Mais conteúdo, a mesma essência!

Hoje trago-vos uma expansão para um jogo que já aqui foi alvo de análise: Tapestry Plans and Ploys. Tapestry tomou o mundo dos jogos de tabuleiro em surpresa quando foi anunciado, pois a companhia que o trouxe para o mercado, a Stonemaier Games, já era, há muito, conhecida por imensas pessoas e, principalmente, pelos amantes de um pequeno jogo chamado Scythe. Por isso, quando as pessoas ouviram que iria ser lançado um jogo com a marca da SMG e que seria um jogo de civilizações, toda a gente perdeu a cabeça. No entanto, quando o jogo foi efetivamente lançado, a história foi outra, pois Tapestry pouco ou nada tem que ver com um jogo de civilização. Na verdade, não existe um tema ou mecânica certo associado ao jogo. É um pouco de tudo.

Mas bom, já me estou a alongar. Em Tapestry Plans and Ploys são adicionados mais conteúdos ao jogo base, tal como em qualquer expansão. Todavia, ao contrário do que, de uma forma geral, acontece com a generalidade das expansões, esta expansão apenas enaltece certos aspetos do jogo base.

Este tipo de expansão não introduz mecânicas novas ao jogo. Apenas melhora certos aspetos que, no fundo, já deveriam ter sido corrigidos no jogo base. Não deixam de ser bem-vindos por isso. A primeira e maior alteração que esta expansão trouxe para o jogo é a introdução das chamadas “Landmark cards”. Estas cartas são distribuídas no início de jogo, a cada jogador, a par da sua figura correspondente – que vêm incluídas nesta expansão e, claro, pré-pintadas, tal como no jogo base – e dão ao jogador um pequeno objetivo para cumprir. Assim que satisfeito, o jogador pode colocar a figura na sua capital. Esta figura é dada ao jogador no início da partida e apenas ele pode adquiri-la na sua capital. Cada jogador tem acesso ao seu e a mais nenhum.

Depois deste pequeno boost inicial, temos também a introdução dos contra-ataques dos contra-ataques. Um pouco confuso, eu sei, mas eu explico. No jogo base, aquando da conquista de um território inimigo, o jogador que estava a sofrer o ataque poderia revelar uma carta de contra-ataque, prevenindo o ataque do oponente e mantendo o seu território. Do lado do atacante não havia nada a fazer em situações como esta. Até agora. Nesta expansão foram introduzidas várias cartas para negar que as cartas de contra-ataque funcionem. Deste modo, também os atacantes têm uma forma de responder. Isto vem corrigir um grande problema que existia no jogo. Quem quisesse conquistar territórios a outros jogadores, estava sempre intimidado pelas cartas que este poderia ter (ou não) na mão. Tudo bem que isto não é um jogo de combate, mas se o jogador quisesse desenvolver essa estratégia, estava sempre impedido. Felizmente, esse ponto foi corrigido e agora temos uma forma de ripostar!

Estas foram as duas mudanças fulcrais desta expansão. Como vêem, não são introduzidas novas mecânicas, mas sim novas formas de corrigir o jogo base.

Porém, estas duas novas introduções não vieram sós. Foram também adicionadas novas cartas de Tapestry ao jogo, assim como novas civilizações, todas com efeitos e características diferentes (os aliens são fantásticos), e ainda novos tiles de espaço!

Em termos acessórios, foram adicionados 12 pequenos tiles para indicar quais os edifícios do tabuleiro que ainda estão disponíveis e, ainda, uma pequena bolsa para ajudar a baralhar os tiles de exploração.

Veredito

Como viram pela descrição dos componentes, o jogo pouco mudou. Quem gostava de Tapestry, irá adorar as alterações pois são pequenas nuances que fazem todo o sentido. Aqueles que não gostavam do jogo base não irão alterar o seu sentimento depois desta expansão. A introdução dos mini-objetivos que cada um pode prosseguir era esperado, embora tenha sido bem concretizado. Talvez fosse a favor de aumentar o catálogo de oferta dessas mesmas cartas, são apenas 5, o que faz com que não exista assim tanta diversidade quando comparada com o resto do jogo. Percebo que se assim o fizessem, não conseguiriam vender esta expansão ao preço de uma expansão, pois seria muito mais caro. Os outros dois edifícios que são adicionados ao jogo são, também eles, muito interessantes, sendo um deles para um tile de espaço e outro para uma carta de Tapestry.

A junção de mais cartas de Tapestry e, principalmente, das cartas de contra-ataque dos contra-ataques são muito boas. Provavelmente, a melhor parte da expansão, na minha opinião, pois coloca o jogo sempre numa situação de suspense. Nunca sabemos o que pode resultar da invasão de um território.

Tenho apenas duas coisas a apontar. A primeira é que a expansão não cabe dentro da caixa original. Não sei quanto a vocês, mas eu já me via grego para colocar todos os componentes de volta para a caixa original, depois de jogar. Com a junção desta pérola, pior. As miniaturas não podem ser colocadas na caixa do jogo base, a não ser, claro, que tenham tirado o insert que veio de origem. Ainda não me passou tal coisa pela cabeça e sinceramente, duvido que passe porque os meus jogos dificilmente saem de casa. Para pessoas que têm de os levar de um lado para o outro, percebo a chatice de levar sempre duas ou três caixas, principalmente quando a primeira já não é pequena.

A segunda coisa que tenho a apontar é igualmente grave, se não mais até. O saco para baralhar os tiles de exploração. É super fina, super sensível e parece que se vai rasgar a qualquer momento. Depois de tantos anos a mostrar qualidade nos produtos que vendem, a Stonemaier Games, realmente, não galardoou os seus fãs com um acessório à sua altura.

Em suma, para os fãs do jogo base, recomendo. Para aqueles que não querem saber de Tapestry, nem vale a pena verem as fotos porque não há nada de novo… ?