Em Love and Monsters, um filme criativo pós-apocalíptico do diretor sul-africano, Michael Matthews. Um asteróide dirige-se à Terra e há que o impedir de destruir a civilização. Ao contrário da maioria deste género de filmes, Love and Monsters não se debruça sobre a contagem decrescente para a colisão, mas nas consequências da destruição deste asteróide. Depois da humanidade conseguir destruir o asteróide com mísseis, os produtos químicos que resultam da explosão chovem na nossa atmosfera. Isto transforma os insectos em mutantes gigantes que aterrorizam e matam 95 por cento da população, forçando os sobreviventes a viver em bunkers subterrâneos. Love and Monsters começa sete anos após este evento angustiante e segue Joel Dawson (Dylan O’Brien), que embarca numa jornada perigosa para encontrar a namorada, Aimee (Jessica Henwick), depois de terem sido separados devido ao desastre e finalmente se conseguirem reconectar através do rádio.
No início do filme, Joel vive no subsolo como o único homem solteiro numa colónia de casais apaixonados. Devido à sua tendência de congelar diante do perigo, Joel ficou encarregado de ordenhar a vaca, consertar o rádio e fazer o jantar, enquanto os membros mais corajosos da colónia ficam encarregues de ir à superfície em busca de alimentos e suprimentos. No entanto, quando Joel consegue localizar Aimee pelo rádio, começa a considerar que embora a sua colónia não precise realmente dele, ele precisa de Aimee e então decide embarcar numa aventura por esse novo mundo assustador e perigoso de “amor e monstros.” Rapidamente se junta a um excelente cão chamado Boy, o velho grisalho Clyde (Michael Rooker) e a sua precoce ajudante de 8 anos Minnow (Ariana Greenblatt). Os três, bem ao estilo dos filmes de ação adolescente, vão aos poucos ensinando-lhe lições não só de sobrevivência, mas de coragem, valores e amizade.
Love and Monsters carece da seriedade dos últimos filmes distópicos que têm vindo parar ao grande ecrã, mas talvez seja isso mesmo que o distinga da última geração destes filmes. Neste, temos uma abordagem mais leve e cómica, fazendo lembrar filmes dos anos 80 e 90, em que o roteiro utiliza a desculpa de catástrofes naturais ou extraterrestres apenas para fornecer a algum garoto americano desajeitado um impulso para crescer e se provar. Não procura fazer críticas à sociedade ou debater problemas mais filosóficos de forma metafórica, como acontece por exemplo em Hunger Games, Divergente ou Maze Runner. Pelo contrário, em Love and Monsters o principal objectivo parece ser exatamente o que o título nos diz, (embora se quisermos muito consigamos encontrar talvez uma alusão a talvez às consequências do “aquecimento global”). O foco principal é divertir a audiência, e através da performance encantadora de Dylan O’Brien e dos monstros memoráveis e curiosos, este foco é atingido sem dificuldade.
O único defeito do filme pode ser talvez que é mais um filme com um protagonista homem branco na sua jornada de auto-conhecimento por um mundo assustador. Uma premissa básica e um pouco infantil, que já foi vista e revista, e que não traz nada de relativamente novo ao género. Isto não é necessariamente mau, e o resultado final é engraçado e fácil de se ver, mas deixa sempre aquele bichinho de que algo mais interessante, entusiasmante ou diferente poderia ter sido feito. Pequenas diferenças como o facto de, por exemplo, o interesse amoroso não ter necessariamente de ser uma rapariga, elevaria o filme a outro nível, oferecendo uma diversidade e representatividade que não se vê muito neste género, e que, fundamentalmente não modificaria o filme em si, ou as aventuras da personagem principal.
Em jeito de conclusão, é interessante observar a forma como Love and Monsters procura ser uma nova história por si mesma, não sendo baseada em material pré-existente, uma raridade para o género nos últimos anos, mas acabando por ser quase um spin-off de Zombieland, mas em vez de zombies temos insectos mutantes. O’Brien e Matthews conseguem atingir um equilíbrio agradável entre a comédia e o perigo, com um final que compensa a premissa algo superficial de forma interessante e deixando aberta a possibilidade para uma sequela com tudo para ser um sucesso.
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