Para quem me conhece, sabe que adoro um bom romance. Se este tiver uma pitada de sensualidade e marotices, ainda melhor! E também para quem me conhece (ou para quem quiser dar uma voltinha pelas minhas opiniões literárias no Café Mais Geek), sabe que não gostei nada da trilogia As Cinquenta Sombras. O meu desgosto pelos livros foi, em grande parte, por dois motivos: a personagem feminina (ainda hoje reviro os olhos ao pensar na Anastasia Steel) e a fraca narração.
Em Signor Ridini, temos tudo o que As Cinquenta Sombras têm e ainda mais, mas bem executado! Mas vamos por partes…
No primeiro livro da trilogia Entre pólvora e veneno, somos apresentados à jovem Isabeau, de 15 anos, que trabalha num pequeno café na pacata zona da Provença (França). Por fora, Isabeau é apenas uma adolescente, descrita no livro como não sendo muito bela, sendo salva apenas pelo cabelo e os seus lindos olhos. Uma rapariga normal na flor da juventude, mas por dentro, Isabeau vive no inferno há 10 anos.
Tudo muda quando o belo italiano Giacomo Ridini, o CEO da companhia aérea Ridini Airlines, aparece no café, juntamente com o seu motorista, e se encanta por Isabeau nos primeiros segundos e logo descobre (por meios próprios) o terror que esta vive. Maravilhado pela jovem e numa espécie de cavaleiro montado no cavalo branco (neste caso, num Rolls-Royce), Ridini faz um acordo com Isabeau: vai salvá-la, levando para longe do seu inferno, onde ela irá viver no luxo e ter uma educação adequada, mas dali a 10 anos, eles voltariam a encontrar-se e Isabeau lhe daria uma oportunidade para entrar na vida dela e fazê-la sua.
A história dá um salto de alguns anos, onde vemos Isabeau, agora apenas Beau, com 23 anos, a viver em Londres, com uma família que a adora, tendo se tornado numa jovem elegante e educada. Ridini cumpriu a sua parte do acordo, afastando-se da jovem e deixando-a viver uma vida que ela nunca podia ter imaginado. Mas tudo muda quando o italiano decide ir passar o Natal com a sua família a Londres. E aqui começa o jogo da sedução! Não vos conto mais da história para não estragar nenhuma possível surpresa.
Isabeau mostra-se uma personagem feminina forte, sem medo de dizer o que pensa e de enfrentar os seus medos. Tem uma personalidade adorável e é muito fácil nos encantar por ela. Giacomo Ridini, o belo e sensual italiano, é um personagem bem profundo, cheio de traumas e com a sua quota de inimigos, que lhe promete fazer a vida num inferno. Ridini não é de todo um homem com uma alma inocente, mas fará de tudo ao seu alcance para proteger aqueles que ama. Algo que adorei no italiano foi o facto de que desde o início ele revela os seus sentimentos a Isabeau, nunca tendo receio de os mostrar e não andamos naquele jogo de gato e rato do “eu sei que gosto de ti, mas não te vou dizer!”.
As personagens secundárias encaixam como uma luva no enredo e trazem muito conteúdo para a história. No entanto, alguns plots poderiam ter sido um pouco mais desenvolvidos e existem figuras que aparecem muito de leve na história, mas como isto é uma trilogia, pode ser que haja mais desenvolvimentos no futuro.
Tenho de deixar uma nota a um trio de tias de Isabeau, que foram um ponto-chave neste livro. Aqueles diálogos durante os jantares de família pareciam retirados dos típicos encontros de família “tuga”, onde temos sempre aquele familiar que não sabe ter filtro no que diz, acabando sempre a refeição numa algazarra impossível. Foram das cenas mais hilariantes que li nos últimos tempos.
Toda a narração é feita na terceira pessoa e em várias perspetivas, desde Isabeau, Giacomo, familiares de Isabeau e até aos inimigos de Ridini. Isto permite ao leitor ter vários ângulos da história e perceber os motivos e os sentimentos das várias personagens. A escrita é fluída e profunda, mesmo nos momentos de maior sensualidade.
Para além do físico e da luxúria, o livro explora muita bem a conexão emocional entre as duas personagens. A história de amor deles é a combinação certa de sensual e emocional, com um final que vai deixar os leitores com o coração nas mãos e a torcer pelo segundo livro e que este não demore muito tempo a chegar (isto é para ti, Edições Velha Lenda!).
Signor Ridini não se limita a ser apenas um livro erótico. Fala de assuntos bem marcantes e emotivos desde bullying, violação, pedofilia, homossexualidade, entre outros tópicos, que para um público mais sensível poderá deixá-lo desconfortável, mas são sempre assuntos bastante pertinentes e que merecem ser explorados e discutidos.
Hélène White é uma escritora portuguesa, que nasce a 20 de março de 1989. Apaixonada por romances e tendo como inspiração grandes nomes como Nora Roberts, Hélène defende que os seus livros têm de ter tanto de romântico e fantasiosos, como de humanos e intensos. Começou a sua carreira na escrita no Wattpad, com a Trilogia Entre Pólvora e Veneno.
Signor Ridini é o primeiro livro da trilogia e também o primeiro a escritora, e conquistou mais de 100.000 leitores online.
Signor Ridini é um romance erótico muito bem escrito, com alguns assuntos difíceis de abordar, mas também é temperado com brincadeiras dinâmicas, engraçadas e uma dose forte de bondade fumegante que realmente faz este romance ganhar vida.
Se és um leitor de romances, aconselho vivamente a leitura. Poderás achar este livro viciante, e cuidado, arriscaste a ficar com uma ressaca literária enquanto esperas pelo segundo volume. Do que estás à espera para conhecer o Signor Ridini? Não te vais arrepender…
O livro encontra-se em pré-venda no site das Edições Velha Lenda e o lançamento oficial acontece já no dia 10 de fevereiro.
Esta análise foi possível com o apoio da Edições Velha Lenda!
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