A sequela do soft-reboot Gritos (2022) muda-se para Nova Iorque, depois dos quatro sobreviventes do massacre de Woodsboro deixarem a cidade para trás, e começarem uma nova vida. De regresso para esta aventura sangrenta na cidade que nunca dorme está Sam (Melissa Barrera), Tara (Jenna Ortega), Mindy (Jasmin Savoy Brown), Chad (Mason Gooding), e a nossa repórter favorita, Gale Weathers (Courteney Cox). E claro, não podemos esquecer o regresso de Kirby, interpretada por Hayden Panettiere.
Com uma cena de abertura surpreendente e terrivelmente eficaz, o novo filmes da saga Gritos mostra que o novo Ghostface não está para brincadeiras. O enredo de Gritos 6 decorre um ano depois dos eventos do filme anterior e, centra-se novamente em Sam e Tara Carpenter. A relação entre as duas irmãs evoluiu bastante desde os acontecimentos do filme anterior, tornando-as mais cúmplices, Tara iniciou recentemente a universidade, juntamente com os gémeos Chad e Mindy e, Sam mudou-se para a Big Apple para poder ficar perto da irmã e protegê-la. Danny, Ethan e Quinn, protagonizados por Josh Segarra, Jack Champion e Liana Liberato respetivamente, juntam-se aos quatro amigos, neste filme muito mais violento que o anterior. Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, a dupla que realizou Gritos e Ready or Not – O Ritual, regressa para dirigir uma nova entrada da saga, iniciada em 1996 por Wes Craven e Kevin Williamson.
O grupo terá de se adaptar a uma nova realidade, desconfiar de tudo e todos e, enfrentar uma cidade de mais de 10 milhões de habitantes, com o perigo à espreita em cada esquina.
Gritos 6 transporta-nos para um Nova Iorque sempre em movimento. A cidade que nunca dorme celebra o Halloween, e as consequências que acarreta, tornando-se no playground perfeito para as ações mais macabras, alguma vez pensadas pelo nosso vilão. O Ghostface!
Seria correcto acreditar que a imagem do assassino se tornaria enfadonha e gasta, mas à semelhança das suas “inspirações” (Freddy Krueger, Jason Voorhees, Michael Meyers), sem a icónica máscara, este 6º filme da franquia não seria a mesma coisa. Falo de inspirações não no sentido literal mas, numa forma mais genérica, visto que, são todos vilões de quatro das maiores sagas do subgénero slasher, e grandes referências do cinema de terror.
A máscara do Ghostface volta a ser “vestida”, mas desta vez para aterrorizar os nossos quatro sobreviventes e os seus amigos, pela grande metrópole americana.
Ao estilo a que já nos habituou, Gritos 6 presta homenagens aos filmes da saga, continuando a história do seu antecessor de uma forma original e coesa, sem nunca se desviar do seu objetivo. Ao longo do filme, somos confrontados com diversas teorias, a típica explicação sobre os filmes de terror, uma lista de suspeitos, muito sangue, violência, num filme que gere o ritmo e a expectativa de uma maneira que mais nenhum consegue.
De acordo com a fórmula criada por Gritos, o filme oferece sempre muitos motivos para suspeitar de todos as personagens, especialmente Sam, que continua a ter visões um pouco psicopatas com o pai Billy. Apesar de reusarem esta fórmula, ainda funciona em grande parte, já que no filme é inserido uma paranoia total. Não há boas pistas a seguir que levem à revelação do assassino, nenhuma maneira de identificar a pessoa por trás da máscara do Ghostface além de adivinhar. Em vez disso, os realizadores deixam deixam o espectador no desconhecimento, ciente apenas de que o Ghostface atacará a qualquer momento, em qualquer lugar.
A mudança de cenário ajuda nesta abordagem. Embora não seja o primeiro filme da saga a deixar Woodsboro, Gritos 6 aproveita as qualidades distintivas de Nova York para construir algumas sequências de destaque, como por exemplo a cena no metro, que foi de arrepiar. Cada cena lembra aos espectadores que Bettinelli-Olpin e Gillett estão entre os melhores cineastas de terror da atualidade.
Ao leme dos realizadores de Gritos (2022), fazendo sempre referência à genialidade de Wes Craven, Gritos 6 é um filme que nos deixa a salivar por mais, cheio de tensão, referências e, alguns plot twists, numa cidade única, que se revela um paraíso para o nosso assassino.
Esta análise foi possível com o apoio da NOS Audiovisuais!
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