Iberanime, finalmente! Depois de dois anos de pandemia chegou! Uma miríade de cores foram-me presenteadas à entrada. Parte má, estacionamento, o meu carro fez Rally Dakar e lá alapou ao pé de tanta lata que lá havia. O tsunami de pessoas que aqui acorreram, após o seu confinamento em cada doce lar, é incrível! Tive a sorte de ser imprensa de videojogos, é claro, porque era capaz de jurar que a fila tinha quilómetros tantas pessoas que apareceram.
Após a minha entrada atribulada, a primeira bancada que vejo é um palco de espetáculos autêntico, a Nintendo! De cores garridas de vermelho e preto, a “parança” neste local era obrigatória, especialmente pelos jogos populares que tinham na sua atual plataforma, a Nintendo Switch. A qualidade apresentada já é por todos nós conhecida em jogos de família, como a Nintendo Switch Sports, e para os mais incautos, do Mario Strikers, Super Smash Bros., e Mario Kart! Aquilo estava cheio! Oito ecrãs, oito consolas e vi pessoas de todas as gerações a divertirem-se quase em uníssono. No altar deste templo da Nintendo temos um ecrã gigante, que quando eu cheguei estava permanentemente a passar o seu futuro sucesso: Pókemon Scarlet e Violet. Como cheguei ainda cedo fui informar-me sobre o que ali se passaria, e iria ser o clássico de entretenimento, torneios, uns contra os outros, para ver quem sai vitorioso na batalha dos dedinhos!! Tudo isto apresenta-se-me como um bailado de entretenimento e ginástica, cujos espectadores era a malta toda que estava à espera, e muita ainda por cima! Se existiu grande entrada para mim foi esta! Valeu logo a pena a receção.
Logo a seguir procurei aquilo que mais me tocava, e como sempre encontrei, uma bancada de venda de jogos e uma parte só de retrogaming. Na 2P Jogos, encontrei logo um título da minha coleção e que andava doido para comprar, The Lucky Dime Capper Starring Donald Duck! Estes senhores presentearam-nos com dois tipos de plataformas para divertimento, uma dos tempos áureos dos videojogos, e outra dos tempos mais modernos para nos fazer relembrar os salões de arcada. Na belíssima Megadrive, estava o Sonic, a icónica mascote da SEGA. Numa primeira vez vi, dois meninos a divertirem-se com o ouriço azul e a sua velocidade supersónica. Numa segunda vez estava com o Ed e a consola brecou. A malta de noventa sabe que existe um botão de reset para a consola e… Pimbas! Passei o primeiro nível tão depressa como carreguei no botão. Do outro lado estava um bartop, com um bruto jogo de chapada. Os bartops estão na moda pela sua capacidade de emulação, têm carregados todos os grandes jogos de outros tempos, e a capacidade de dar-nos divertimento infindável. Eu não conhecia o jogo de chapadona, escolhi um tipo parecido com o Krilin, e acabei por levar uma bruta malha. Não conseguia levar a barra do tipo sequer a um terço. Não ficou na memória o título, tinha um nome asiático esquisito.
Neste ambiente cheio de cor reservaram um espaço a lembrar o que já referi acima, os grandes salões de arcada! Neste cantinho retro, mas mesmo muito retro, entramos com duas máquinas de Flippers, cujos temas são o CSI e Star Trek. Cheias de cores e obstáculos alusivos aos temas, não consegui jogar nem uma, e que pena tenho. A última vez que joguei uma num evento destes foi a do Super Mário onde bati os objetivos, “zerei” a máquina e fiquei com o HighScore, até filmado fui. E após isto… Gaba-te cesto que vais para a vindima! Na continuação, encontrei a versão arcada do Outrun 2 com os seus assentos desportivos e volantes com o símbolo da Ferrari, Cyber Cicles com as suas motas imersivas podendo inclinar o jogador até noventa graus, e o Dance Stage Euromix, à espera de encontrar quem será o próximo Michael Jackson. Para mim, muito mais interessante eram as quatro máquinas de arcada que existiam no recinto. De novo, todas personalizadas a fazer lembrar os “bons velhos tempos”, até com a imitação das ranhuras onde colocávamos as moedinhas de cinquenta escudos! Logo na primeira começamos com um clássico, Mortal Kombat, onde dois valentíssimos terráqueos assumiam os papéis de Sub-Zero e Liu Kang na luta pelo destino da Earthrealm. Numa outra, King Of Fighters 97. Na linha dos grandes jogos de pancada saídos na década de noventa como o Samurai Showdown e Fatal Fury, lá estavam mais dois a praticar a arte da chapada, mas desta vez numa região que me pareceu asiática a tentar ganhar o torneio mundial! Numa outra um jogo que me é muito querido, Metal Slug 2. Aqui os dois aventureiros encarnavam o Marco e Eri na sua luta contra um maléfico e sinistro exército. Na minha ânsia de jogar encontrei a última máquina, sozinha e triste, com um jogo por mim muito conhecido, Cadillacs and Dinosaurs. O jogo era para dois e tentei começar a jogar sozinho com as duas personagens, até que vi um menino dos seus 12 anos com o irmão a olhar para o jogo. Perante a minha inocente pergunta se ele queria jogar comigo, ele respondeu que não sabia jogar, ao mesmo tempo que se lançou à máquina! Este Beat’em Up fez-lhe as delícias, ao mesmo tempo que dávamos umas murraças aos Black Marketeers e umas palmadinhas de amor aos dinossauros.
Ao fim de passarmos duas áreas lembrei-me da multifuncionalidade e das plataformas que estavam inseridos naquela caixinha de surpresas. O menino tinha adorado Cadillacs and Dinosaurs, o que poderia ele dizer do meu querido velhinho Metal Slug? Experimentei colocar o primeiro título. Começámos a jogar e o irmão do menino que o acompanhava, exclamou quase imediatamente: “Joguei esse jogo na Playstation 2”! E eu pensava :- “Obrigado aos que se lembraram de fazer o porte para a moderna consola”. Ao fim do primeiro nível e derrotado o Boss, o menino só dizia “Isto é brutal”, ou “Nem conhecia estes jogos”, ao qual o irmão responde, “Só sabes jogar Fortnite!” A meio do segundo nível, a minha esposa ligou-me, fui substituído pelo irmão do menino, e aqui estou a escrever esta peça. Assim foi o meu Iberanime, e aqui fica uma das histórias que fazem a mítica e união deste evento.
Obrigado Afonso e Rafael por esta recordação.
Um abraço a todos!
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