Hoje, decidi escrever sobre uma recente aquisição minha. Um título chamado King of Tokyo – Dark Edition. A minha paixão por jogos de tabuleiro tem aumentado de dia para dia, há coisa de um ou dois anos. Tenho a minha pequena coleção que, embora ainda seja minúscula, já ofereceu umas boas horas de entretenimento. Uma coisa é certa. É muito mais saudável para o corpo e para a mente do que videojogos, na minha opinião. Não estou a dizer que devemos levar todos os jogos de tabuleiro de forma leviana e só para diversão. Temos sempre aquele aspeto competitivo e aquele amigo que detesta perder, o que faz com que os jogos possam ficar amargos de repente. No entanto, para que um bom jogo de tabuleiro resulte, precisamos de contacto com amigos para que essa experiência seja elevada ao seu exponencial máximo. Para além disso, se, tal como eu, passam imenso tempo do vosso dia em frente ao computador, os vossos olhos irão agradecer imenso essa pausa de ecrãs.
De volta ao jogo em questão: King of Tokyo – Dark Edition é uma versão melhorada do famoso King of Tokyo. Previamente, já haviam sido lançadas duas edições, onde basicamente corrigiram as aparências do jogo sem mexer muito nas mecânicas primárias deste. No entanto, o mesmo não acontece aqui. Em King of Tokyo – Dark Edition é adicionada uma escala nova, para que certos aspetos do jogo sejam mais valorizados e para que diferentes estratégias sejam recompensadas. Deste modo, King of Tokyo – Dark Edition torna-se menos monótono dependendo dos jogadores com os quais estamos a jogar. No entanto, deixarei esta discussão em aberto para o final da análise.
Em King of Tokyo – Dark Edition, tomamos a posição de diversos monstros que andam a destruir a cidade de Tokyo. Nas edições mais antigas, os monstros eram desenhados de um ponto de vista mais infantil, de modo a atrair a faixa etária dos mais pequenos. Nesta edição, tudo é recreado para uma versão mais obscura do jogo: as cartas são maioritariamente desenhadas com temas de terror e assustadores; os tokens são, também eles, mais detalhados e sombrios, assim como os dados (preto mate e branco mate); e, por fim, os monstros. Os monstros são todos desenhados de um ponto de vista mais “adulto”. Já não são simples bonecos engraçados que andam a brincar à apanhada. Não! Agora, claramente, qualquer um deles pode conquistar a galáxia! Posto isto, para começar o jogo teremos de escolher uma personagem. Qualquer uma serve visto que não existe nenhuma particularidade entre elas.
Depois dessa importante escolha, basta serem lançados os dados. Em regra, temos seis dados para rodar, com três tentativas. À terceira rodagem é definitivo. Depois, é só resolver o que está nos dados. No caso dos números, temos de ter 3 dados para obter o resultado que queremos. Por exemplo, 3 dados com o número 2 dá dois pontos de vitória (e outra coisa que já vamos falar). No entanto, energia, dano e vida não é necessário tirar 3 dados iguais. Cada um conta como tal. A grande novidade que este modo de jogo trouxe é a wickedness track, aquele indicador que vemos do lado direito do tabuleiro. Para que serve, perguntam vocês? Bom, este novo elemento do jogo veio substituir, em parte, a primeira expansão para o jogo base, chamada Power Up!, que incluía cartas com poderes para cada um dos monstros e desenhas para cada um deles em específico. Não significa que essa mecânica não possa, também ela, ser introduzida nesta nova edição, até porque a forma de obter as cartas de poderes é diferente: a wickedness track dá-nos poderes consoante retiremos 3×1 nos dados ou 3×2, ganhando assim os respetivos pontos de vitória e subindo nesse indicador, duas ou uma casa respetivamente.
Os poderes logo no jogo base são, na minha opinião, essenciais para cada sessão de jogo e concordo com a sua implementação sem gastar 15€ ao consumidor. No entanto, como disse, nada impede a pessoa de comprar e utilizar as duas (estou a pensar em fazê-lo).
De resto, o jogo é praticamente o mesmo. Há duas formas de ganhar: pontos de vitória (chegar aos vinte) ou destruir todos os outros monstros. Se estivermos em Tokyo, é mais vantajoso porque podemos atacar todos ao mesmo tempo, mas não nos podemos curar. Se estivermos de fora, atacamos só o que está em Tokyo, mas podemos curar-nos. O monte de cartas que o jogo traz podem ser adquiridas com energia que ganhamos com os dados ou através das cartas da wickedness track. Também essas podem dar-nos poderes interessantes como ter mais um dado ou imediatamente roubar pontos a outro jogador.
Em suma, King of Tokyo – Dark Edition é a versão definitiva desta saga, contemplando poucos, mas essenciais elementos novos, principalmente, a wickedness track. Se este jogo já era um jogo essencial para qualquer biblioteca de jogos de tabuleiro, com esta nova edição é ainda mais importante ter uma cópia. O jogo é mesmo muito bom e acima de tudo divertido! Nunca conheci ninguém que jogasse este jogo a sério e isso faz parte da magia dele. Para além disso, é um jogo curto (cerca de 30 min) o que faz com que os jogadores com mais tempo possam experienciar várias sessões de jogo na mesma noite.
Para mim, sem dúvida que merece a posição em que está!
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