Dia 25 de Dezembro estreou o filme de animação mais esperado de 2020: Soul – Uma Aventura com Alma.
Num ano em que o cinema estagnou, a decisão da Disney foi de não lançar o filme nas salas de cinema e apenas deixar disponível directamente para todos os subscritores da Disney+. Mas será que esta peça moderna de animação conseguiu superar as expectativas?
Soul tem a mesma essência de Inside Out (“Divertidamente”, na tradução em português). Ambos são filmes que nos querem passar uma mensagem profunda através de uma história sentida. No entanto, Soul falha em ter o mesmo nível de intensidade emocional que Inside Out teve. Talvez seja injusto comparar os dois, mas é difícil não o fazer quando ambos apresentam conceitos tão semelhantes.
Desde a sua concepção, Soul esteve sempre um pouco à sombra do sucesso Inside Out. Será que vai ser igual? Será que vai ser melhor? O facto de não se ter conseguido superar as expectativas desiludiu-me.
Em termos de animação, é-nos apresentado um filme com o selo de qualidade da Disney Pixar, quer nas sequências que se passam em Nova Iorque, quer nas sequências que se passam no “plano astral”. Em Nova Iorque, gostei da confusão, do caos e do barulho e de como as pessoas eram retratadas, achei que foi um elogio à cidade. No “plano astral”, gostei imenso da originalidade que tiveram em criar algo interessante, mas com elementos conhecidos de algumas religiões/crenças.
O voice acting não me surpreendeu muito. Gostei da performance do Richard Ayoade (Moss do IT Crowd, se não viram façam um favor a vós mesmos e ide ver) e da Rachel House. Estava à espera de mais do Jaime Fox e Tina Fey, mas por um lado fiquei feliz que o estrelato deles não influenciou a qualidade do filme.
Soul é um bom filme, mas não é um filme para crianças. Não por ser gráfico ou trágico, mas porque as crianças (e os idosos) são precisamente os únicos que ainda aproveitam as pequenas coisas da vida inconscientemente. Soul é, para mim, um filme para todos os adultos que se esquecem de viver com medo de não ter dinheiro ou sucesso. É uma chamada de atenção para “as aparências não são tudo na vida”.
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