O Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) está de volta aos ecrãs. Depois de ter criado o completo caos em Homem-Aranha: Sem Volta a Casa, onde baralhou por completo o Multiverso, ao invocar vilões interdimensionais (para não falar de múltiplos Peters Parkers), terá agora de sofrer as consequências dos seus atos. O Multiverso está em risco de desabar por completo e o estranho Doutor tem de rapidamente aprender sobre como funcionam as várias realidades, sem se perder a si mesmo pelo caminho.
Doutor Estranho no Multiverso da Loucura poderia ser facilmente chamado de “A Bruxa Escarlate perdeu completamente o juízo”. Seguindo os eventos catastróficos em WandaVision, e apesar de aparentemente parecer que Wanda (Elizabeth Olsen) aprendeu a consequências dos seus atos, algo muito negro terá se apoderado dela e parece que desta vez a sua obsessão não tem limites.
Este é sem dúvida o filme Marvel mais louco, estranho e assombroso até à data. Ou não fosse Sam Raimi (A noite dos mortos-vivos), o cérebro por detrás deste Multiverso da verdadeira Loucura, introduzindo o Terror num filme de super heróis. Toda a produção grita influências do gênero. Sam Raimi não é um estranho na indústria dos super heróis, tendo realizado a trilogia original de Homem-Aranha, para além de outros projetos baseados em Comic Books. Mas parece ser a primeira vez que teve completa liberdade para fazer o que mais lhe apetece. O humor negro não falta. Os cenários são ricos, a ação é contínua, incluindo zombies e seres fantasmagóricos. Com clássicos truques da velha escola do Suspense e do Terror que, confesso, me fizeram arrepiar a espinha.
Com a expansão do MCU para o multiverso, foram abertas as portas para todas aquelas personagens que até agora só conhecíamos em quadradinhos. Chegando ao ponto de “desenterrar” as mais obscuras ramificações BD (algumas mesmo estapafúrdias), para além de algumas revelações hilariantes com caras conhecidas. A fusão de vários (todos!?) franchises num só universo parece ser a direção que a Disney quererá tomar num futuro não muito longínquo. Não sei bem se trará necessariamente algo de produtivo per se. Às vezes pergunto-me se não chegarão a um ponto que já é o suficiente. Talvez quando, sei lá, ponham o Doutor Estranho a jogar xadrez com o Darth Vader… O tempo o dirá!
Para já, e porque abomino spoilers, posso apenas revelar a introdução de uma nova personagem interpretada pela jovem (e promissora) Xochitl Gomez: America Chavez. Uma nova super heroína que vem de um universo alternativo, tem duas mães e o poder de criar portais pelo multiverso. O meu coraçãozinho, e acredito que falo por toda a comunidade LGBTQI++, lá deu uma extra batida de esperança num MCU mais inclusivo. Sabemos que America é supostamente uma personagem Queer, tem duas mães e é verdade que saltarica pelo filme com uma Pride Flag na lapela do casaco de ganga. Mas isso é tudo. Infelizmente, that ‘s all folks. Ainda não é bem desta.
Em conclusão, é um brilhante filme Marvel e tudo o que se poderia esperar de uma produção e elenco de luxo. São duas horas de pura adrenalina e mal posso esperar para descobrir o que vão inventar a seguir. Recomendadíssimo!
Esta análise foi possível com o apoio da Nos Audiovisuais!
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