Hoje trago-vos algo que nos é muito querido. Acho que não conheço nenhum português que não sabia, pelo menos, que a sueca é um jogo de cartas, normalmente relacionado com os cafés, onde os velhotes jogam com aquelas cartas já amarelas. Conheço, inclusive, alguns relatos de violência relacionado com este jogo. O povo português é realmente fascinante, pois nem no jogo queremos perder!
Herrlof é isso mesmo, um jogo de cartas simples, para dois jogadores, onde quem sabe jogar à sueca, sabe jogar este jogo. Parece que foi desenhado a pensar em nós, portugueses.
Herrlof é, como disse, um jogo da sueca, mas com algumas nuances. A primeira delas é a fase da adivinha. Tal como no jogo da sueca, a primeira coisa a fazer é baralhar, dar cartas e identificar o trunfo. Aqui, existe esse mesmo princípio. No entanto, despois desta fase introdutória, temos de adivinhar quantas vazas vamos ganhar. No final do jogo, temos a possibilidade de ganhar pontos de vitória consoante a nossa previsão. Se acertarmos em cheio no número de vazas e tivermos mais do que cinco, ganhamos 10 pontos. Se apenas tivermos ganho três ou quatro vazas, ganhamos 5 pontos independentemente do número que adivinhámos. Finalmente, se não tivermos mais do que duas vazas, não ganhamos pontos nenhuns. A fase de jogar as cartas é tal e qual como a sueca. Existem quatro cores diferentes (os quatro naipes) e determina-se o primeiro jogador. Este deve jogar uma carta de uma determinada cor que deve ser assistida pelo outro jogador. Caso o jogador não tenha uma carta da mesma cor, deve jogar uma carta de cor diferente, perdendo, no entanto, a vaza. Se jogar uma carta de valor maior e da mesma cor do que a inicialmente jogada, ganha a vaza. Tal e qual a sueca.
Todavia, não existe apenas aquela nuance da adivinhação neste jogo, quando comparado com a sueca. Existem dois tipos de cartas novos: uma carta com três triângulos e outra com um N em ponto grande. A carta dos triângulos significa que a vaza é destruída, ou seja, esta vaza não vai para nenhum dos dois jogadores. O jogador que começar a vaza em questão, continua a jogar em primeiro na próxima. Se a vaza for constituída por duas cartas destas, o trunfo do jogo é redefinido!
A carta com o N significa que é a carta de valor mais baixo no jogo. Ao jogar esta carta, o jogador que a jogou começa a vaza seguinte. Se forem jogadas duas cartas destas, o jogador que começou por jogar a sua, joga novamente em primeiro na jogada seguinte.
Se alguma destas cartas for revelada na fase de identificação do trunfo, o jogo começa sem qualquer trunfo associado. Existem, ainda, algumas notas relativas aos números jogados durante as vazas que vou deixar para vocês explorarem. Estas nuances servem para corrigir eventuais problemas que o jogo original tem, mas nada de muito relevante.
Se gostam de sueca, vão gostar deste jogo, quase de certeza. E porquê “quase de certeza”? Bem, Herrlof altera um jogo que traz memórias boas a muita gente, memórias essas que apenas podem ser recriadas em certos ambientes, com certas pessoas. Por exemplo, quando os meus pais estavam a trabalhar e os meus avós ficavam comigo, em pequeno, costumava jogar à sueca com o meu avô. Essas memórias ainda permanecem comigo até aos dias de hoje e, claro, naquele tempo, apenas tínhamos a sueca clássica. Este jogo nunca vai conseguir substituir essas memórias.
No entanto, uma das coisas que me deixou um pouco desiludido foi a qualidade da produção deste jogo. É um simples jogo de cartas, mas as cartas não têm qualidade nenhuma. São finas, não têm qualquer acabamento e tenho a certeza de que a caixa do jogo não está desenhada para cartas com sleeves. Um simples baralho de cartas custa um euro em algumas lojas. Considerando a qualidade do produto, não sei se compensa estar a comprar esta variante de sueca.
Mas bom, no geral, é um filler interessante pela história que partilhamos. Não é um jogo revolucionário nem substituí o original, mas se tiverem oportunidade, experimentem. Mal também não faz!
Esta análise foi possível com o apoio da Maldito Games!
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