Café Mais Geek
  • Página Inícial
  • Press
    • Anime
    • Banda Desenhada
    • Cinema
    • Jogos de Tabuleiro
    • Literatura
    • Manga
    • Séries
    • Videojogos
    • Esports
    • Eventos
    • Videos
  • Studio
  • Original
  • Play
  • Viva
    • Dia Mais Geek
    • Geeks d'Ouro
  • Sobre
    • Sobre
    • Geek Call
    • Editorial
    • Contacto
    • Parceiros
  • Passatempos
  • Home
  • Notícias
    • Edições Velha Lenda alerta para a necessidade de inclusão na literatura nacional
      Notícias
      Revelada a capa do novo romance de Nuno Nepomuceno
      Destaque
      Dicas de leitura da Velha Lenda
      Notícias
  • Análises
    • Ruination – A história crítica de Runeterra
      Análises
      Guardiã da Noite
      Análises
      His Dark Materials – Uma trilogia fantástica que explora a religião, destino e liberdade
      Análises
  • Artigos
    • Artigos
      • Crónicas de um Leitor Tresloucado
    • 5 Livros para um Halloween assustador ?
      Artigos
      Mistborn – 5 razões para ler esta épica saga
      Artigos
      10 livros para leres neste Outono
      Artigos
  • Eventos
    • Votações abertas para a Vª Edição dos GEEKS d’OURO
      Nacionais
      Submissões Abertas para a Vª Edição dos Prémios GEEKS d’OURO
      Destaque
      Feira do Livro de Lisboa 2022
      Calendário
  • Videos
    • Videos
      • Macchiatos
    • Mansão Assombrada chega dia 27 de julho aos cinemas
      cinema
      Embarca na nova e emocionante viagem até à Terra do Nunca com “Peter Pan e Wendy”
      cinema
      Daisy Jones & The Six recebe trailer e poster
      series
  • Especiais
    • Ciclo dos Horrores está de regresso
      O Pai Natal do Café Mais Geek está de regresso
      Vamos começar o Ciclo dos Horrores 2020
As Histórias do Lacerda
Morte ao Autor
por Tiago Lacerda
Publicado a 05 Dez, 2020

Porque eu gosto de começar todos os textos fingindo que sou muito mais inteligente e culto do que aquilo que de facto sou, hoje começamos com uma referência a um teórico literário francês. Se o leitor tiver nem que seja 2% da atitude de todos os críticos de cinema do Público, sei que ler as palavras “teórico literário francês” mexeu consigo a um nível íntimo.

Infelizmente para si, eu além de me armar em esperto, também gosto muito de ser uma besta. Por isso, reformulando: hoje começamos com uma referência a um famoso teórico literário francês. Agora que esmagámos o Luís Miguel Oliveira que há em si, vamos prosseguir.

Algures num século que não é o nosso (não cheguei ao fim do artigo da Wikipédia por isso não posso precisar), um critico literário francês anafado postulou o seguinte: a critica a uma obra literária deve fazer a distinção entre a obra e o autor. Ou seja, para a análise e fruição de uma obra não interessa se o autor é pescador ou se teve vinte mulheres. Nem sequer se o autor teve vinte mulheres que, por acaso, pescou. O texto deve valer por si.

Este autor, a quem os pais chamaram Roland Barthes, mas a quem gosto de chamar Bartinho, levanta uma questão que nos dias de hoje é cada vez mais relevante.

(Numa próxima crónica têm de me ajudar a perceber, por que raio, é que os autores apenas levantam questões. Nunca baixam, mexem ou empurram questões, mas estão, constantemente, a levantá-las. Estranho).

Vamos ao caso mais gritante dos últimos meses: J. K. Rowling.
Como não estamos aqui para discutir política, vamos partir do princípio que todos concordamos que as suas posições no que à comunidade trans diz respeito são erradas.

Devem deixar de ler Harry Potter por isso?  Devem passar a incorporar este dado em cada re-leitura e dar esta camada extra de significado ao texto? Ou devem continuar a ler o texto pelo que ele é e, sobretudo, por aquilo que ele é para vocês?

Como já devem calcular (porque este truque de a última questão ser aquela com que o cronista concorda está longe de ser novo), eu acho que as posições, acções e afiliações de um autor são absolutamente indiferentes para o usufruto de uma obra. A “Morte do Autor”, como lhe chamou Barthes parece-me a única forma de saudável de nos relacionarmos com a arte.

A obra vale por si. Ou melhor, por si e por ti. Um livro, um quadro uma qualquer peça de arte tem apenas sempre duas dimensões fixas: a do texto (pelo texto) e a que o leitor lhe confere ao ler o mesmo com base nas suas experiências, interesses, hábitos e vida.

Fazer esta separação não torna o leitor conivente, acéfalo ou muito menos apolítico. Podemos admirar um artista pela sua obra e desprezá-lo, criticá-lo e atacá-lo pelas suas atitudes.

Porquê? Porque salvo raras excepções (que são na maioria dos casos bastante fáceis de descobrir à priori,) a obra e o autor não têm nada a ver. Por exemplo, o leitor é a favor do homicídio? Acredito que não. Mas gosta – porque eu sei que é culto, dado à arte erudita e capaz de perceber que lhe estou a dar graxa – e é capaz de se emocionar e reconhecer o talento do trabalho do conhecido pintor e assassino Caravaggio, não é?

Se ambas as suposições são verdade, só podemos concluir uma coisa: a força de uma boa obra (especialmente uma que perdura pelos séculos) reside somente na obra. Está a montante do autor e das suas ações. E é por isso que, saibamos ou não dos seus crimes, pecados e pecadilhos nos continuamos a comover (em sentido lato) com “O Pianista”, com o Annie Hall e com todos os livros de Harry Potter.

Respeito todas as opiniões em contrário mas, caro leitor, para mim a única forma de viver a arte é com uma sentença de morte à mão.
Morte ao autor.
Longa vida à obra!

Escrito por:
Tiago Lacerda
O Tiago é um budista reformado que neste momento vive em Portugal, mas que já residiu no estrangeiro. Nomeadamente, no Algarve. Fala para cima de 110 línguas diferentes. Infelizmente, 108 desses idiomas só ele os entende. Tem o hábito de inventar descrições sobre si próprio e ainda bem pois é um individuo que não convém conhecer.

achamos que também podes gostar disto

Quem quer ler isto? (Edição Famosos)
Creativity: A Short and Cheerful Guide
As Novas Cartas Portuguesas (da Sacanice)
A intrigante relação entre o Prémio Nobel da Literatura e os Excesso

Redes Sociais

Parceiros

Bubok Portugal

Chiado Books

Clube do Autor

Coolbooks

Edições Velha Lenda

Editorial Divergência

Harper Collins

Imaginauta

Leya

Porto Editora

Saída de Emergência

Café Mais Geek ® De 2017 a 2022 a tornar o mundo mais geek!
Hospedagem geek em Webtuga!
MAIS INFORMAÇÃOFECHAR
  • Sobre Nós
  • Play
  • Geek Call
  • Contacto
  • Parceiros
  • Avaliações
  • Termos e Condições