Terror não é, habitualmente, a minha cena. O que não quer dizer que de vez em quando não leia uma coisa ou outra. Especialmente se for algo com grande impacto cultural, como é o caso dos clássicos (ou de uma série super popular, por exemplo).
Por isso, até podia vir aqui falar de Drácula, Frankenstein, ou daquela vez em que li The Shining. Mas não, venho trazer-vos uma obra do homem que é a encarnação do gótico e horror: Edgar Allan Poe. Há muito por onde escolher, já que a obra dele é basicamente toda ela creepy. No meio de tanta variedade, escolhi A Máscara da Morte Vermelha por razões que se vão tornar óbvias rapidamente.
Auspiciosamente, li este livro, em formato manga, no início de 2020. Esta é a história de uma peste que está a varrer o mundo (parece-vos familiar?) e que causa dores horríveis, sangramento pelos poros (daí o nome “Morte Vermelha”) e morte em meia hora.
Mas isto das pragas é uma coisa que toca mais a uns do que a outros. Príncipe Próspero convida os seus amigos nobres e trancam-se todos numa das suas abadias onde têm entretenimento e vinho com fartura. Enquanto este pessoal se diverte, os pobres cá fora continuam a morrer a torto e a direito. (Parece-vos familiar?)
Um dia, Próspero decide organizar um baile de máscaras a ocupar sete salas, cada uma com a sua cor, com última decorada a vermelho e negro, para criar aquele ambiente e tal. É nesta sala que está um relógio enorme, e sempre que toca a hora, pára a música e a rebaldaria porque o bater de um relógio destes é sinistro e perturbador.
Ao bater das doze badaladas, os nobres notam a presença de um intruso vestido com uma mortalha manchada de sangue e uma máscara que o fazia parecer um cadáver. Próspero fica ofendido com o mau gosto do disfarce e manda prender o intruso para o enforcar de manhã. No entanto, ninguém se mexe e o intruso foge de sala para sala. Com uma adaga na mão, Próspero segue-o até à última sala.
Sem saída, o intruso vira-se para ele e Próspero cai morto. Em pânico, os nobres arrancam o disfarce do intruso para descobrir que não havia ninguém por trás da máscara.
DUN DUN DUN!
E depois toda a gente morre. Parece que nem os ricos escapam à morte. Fim.
Agora a sério: O ano passado, ponderei escrever sobre este conto (e outros clássicos), mas estávamos numa fase complicada e achei que seria de mau gosto. Agora que temos uma taxa de vacinação excelente e com os casos a diminuir, acho que já podemos olhar para trás com outros olhos e talvez fazer uma piada ou duas.
Se quiserem ver mais sobre esta e outras histórias de Poe, recomendo este video. Garanto que é igualmente aterrorizante e quase de certeza mais divertido.
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