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O Farol
por João Simões
Publicado a 12 Fev, 2020

Robert Eggers escreve este pesadelo sobre dois faroleiros no Maine do século XIX que vão aos poucos enlouquecendo juntos. No ecrã, é visualmente assustador e monocromaticamente belo. O cineasta Jarin Blaschke faz um trabalho impressionante ao capturar este conto obscuro e enloquecedor com a sua escolha de ângulos e cenários. O facto de ser filmado a preto e branco apenas aumenta o factor de terror.

As performances de Willem Dafoe e Robert Pattinson têm um golpe de génio, Dafoe em particular, trazendo a um diálogo estranho e complexo algo de macabro e horrorizante. O guião de Robert e Max Eggers é uma homenagem à fala marítima que, embora bem intencionada e talvez fácil de compreender para quem está envolvido no meio, por vezes se torna difícil de acompanhar. Se esmiuçarmos, contudo, toda a grandiosidade visual ficamos com pouco. Como se depois de tirar a gordura toda, ficássemos com pouca carne e apenas osso. Pelo menos foi assim que me senti. O enredo revolve entre Tom Wake (Dafoe) e Ephraim Winslow (Pattinson), dois homens severos e taciturnos, prestes a começar um período de quatro semanas de trabalho num farol. Tom é ex-marinheiro agora incapacitado com uma lesão na perna cuja causa é misteriosa. A sua única função é tomar conta da luz, um privilégio que o torna petulante e queixoso. Ephraim, por outro lado, sendo mais jovem fica encarregue dos trabalhos mais árduos e degradantes. Este desequilíbrio de poderes desde o inicio que deixa Ephraim irritado e ressentido, mas o que o incomoda mais é o facto de não ter permissão para se aproximar da luz. Quando descobre que o ex-assistente de Tom morreu de loucura devido a visões bizarras, e quando este próprio começa a sofrer visões perturbadoras e intimamente eróticas com uma sereia, Ephraim fica desconfiado e aterrorizado. O facto de parecer ser perseguido e atormentado por gaivotas também não ajuda.

Os dois homens balanceiam entre inimizade e camaradagem, intimidade e ódio., relação pai-filho e de luxúria. Eles ficam bêbados e de ressaca juntos, mantêm segredos um do outro e ameaçam-se com esses mesmos segredos. Ephraim, dolorosamente consciente de seu status mais baixo, suspeita que o segredo de Tom seja mais importante que o dele e eventualmente comete um acto atroz.

A diferença deste filme para outros filmes de terror é que O Farol não se apoia nos “jump scares” para assustar, em vez disso navega no limbo entre a realidade e o sobrenatural, a loucura e a sanidade, e a dúvida é a sua maior carta para fazer deste filme uma obra de culto a longo prazo: será que há algo fantasmagórico a acontecer ou trata-se de um suspense psicológico sobre a ilusão? A ambiguidade torna-se assustadora e a teatralidade das cenas apenas ajuda.

A premissa parece simples: as consequências do isolamento. Porém, quando investigado mais profundamente surgem teorias que tentam trazer algum sentido a um conjunto de cenas que parecem viver apenas do espectáculo que causam em nós. Uma das teorias de que mais gostei é a de que O Farol seria uma nova interpretação da famosa lenda grega de Prometeu. Prometeu, desafiador da omnipotência e omnisciência de Zeus, é creditado por ter sido o responsável por roubar o fogo de Héstia e dá-lo aos mortais. Zeus, que temia que os mortais ficassem tão poderosos quanto os próprios deuses o teria então punido por este crime, deixando-o amarrado a uma rocha por toda a eternidade enquanto uma grande águia comia todo dia seu fígado — que se regenerava no dia seguinte. O facto de se achar que o filme seria uma adaptação desta lenda faz algum sentido. Ephraim seria Prometeu, Tom seria Zeus e a luz do farol o fogo de Héstia. O facto de Ephraim ao longo do filme não ter acesso à luz de farol, de lutar com Tom e de no final a tentar roubar e sofrer um destino parecido, mas com uma gaivota em vez de uma águia são tudo factores que fortalecem esta teoria. Contudo, fica a pergunta: como salva ele a humanidade se era esse o objectivo? Não devia de haver algo mais no enredo que tocasse neste aspecto, alguém que beneficiasse do roubo desta luz?

Se esta teoria tem ponta por onde se lhe pegue apenas os escritores poderão confirmar, mas fica aqui a dica para aqueles que quiserem pesquisar mais sobre o assunto. Na minha opinião, se for esse o sentido do filme então este ganha mais qualquer coisa, embora perca ao não elevar este pesadelo para um nível mais épico que seria de esperar de uma tragédia grega e pelo facto de ser necessária alguma pesquisa para os mais leigos. Se não for o caso, e o filme for apenas aquilo que mostra, sem segundas intenções para os mais escolares, ficamos com um bom filme de terror em comparação com outros dos mesmo género, mas ainda assim um filme que deixa a desejar. Fora das teorias o argumento fica confuso, salvo apenas por uma edição interessante. O diálogo é forte mas carregado e exige concentração, o que num filme de terror se torna mais complicado. As performances são boas porque são desconcertantes e desconfortáveis, mas as cenas com a sereia parecem desnecessárias e espalhafatosas. Para além disso, se gostam de filmes em que uma gaivota é uma das personagens mais interessantes, bota pipocas nisso.

Em jeito de conclusão, este é um filme visualmente sublime: Eggers e Blaschke personificam a solidão e a frustração.  Pouquíssimos filmes conseguem assustar e empolgar ao mesmo tempo, e sem dúvida para os amantes do género vale a pena dar uma vista de olhos. Não é para todos, mas para os que gostam é imponente.

O Farol
The Lighthouse
Capa
Bom
Drama, Fantasia, Terror
Realização: Robert Eggers
Estreia: 13 de Fevereiro de 2020 Duração: 01H49M (109 min)
Distribuição: NOS Audiovisuais
7
  • Positivo
  • Cinematografia
  • Performances dos actores
  • Negativo
  • Roteiro difícil de acompanhar
Escrito por:
João Simões
Viajante perdido à procura de sentido nas respostas dos outros. O personagem do Forky no Toy Story 4 em plena crise existencial é o meu animal espiritual. Quando ganhar um Óscar agradeço pelo meio à Cris e ao Ed se não me despedirem até lá.

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