Cruella
Publicado a 26 Mai, 2021

Cruella De Vil, Cruella cruel

É mais traiçoeira que uma cascavel

Quando se pensa em vilões da Disney é difícil deixar de fora da lista a icónica Cruella de Vil.

Introduzida pela primeira vez em 1961, durante a era prateada da Disney, no filme de animação 101 Dálmatas e, décadas mais tarde, interpretada em live-action pela grande Glenn Close, hoje podemos voltar a ver esta vilã no grande ou pequeno ecrã com uma história de origem da personagem interpretada por Emma Stone.

Quando a Disney anuncia um novo filme live-action, o primeiro instinto dos fãs é revirar os olhos e dizer “Uuuuhh, mais um filme live-action. Eles não sabem estar quietos?”. E, de facto, tem sido um totoloto. Temos adaptações que ficaram incríveis como A Bela e o Monstro e Aladdin, mas outros que falharam redondamente, como Mulan e O Rei Leão. Mas a verdade é que com este filme, a Disney procurou uma abordagem diferente querendo mostrar algo novo, mas familiar.

Cruella é exatamente aquilo que se esperava, mas ao mesmo tempo foi algo completamente inesperado. A “fórmula Disney” está bem presente, o que torna o filme previsível no que toca a história, mas foi a “execução” desta fórmula que fez com que o filme parecesse algo completamente novo e inovador.

O filme tem uma vibe muito punk rock que lhe dá uma energia completamente única e nunca antes vista num filme da Disney. O tom de Cruella é negro e sinistro, muito ao estilo de A Series of Unfortunate Events, como se fosse um humor negro ligeiro e tolerável por todos (se é que algo do género existe). A banda sonora, apesar de estranha, encaixa na perfeição com o estilo que o filme impõe. É toda uma experiência refrescante para os filmes da Disney que temos visto recentemente, mas acredito que possa não ser para todos os gostos.

O elenco do filme foi extremamente bem escolhido. A começar pela protagonista, Emma Stone, que encaixou na perfeição nesta interpretação da personagem, e Emma Thompson, a verdadeira antagonista deste filme, que fez um papel que só ela é que conseguiria entregar.

Algo que me fez confusão ao sair da sala de cinema, foi ter ficado a pensar que esta Cruella que foi re-imaginada, não é coerente com a vilã que já conhecemos em interpretações passadas. Da Cruella que temos quando acaba este filme até à Cruella que podemos vir a ter numa possível nova adaptação do filme 101 Dálmatas, ainda vai um esticão grande. Talvez seja indicador que uma sequela deste filme possa acontecer antes de termos a tal nova adaptação do filme clássico, ou que simplesmente essa adaptação vai ter um desenvolvimento muito diferente do que estamos à espera. É aguardar para ver. Eu fiquei curioso.

Outros aspetos negativos do filme é que é muito longo e tem momentos antagonicamente mais calmos que quebram o ritmo do filme, alongando-o desnecessariamente e até mesmo perdendo o fio à meada.

Cruella estreia nas salas de cinema no dia 27 de Maio e estará disponível na plataforma Disney+, em regime Premier Access, a partir de 28 de Maio.

Esta análise foi possível com o apoio da Nos Audiovisuais!
Cruella
Muito Bom
Realizador:
Argumento: ,
Duração: 02H14M (134 min)
Distribuição: ,
Lançamento: 27 de Maio de 2021
8
  • Positivo
  • Vibe punk rock que dá uma energia completamente única ao filme
  • Banda sonora encaixa na perfeição
  • Elenco extremamente bem escolhido
  • Negativo
  • Esta Cruella não é coerente com a vilã que já conhecemos em interpretações passadas
  • Muito longo
Escrito por:
André Pinto
Data scientist de dia, gamer e cinéfilo à noite, geek a tempo inteiro. Desde muito novo que a minha mãe me dizia "Não percas tempo a ver séries e a jogar esses joguinhos"... Well look at me now, mom! De todas as pancas que tenho Star Wars, Harry Potter e Doctor Who são as maiores de todas. Quem quiser combinar uma ida ao cinema, estou por Lisboa. Allons-y!