Os Filmes Vencedores da 23.ª edição MONSTRA
Publicado a 20 Mar, 2024

O Festival de Animação de Lisboa regressa em Março de 2025 e convida a Áustria e os realizadores nacionais Regina Pessoa e Abi Feijó.

Terminou no passado domingo, 17 de Março, a 23.ª edição da MONSTRA. Durante 11 dias, passaram pelo Cinema São Jorge e por outras salas lisboetas cerca de 400 filmes, num ano em que se celebraram o cinema de animação da Irlanda – o país convidado – e os 50 anos do 25 de Abril através do tema “Liberdade de Expressão”.

“Sopa Fria”, de Marta Monteiro, foi o maior galardoado do festival tendo arrecadado os Prémios Especial do Júri – HBO Max (1.000,00€) e do Público, na Competição Vasco Granja. Composto por Chelo Loureiro, Teresa Nicolau e Adriano Smaldone, o painel de jurados decidiu atribuir o Prémio SPA – Vasco Granja (2.500,00€) a “Quase Me Lembro”, de Dimitri Mihajlovic e Miguel Lima, destacando-o pela “poética, transmitida por uma expressividade artística e criativa únicas”, feita por “um canto e cor de um pássaro livre”. “O filme certo para também celebrar os 50 anos do 25 de Abril”, acrescentou. O palmarés teve um segundo Prémio Especial do Júri – HBO Max (1.000,00€) para “O Estado de Alma”, de Sara Naves, cuja estreia mundial aconteceu na 23.ª MONSTRA. Já “Páscoa”, de André Ruivo, levou a Menção Honrosa.

O Grande Prémio MONSTRA de Melhor Longa – RTP (5.000,00€ em direitos televisivos) pertenceu a “Galinha para Linda”, de Chiara Malta e Sébastien Laudenbach. A película francesa e italiana, brindada ainda com o Prémio do Público, é, segundo o júri formado por Alê Abreu, Giulietta Fara, Martina Frajštáková, Mick Hannigan e Rogério Gomes, “uma bela história com várias camadas, tanto para crianças como para adultos, com uma direcção de arte única e personagens muito impactantes”. Nesta Competição de Longas-metragens, “Tony, Shelly e a Luz Mágica”, de Filip Pošivač, arrecadou a Melhor Longa para a Infância e Juventude, e “A Concierge”, de Yoshimi Itazu, o Prémio Especial do Júri.

Os representantes do painel de jurados da Competição de Curtas-metragens escolheram “A Estação Púrpura”, de Clémence Bouchereau, para o Grande Prémio MONSTRA de Melhor Curta – RTP (1.500,00€ em direitos televisivos). “O uso magistral de animação ‘pinscreen’ criou um mundo mítico delicado e poderoso de inocência e despertar” foi o argumento utilizado para descrever a obra do realizador francês. Na mesma categoria, Andy Cowton, Annika Dahlsten, Christian Rodriguez, Inês Sá Ribeiro e Maura McDonnell entregaram o troféu de Melhor Curta Portuguesa (1.000,00€, com o apoio da Ageas Seguros) a “Sopa Fria”, de Marta Monteiro, que “chama a atenção para um assunto muito sério”, sublinhando “os desenhos de linha única e a colagem de objectos domésticos, [que] aprisionam e escondem o trauma encarnado pela protagonista”, e “a mensagem forte sobre como é possível desaparecer e voltar a ser visível”. O Prémio Especial do Júri e o Prémio do Público couberam a “À Deriva”, de Levi Stoops, e a “Madeleine”, de Raquel Sancinetti, respectivamente.

“Nuvem”, de Diego Estrada e Christian Arredondo Narvaez, trouxe para casa o Grande Prémio MONSTRINHA – Inatel (1.000,00€). Na categoria que abrange o programa do festival dedicado às crianças e às famílias também sobressaíram “Peixe-Balão”, de Julia Ocker, com o Prémio do Público Escolas, e “O Mistério das Meias Desaparecidas”, de Oskar Lehemaa, com o Prémio do Público Pais e Filhos. As Menções Honrosas destinaram-se a “Vai-te embora, Alfred!”, de Célia Tisserant e Arnaud Demuynck, e a “Duas Batidas”, de Marino Guarnieri.

Destaque ainda para a Competição de Curtas de Estudantes, onde o júri sénior elegeu “É Só Um Todo”, de Bianca Scali (Melhor Curta de Estudantes), e “O Teu Pai”, de Anita Kühnel Szabó, e “Até depois Campeão!”, de Alexis Mouron (Menções Honrosas). “Estás aí Sr. Lobo?”, de Louise Laurent, Alizée Van de Valle, Emma Fessart, Jeanne Galland, Célina Lebon e Annouck François (Melhor Curta de Estudantes), e “Ao Oitavo Dia”, de Agathe Sénéchal, Alicia Massez, Elise Debruyne, Flavie Carin e Théo Duhautois, e “Dente-de-Leão”, de Ling Zhao e Zhengwu Gu (Menções Honrosas), foram as escolhas do júri júnior. O Prémio do Público contemplou “Passeio no Vento”, de Jiahang Li.

Por sua vez, “Os Gatos são Líquidos”, de Natálie Durchánková (Melhor Curtíssima), “Aromas”, de Tiago Silva, Eyshila Gondim e Sofia Ceia (Melhor Curtíssima Portuguesa), e “O Rapaz Azul”, de Rickie Cai, e “Saber cair é uma ciência”, de Katalin Egely (Menções Honrosas), venceram a Competição de Curtíssimas.

Na Competição Perspectivas, houve Prémio do Público de Longas para “Robot Dreams”, de Pablo Berger, e Prémio do Público de Curtas para “Mee and Burd”, de Greg McLeod.

José-Manuel Xavier, Ed Hooks, Georges Schwizgebel e José Manuel Costa foram as personalidades distinguidas, este ano, com o Prémio Carreira.

Sobre a 23.ª edição da MONSTRA, que decorreu entre os dias 7 e 17 de Março, o director artístico Fernando Galrito assinala que “foi, em termos gerais, público, qualidade da programação e de equipa, talvez a melhor de sempre em 24 anos, por isso fica um desafio enorme para a celebração do 25.º aniversário do festival, no próximo ano”.

Em 2025, a MONSTRA acontece de 20 a 30 de Março e terá a Áustria enquanto país convidado. Os multi-galardoados artistas e cineastas nacionais Regina Pessoa e Abi Feijó são os responsáveis pelas ilustrações da MONSTRA e MONSTRINHA, respectivamente.

Escrito por:
Cristiana Ramos
Dividida entre o mundo da Ciência e o mundo Geek. Viciada em livros e viagens. Espectadora assídua no cinema, especialmente se aparecer um certo Deus com cabelos loiros. Adora filmes de terror. Louca por cães, mas eles são tão fofos! Romântica incurável (apesar de não admitir).