Nicolas Cage sempre foi e será difícil de definir. Um louco, um génio? Não sei. Ao longo dos anos ganhei um fascínio pelo seu trabalho. Há quem diga que é por ser uma Millenial e aparentemente a minha geração não consegue resistir ao upcycle de Tesouros perdidos. Cada vez que me sento para ver um filme do good old Nick nunca sei se vou odiar ou amar. Não existe meio termo: ou é absolutamente genial, ou absolutamente ridículo. Até O Peso Insuportável de um Grande Talento me atingir o córtex e não sei o que pensar. O filme é ridículo e genial ao mesmo tempo!? Uma paródia, uma sátira de uma versão fictícia de si mesmo, com bastante em comum com a vida real. É quase uma quebra da quarta parede e uma celebração de uma carreira repleta de muitos sucessos e ainda mais falhanços. É meta!
Nick Cage (Nicolas Cage) está acabado. Ninguém o quer contratar, até o próprio agente Richard Fink (Neil Patrick Harris) está certo de que a sua carreira como ator chegou ao fim. Rejeitado pela sua ex-mulher Olivia (Sharon Horgan) e farto de dececionar a filha Addy (Lily Mo Sheen), o cenário é tão negro quanto o fundo do garrafa de Whisky que esvazia em dois tempos. Depois de ser rejeitado no papel que acreditava ser a sua última chance de voltar à ribalta, desesperado, aceita um estranho pedido para comparecer na festa de aniversário de um exótico fazendeiro de oliveiras, bilionário espanhol Javi Gutierrez (Pedro Pascal) na Ilha de Maiorca, como convidado de honra (bem!) pago. Ao chegar depara-se com o que parece ser o seu maior fã. Para Javi, Nick é o melhor ator de todos os tempos. Rapidamente os dois homens tornam-se os melhores amigos, porém, nem tudo é o que parece. Espanha está a viver um ambiente político de alta tensão com a eleição de um novo presidente para a Catalunha, com a filha do principal candidato, misteriosamente desaparecida. Nick cruza caminhos com a agente especial da CIA Vivian (Tiffany Haddish), que está a investigar o possível rapto. O resultado é uma série de eventos mirabolantes em que nada é o que parece, pondo o espectador em dúvida se o doce Javi estará relacionado com a situação. Ou até mesmo se o arrepiante Lucas Gutierrez (Paco León), o seu primo, será o verdadeiro mau da fita.
A quem lê este artigo, prometo uma comédia repleta de situações hilariantes de riso fácil, cenas ridículas de ação, hollywoodescas e até momentos enternecedores. Tudo com boas performances de todos os atores, com principal destaque para Pedro Pascal, que com o seu maneirismo quirky é de longe a estrela deste filme louco.
Com este filme, Nicolas Cage mostra que acima de tudo é humano e que, contra todas as probabilidades, vai continuar a impor a sua presença no mundo do cinema. Da minha parte, o meu fascínio continua mais vivo do que nunca e mal posso esperar para ver o que ele vai inventar a seguir.
O Peso Insuportável de um Grande Talento estreou ontem, dia 21 de Abril. Mais do que recomendado! Mas cuidado, não se engasguem com as pipocas entre as gargalhadas e os facepalms (fica o aviso).
Esta análise foi possível com o apoio da Pris!
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