Nada como voltar a uma sala de cinema, ouvir aquela música de introdução da Marvel e saber que as próximas duas horas vão ser de entretenimento puro.
Após muitos adiamentos, por causa da pandemia, Viúva Negra (Black Widow) chega finalmente ao grande ecrã para dar o início cinematográfico à Fase 4 da Marvel, que tanto esperávamos.
Neste filme, voltamos atrás no tempo, na timeline da MCU, para os eventos que sucedem ao terceiro filme do Capitão América, Civil War. Acompanhamos a fuga de Natasha Romanoff (Nat para os amigos) à task force de Thaddeus Ross, que procura prender todos aqueles que ficaram do lado do Capitão América durante o conflito do Tratado de Sokovia. Durante esta aventura, conhecemos uma família antiga de Nat, dos seus tempos de assassina para a USSR.
Estas novas personagens foram muito bem introduzidas no contexto em que foram apresentadas. São personagens importantes e interessantes para a história da Black Widow e que podem muito bem vir a ser aproveitadas mais tarde noutros filmes ou séries desta Fase 4 da MCU. No entanto, senti que, apesar de uma boa introdução, estas novas personagens foram mal desenvolvidas durante o filme. Houve todo um potencial mal aproveitado na personagem de Red Guardian e no novo vilão, Taskmaster. Faltou profundidade às personagens, ficou tudo muito pelo superficial.
Este mau desenvolvimento das personagens é a consequência de um primeiro ato muito bom, mas um segundo e terceiro ato do filme completamente dissonantes do que nos é prometido no início do filme. Talvez o filme tenha sofrido restruturações por causa dos adiamentos e por isso este produto final pode não ser o mesmo que teríamos visto o ano passado. Mas a verdade é que, de um momento para o outro, apercebi-me que a vibe do filme estava completamente diferente, para pior. As sequências de ação estão excelentes, a realização está boa e o filme tem um elenco e uma produção fantástica. Mas isso é o que já se espera de um filme da Marvel, é quase garantido. Mas este filme não me trouxe aquele sentimento que costumo ter ao ver filmes da Marvel. Estava à espera de melhor.
Black Widow não foi o início mais forte para esta nova era da Marvel. Senti que não acrescentou quase nada à história geral da MCU. Não consegui deixar de achar que este filme foi feito mais para, como se diz no bom português, “encher chouriço” ou espremer conteúdo de uma personagem que já está morta.
É verdade que este filme tem uma ligação clara com séries da Marvel na Disney+, que recomendo muito que as vejam, especialmente o The Falcon and the Winter Soldier. É natural que Black Widow tenha as suas conexões a filmes passados e que vá ter a filmes e séries futuras. Mas não teve o impacto que esperava que tivesse e isso desiludiu-me.
Black Widow é um filme com o selo de qualidade Marvel, mas mal aproveitado.
Black Widow estreia nas salas de cinema no dia 8 de Julho e estará disponível na plataforma Disney+, em regime Premier Access, a partir de 9 de Julho.
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