O Jardim Secreto é um clássico da literatura inglesa, escrito em 1911 pela romancista e dramaturga Frances Hodgson Burnett. Conta com várias adaptações para teatro, um musical da Broadway, quatro séries de televisão e quatro filmes. Chega agora ao cinema com um elenco de luxo e pela mão do produtor de Harry Potter (David Heyman).

O Jardim Secreto conta a história da pequena órfã Mary Lennox, enviada da Índia, para morar com seu tio Archibald (Colin Firth) e a exigente governanta Sra. Medlock (Julie Walters) numa enorme mansão em Yorshire. A curiosidade de Mary faz com que comece a explorar a mansão. Rapidamente faz alguns amigos e descobre um jardim maravilhoso onde acaba por passar maior parte do seu tempo.

O filme contém uma temática muito forte: imaginação. No início da história, encontramos uma Mary sozinha, faminta, suja. Mas que, apesar das dificuldades de ter ficado órfã por causa da morte súbita dos seus pais, continua a sonhar e a contar histórias aos seus amigos imaginários, mantendo-se assim, de certo modo, sã. Quando se muda para a mansão do tio é confrontada com a necessidade de crescer e de largar as infantilidades da sua imaginação. Esta luta interior de Mary é no que consiste o enredo do filme e o que traz um sentido metafórico ao significado do jardim.

A produção de David Heyman é sem dúvida um ponto positivo no filme, mas o grande destaque deste reboot de O Jardim Secreto é a maneira estruturada e bem pensada como a narrativa se apresenta.

Não li o livro no qual este filme foi inspirado, por isso não tenho maneira de comparar o quão fiel à fonte é que está. Também não vi os filmes previamente feitos em 1919, 1949 ou 1993, e por isso não tenho comparação possível com essas adaptações anteriores. Mas ao ver este filme senti que uma mensagem foi bem transmitida e que houve subjectividade suficiente para dar lugar à interpretação individual de cada espectador.

O Jardim Secreto estreia nas salas de cinema nacionais no dia 13 de Agosto. Para os fãs que cresceram a ver o reboot de 1993 (sim, eu sei que vocês andam aí) é um filme que têm mesmo que ir ver.