Hoje trazemos a análise de um dos melhores jogos económicos, de acordo com o Board Game Geek. Clans of Caledonia é um jogo muito interessante e que conjuga várias mecânicas de vários jogos já conhecidos. Por exemplo, a inspiração para o tabuleiro central deste jogo foi o tabuleiro do Catan, outro jogo também extremamente conhecido.
No entanto, o objetivo central do jogo é totalmente diferente. O objetivo é simples: satisfazer pedidos. Quantos mais pedidos tenhamos preenchidos, mais pontos podemos ter (ou não) no final do jogo. Isto aliado, claro, a mecânicas de gestão de recursos e preenchimento do tabuleiro com as nossas produções, tendo, também, sempre em vista uma boa gestão monetária.
Este jogo pode ser jogado entre 1 a 4 jogadores, tem uma duração média de 30 a 120 minutos (embora este possa ser reduzido de acordo com a experiência dos jogadores em causa) e deve ser jogado por maiores de 12 anos. Diria que o jogo em si não é muito complexo, mas tem algumas regras especificas que não podem ser esquecidas quando jogamos, classificando-o assim como um jogo de dificuldade média.
Em Clans of Caledonia, como disse, o objetivo é preencher pedidos. E como é que fazemos isso?
Bom, em primeiro lugar, todos os jogadores começam com um tabuleiro de jogador, coberto por indicares das suas produções. À primeira vista pode parecer um pouco complexo, mas na verdade, todos os símbolos fazem sentido. Existem três recursos simples: a lã, o leite e o feno; e quatro produtos trabalhados: carne, queijo, pão e whisky. Depois temos os nossos trabalhadores que podem ser lenhadores ou mineiros. Cada trabalhador colocado no tabuleiro central dá dinheiro ao início de cada ronda. Ou seja, os recursos servem para preencher pedidos e os trabalhadores servem para angariar dinheiro para, mais tarde e consoante os pedidos que quisermos realizar, conseguirmos preencher esses ditos pedidos.
Temos ainda acesso, nesse tabuleiro de jogador, aos nossos mercadores, que podem ser utilizados para comprar ou vender bens e por fim, o marcador de navegação. Estas são traduções minhas, portanto podem não coincidir com referências diretas do jogo. Este ultimo marcador serve para possibilitar a nossa movimentação dentro do mapa central, isto é, por exemplo, se não tivermos qualquer avanço neste marcador, não podemos passar rios de um lado para o outro. Da mesma forma, não conseguimos utilizar os bónus demarcados nos cantos do tabuleiro (acreditem, vocês vão querer estes bónus, mesmo que só possam ser utilizados uma vez ao longo de todo o jogo).
Esta é a parte referente ao tabuleiro de jogador.
O tabuleiro central, por sua vez, é onde a magia toda acontece. É aqui que organizamos o nosso jogo de forma a tirar o máximo de proveito de cada um dos locais onde decidimos colocar os nossos elementos, sejam eles fábricas, animais ou trabalhadores. Existem vários tipos de locais onde podemos colocá-los, mas existem regras de colocação inerentes a cada um deles, por exemplo, um lenhador não pode ser colocado for de um hexágono que não tenha uma mata. Um mineiro também só pode ser colocado em montanhas. As fábricas ou os animais, por sua vez, devem ser colocados nas planícies, onde não existam nem matas nem montanhas. Aliado a essa escolha está, claro, o custo de cada coisa, tendo que, para isso, somar o valor da coisa que queremos colocar com o valor do terreno em causa. Existem formas para isso não acontecer através das recompensas pelo preenchimento de determinados pedidos, mas nem todos têm esse bónus.
Tirando estes dois tabuleiros principais, temos ainda o tabuleiro do mercado, onde os jogadores podem comprar ou vender produtos. Aqui há uma mecânica fantástica de redução ou aumento do preço dos bens vendidos e comprados ao mercado, respetivamente, de forma a simular uma situação de oferta-procura. Uma mecânica muito bem implementada e explorada, na minha opinião.
Por fim, temos o tabuleiro dos pedidos e da contagem dos pontos de vitória e dos recursos mais raros (tabaco, algodão e cana-de-açúcar). Neste tabuleiro podemos encontrar os pedidos disponíveis para cada jogador, podendo, cada um deles, escolher um, para depois o puder satisfazer. Atenção! Cada jogador apenas pode ter um pedido no seu tabuleiro (a não ser que tenha um clã que possibilite ter mais do que um), e apenas pode escolher outro no fim de satisfazer todos os pedidos desse contrato, sob pena de ficar com ele indefinidamente.
Os clãs são a cara deste jogo. Os clãs são como poderes especiais que cada jogador tem desde o início do jogo. Todos os poderes são igualmente fortes (diria) e todos podem obter bons resultados se utilizados como deve ser. Os autores do jogo foram porreiros ao ponto de colocarem, para cada um dos clãs existentes, dicas de como atuar para tirar o máximo partido do que o clã tem para oferecer. Em jeito de exemplo, existe um clã que nos deixa ter dois pedidos ao mesmo tempo; há outro que nos deixa vender leite por oito moedas cada um; e há outro até que nos permite colocar três trabalhadores iniciais em vez de um só!
Basicamente, estes clãs definem a nossa estratégia de jogo. Se forem forte nos recursos básicos, os vossos pedidos devem focar-se apenas e só nesses e não nos refinados. No entanto, mais uma vez, faz parte da estratégia de cada um, escolher aquilo que quer fazer. Existe um enorme leque de pedidos para satisfazermos ao logo do jogo e existem muito mais para explorar, o que significa que em cada jogo que fizermos os pedidos irão ser sempre diferentes uns dos outros. Também os clãs são imensos, assim como os hexágonos de bónus que se encontram nos cantos do tabuleiro principal.
Clans of Caledonia é economicamente desafiante e divertido. Nunca sabemos o tipo de estratégia que vamos abordar em cada jogo e isso é ótimo, pois faz com que cada experiência seja única e inovadora. Sempre que jogamos estamos perante uma realidade diferente, seja no clã que controlamos, seja nos pedidos que decidimos escolher, seja nos locais do tabuleiro central que decidimos colocar os trabalhadores. O tabuleiro central é modelar, pelo que pode ser combinado de diversas formas para dar lugar a ainda mais experiências distintas.
Nunca sabemos o que nos espera em Clans of Caledonia a não ser que temos de preencher todos os parâmetros dos pedidos de escolhemos.
Sabemos o destino, mas não sabemos o que pode acontecer na viagem.
Depende da escolha de cada um se o objetivo final será cumprido ou não e, mesmo que não seja, temos a certeza de que nos divertimos durante o percurso. É um jogo relativamente rápido, principalmente a dois jogadores (cerca de 1 hora aproximadamente), fácil de jogar e, para os jogadores mais experientes, fácil de aprender/ensinar. Têm apenas de ter em atenção as pequenas nuances que existem no jogo, em termos de regras, mas nada de extraordinário. Recomendo.
Aproveito para vos deixar um link para o site da Karma Games, onde podem obter a vossa cópia do jogo sem se darem ao trabalho de procurar! Bons jogos pessoal!
Esta análise foi possível com o apoio da Karma Games!
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