Godzilla vs. Kong chega aos cinemas portugueses numa altura de desconfinamento da cultura, com o objetivo de puxar mais pessoas para as salas da sétima arte. Um filme como este foi feito para ser visto no cinema, na tela grande e com bom som, mas será que ficou à altura das expectativas?
Após dois filmes do Godzilla (Godzilla e Godzilla: King of the Monsters) e um filme do King Kong (Kong: Skull Island), somos apresentados ao confronto cinematográfico destes dois titãs, com uma vibe muito à Batman vs Superman: Dawn of Justice. Se estás com a preocupação de que precisas de ir ver os três filmes anteriores para perceber este, deixa-me acalmar-te os nervos dizendo que não, não é preciso. Apesar de haver claras referências e ser um óbvio seguimento, tudo o que precisas de saber será explicado o suficiente para puderes aproveitar a história deste último filme.
A história em si de Godzilla vs. Kong é fraca e pouco trabalhada, as coisas acontecem demasiado “porque têm de acontecer” e não porque são construção natural narrativa. Não sei se se pode esperar muito de um filme que se propõe, desde a sua conceção, a ser um filme de violência animal em que os humanos é que são as vítimas.
Obviamente, por serem personagens feitas com CGI, não podemos esperar uma performance de Óscar para Godzilla nem King Kong, mas também não era preciso por o alcance emocional dos titãs apenas em dois níveis: calmo ou aos gritos. Existem vários exemplos de personagens feitas com CGI que mereceram reconhecimento e até uma ponderação para uma nova categoria nos Óscares, como por exemplo Andy Serkis em Senhor dos Anéis ou Planeta dos Macacos.
Apesar das personagens principais terem falhado em demonstrar carácter ou “personalidade”, o pior do filme é toda a vez que uma personagem humana entra em cena (mais de 70% do filme). Infelizmente, alguns dos atores não tiveram ao nível do nome que lhes está associado, como Millie Bobby Brown e Alexander Skarsgård, e tiveram uma performance simplesmente indiferente, aborrecida e em que nada contribuiu para as falhas que o filme precisava de colmatar.
Mas nem tudo pode ser mau em Godzilla vs. Kong, certo? Certo. Houve essencialmente três aspetos em que o filme me aprouve, no excelente CGI, na cinematografia surpreendentemente agradável e colorida e nos efeitos de som. Estes três aspetos tornaram o filme assistível e divertido.
Godzilla vs. Kong é exatamente aquilo que se propõe ser: um filme de ação com monstros à porrada. Não é um filme com uma história elaborada nem personagens bem construídas, mas é um filme com um CGI de alta qualidade, uma cinematografia bonita e efeitos sonoros dignos de uma sala de cinema.
Pode ser uma boa desculpa para voltar ao cinema, mas certamente não será a melhor opção.
Esta análise foi possível com o apoio da Nos Audiovisuais/Warner Portugal!
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