, mas tudo num bom sentido e com um bom propósito.

O filme é baseado no livro Bones & All que chega às livrarias portuguesas em 2023 numa edição Suma de Letras.

Esta análise foi possível com o apoio da Cinemundo!
Ossos e Tudo
Bones and All
Incrível
Drama, Terror
Realização: Luca Guadagnino
Argumento: David Kajganich
Elenco: Mark Rylance, Taylor Russell, Timothée Chalamet
Estreia: 1 de Dezembro de 2022 Duração: 02H10M (130 min)
Distribuição: Cinemundo
9
  • Positivo
  • Guião
  • Atuação
  • Direção
  • Direção de Arte
Escrito por:
Rodrigo Manhita
Sempre um pouco por todas as áreas desde que envolvam criatividade e histórias. Trabalho com marketing no mundo editorial, escrevo nas horas vagas e estou sempre a empreender. No mundo Geek encontram-me mais nas séries, nos filmes, na literatura e na cultura asiática, mas também no League of Legends de vez em quando.

achamos que também podes gostar disto

Free Guy: Um Herói Improvável
Tudo Pelo Vosso Bem
Diamante Bruto
Liga da Justiça

Redes Sociais

Parceiros

Disney

Netflix

NOS Audiovisuais

Prime Video

PRIS Audiovisuais

TVCine

Café Mais Geek ® De 2017 a 2022 a tornar o mundo mais geek!
Hospedagem geek em Webtuga!
MAIS INFORMAÇÃOFECHAR
  • Sobre Nós
  • Play
  • Geek Call
  • Contacto
  • Parceiros
  • Avaliações
  • Termos e Condições