Escassus Dinherus.
Subproduto da família dos muito comuns “carteum vazius” este espécimen, invisível ao olho nu e muito comum em Portugal, é uma das poucas boas razões para um leitor de fantasia ainda não ter devorado os livros de Brandon Sanderson. A outra é o falecimento.
Antes que seja acusado de ser dado à hipérbole – naquilo que seria um exagero punível com a leitura forçada de dois livros de José Rodrigues dos Santos – deixem-me explicar: O senhor é mesmo bom naquilo que faz.
O leitor aprecia mundos fantásticos complexos?
Dirija-se, por favor, à livraria nº 5 que o Dr. Sanderson vai já atendê-lo.
O leitor arqueja de noite, entre sonhos febris, por séries de fantasia divididas em múltiplos volumes, cujo autor não demore cerca de 10 anos a escrever o próximo tomo?
Saiba que enquanto estava a ler esta frase, o Dr. Sanderson receitou-lhe duas pequenas novelas de 200 páginas cada.
O leitor comicha-se por enredos de largo escopo, sistemas de magia inventivos e originais, séries interligadas entre si, mas passíveis de serem lidas separadamente?
Apesar de a sua sintomatologia ser misteriosamente conveniente para o autor deste texto, saiba que as suas preces foram ouvidas pelo Dr. Sanderson, que irá já ter consigo.
Sim, sim, na livraria nº5.
No fundo do corredor, à esquerda.
Mesmo que queira passar por cima da forma (ligeiramente parva) como o autor lhe foi apresentado neste texto, se é apreciador de fantasia não pode continuar a ignorar o trabalho de Sanderson.
Excelso leitor, a sério.
A Cosmere (universo partilhado de muitas das histórias e séries de Sanderson) é uma mina de ouro por descobrir. São histórias dentro de histórias, segredos dentro de segredos e, mais importante, diversão dentro de muita diversão.
Para que fique absolutamente claro: Sanderson não vai ganhar o Nobel da Literatura. A sua linguagem está longe de ser a coisa mais requintada que pode consumir. Mas desafio-o a encontrar e ler um autor com uma maior capacidade de produzir, de forma regular, trabalhos tão consistentemente bons.
Autores com uma grande imaginação há muitos. Pessoas capazes de contar uma boa história? Basta olhar para a sua estante e, de certeza, que encontra pelo menos dois ou três nomes. As duas coisas juntas? Também há, mas menos.
Agora juntar as duas coisas, enquanto se criam personagens inesquecíveis e se dá vida a momentos épicos descritos de forma cinematográfica, apelativa e viciante? É uma raridade. Uma raridade mais valiosa que o ouro.
É isso que tem estado a perder se ainda não leu Brandon Sanderson. Por isso, a não ser que esteja a ler o Café Mais Geek desde o Além, faça o favor de adquirir leituras do Dr. Sanderson.
Na livraria nº5, no fundo do corredor, à esquerda.
Se chegar ao Robert Jordan já andou de mais.
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