As Brumas de Avalon, uma obra com mais de 40 anos, da autora Marion Zimmer Bradley, adaptada ao pequeno ecrã e conhecida por muitos, tornou-se num clássico de literatura em todo o Mundo e numa referência da literatura fantástica.
A saga divide-se em quatro volumes: A Senhora da Magia, A Rainha Suprema, O Rei Veado e O Prisioneiro da Árvore e conta-nos a história das mulheres por detrás do trono do Rei Artur, o lendário rei britânico, em cuja corte se terão reunido os mais nobres cavaleiros, contando as suas aventuras à volta da famosa «távola redonda».
Nesta primeira parte da história, são apresentadas algumas personagens: os heróis masculinos que todos conhecemos, como Artur e Lancelot. Mas, também, aquelas que virão a ser as protagonistas principais desta saga, as mulheres de Avalon. Nestas, importa destacar Morgaine, irmã de Artur e sacerdotisa de Avalon, que é quem nos guia através das páginas, e nos dá a conhecer a sua mãe, Igraine, as suas tias, Vivianne e Morgause, e tantas outras figuras que surgem nesta fantástica história.
Começamos, então, por conhecer a história de Igraine, do seu casamento e do seu papel na profecia de Avalon, segundo a qual seria mãe do salvador da Bretanha: o rei Artur. Depois, crescemos com Morgaine, entretanto levada para Avalon e criada como sacerdotisa. Começamos a perceber, também, como é que o seu caminho se prende com o de Artur.
Não me posso alongar mais sobre o enredo da Senhora da Magia, porque não quero, de forma alguma, contar mais do que devo e acabar por retirar parte do encanto da história.
Ao focar-se nas personagens femininas, Marion Zimmer Bradley conseguiu dar uma nova vida à história de Artur. É um livro encantador, mágico e, ao mesmo tempo, cheio de detalhes históricos.
Para terminar, e como ponto menos positivo, há que refletir sobre o alegado feminismo que, tantas vezes, é associado a esta obra. Sem dúvida, que a autora atribui importância e papéis relevantes às mulheres da vida de Artur. Contudo, ao mesmo tempo, continua a relevar a importância de terem junto a si um homem com poder, a importância de que tenham filhos do sexo masculino, entre outras coisas. Deixo para a opinião de cada um: serão estas menções uma crítica disfarçada à sociedade da altura? Ou, por outro lado, será que a obra não é tão feminista quanto parece à primeira vista?
Nota: Neste texto, estamos exclusivamente a analisar o conteúdo do trabalho da autora, nomeadamente no primeiro livro das Brumas de Avalon. Não pretendemos, com o que foi escrito, fazer qualquer juízo de valor às acusações feitas à autora em contexto familiar e pessoal.
Esta análise foi possível com o apoio da Saída de Emergência!
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