De tantos jogos que existem no mundo, o mais conhecido é, sem sombra para dúvidas, o Tetris. Todos conhecem, inclusive, aquela música icónica do jogo, que nos faz voltar atrás no tempo assim que a ouvimos. E perguntam, o que é que Tetris tem a ver com este jogo de tabuleiro? Bem, na verdade, a única que a que este jogo se assemelha ao Tetris é a colocação estratégica das peças ou, neste caso, dos recursos. Em Tiny Towns, temos como objetivo fazer a nossa própria cidade, consoante aquilo que os jogadores tiverem, por objetivo, construir. A par desta mecânica de colocação de recursos em espaços específicos, o jogo tem ainda alguns lamirés de outro jogo, igualmente, famoso: Bingo! Vamos ver, então, que espécie de jogo Tiny Towns realmente é.
Tiny Towns é, como disse, um jogo de colocação de recursos, ao longo do nosso tabuleiro de jogo. No início da partida, existem um conjunto de cartas representativas das estruturas que podemos construir ao longo do jogo. Estas cartas não são estáticas, isto é, em cada jogo que façam, têm a possibilidade de jogar com cartas diferentes do que aquelas que jogaram na partida anterior. Nem que seja, pelo menos, uma diferente. Apesar das cartas terem efeitos e construções completamente diferentes umas para as outras, o tipo de construção e a forma de construir não altera. Por exemplo, se eu quiser fazer uma construção utilizando um cubo cinzento e outro castanho, eu sei que posso, pois, existe um tipo de construção que utiliza, sempre, este dois recursos.
Tiny Towns traz consigo duas opções de jogo: podemos jogar como se tivéssemos a jogar Bingo. No início de cada turno, cada jogador nomeia um recurso que todos os jogadores têm obrigatoriamente de colocar no seu tabuleiro. O jogo dá também a opção de jogar com um pequeno baralho de cartas que representa todos os recursos existentes, tendo, os jogadores, de colocar recursos consoante aquilo que saí.
Para a colocação de cada recurso existem regras próprias: não podemos colocar dois recursos numa só casa e não podemos remover ou mover os recursos uma vez colocados (a não ser que os removam para colocar o devido estabelecimento). A forma como colocamos os recursos para construir certas estruturas tem de ser sempre aquela que está representada em cada carta. Podem, no entanto, inverter a forma representada na carta, desde que respeitem a colocação dos recursos, isto é, não podem trocar recursos de sítio, mesmo que sejam aqueles exigidos para construir o prédio pretendido.
O jogo termina quando todos os jogadores preencherem a sua cidade ou decidirem não construir mais. Os recursos que ficaram abandonados na vossa cidade são removidos do tabuleiro e os espaços por eles deixados, em branco, contam como pontos negativos.
Tiny Towns é facilmente ensinado a qualquer pessoa e isso é a magia do jogo, na minha opinião. É, provavelmente, o jogo mais simples que já apresentei aqui e acho mesmo que cabe em qualquer coleção. É um jogo rápido, funciona bem até quatro jogadores, pois mais do que isso, cada jogador perde imenso controlo dos recursos que precisa e o jogo torna-se frustrante. No entanto, para os amantes do género, é um jogo que é difícil de dominar. É um jogo que pode ter duas vertentes: para os amadores, Tiny Towns é um jogo simples, calmo e rápido; para os mais experientes, Tiny Towns pode ser um jogo com uma vertente competitiva muito interessante, pois nunca sabemos o que os nossos adversários podem pedir ou, até mesmo, construir (embora possamos ver tudo o que é construído pelos outros).
Acho que a forma mais divertida de jogar é através da nomeação de recursos pelos jogadores, embora as cartas também não fiquem muito atrás. Aliás, para os jogos a solo, não temos outra opção.
O tema de jogo é, diria, um pouco acessório, mas a arte é muito bonita. Todas as cartas são muito bem ilustradas, dando quase um sentimento de Everdell ao jogo. Os materiais utilizados no jogo são, também eles, muito bons e o insert que o jogo incluí facilita imenso a arrumação de todos os componentes de jogo.
Quanto à rejogabilidade, diria que o jogo tem imensas opções distintas de ser jogado. Existem imensas cartas diferentes, de tipos diferentes e cada uma com efeitos diferentes umas das outras. Os monumentos são cartas que podem ser (ou não) jogadas com o jogo base, dando aos jogadores a opção de jogar com elas ou não. Na minha opinião, os monumentos são muito bem-vindos porque dão, a cada jogador, um prédio diferente dos gerais, que mais ninguém tem acesso senão o jogador que contra a carta. Para além disso, os efeitos de cada monumento são, também, todos diferente, tornando, assim, o jogo mais desafiante e dinâmico.
Em suma, este pequeno jogo de mistura de mecânicas é um ótimo jogo, no geral. Recomendo vivamente!
Esta análise foi possível com o apoio da Alderac Entertainment Group!
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