Hoje tenho o prazer de vos apresentar mais um dos grandes. Um daqueles que fazem parte da história dos jogos de tabuleiro. Um daqueles que, tal como dita as regras do costume, vem de uma companhia de grande influência, companhia essa que já tive a oportunidade de falar aqui no site: Stonemaier Games. Trata-se de nada mais, nada menos do que Between Two Cities. A versão que venho apresentar e analisar trata-se de uma versão revisada da edição de 2015, ou seja, esta versão do jogo (Essencial Edition) traz o jogo base juntamente com a única expansão que foi lançada para o mesmo: Capitals, em 2017.
Como de costume, vou começar por apresentar as mecânicas do jogo e depois deixarei um espaço em especifico para a minha análise pessoal.
Este jogo introduz uma mecânica interessante. Existe uma semi-cooperação entre as cidades que estão a ser construídas pelos jogadores. No final do jogo, pontua a cidade que menos pontos tiver gerado através da sua construção. Cada jogador irá construir duas cidades, uma com o jogador da esquerda e outra com o jogador da direita e daí apenas pontuar a cidade que menos pontos gere. E como é que conseguimos construir as cidades? Simples.
No início do jogo, é dado a cada um dos jogadores da mesa um mapa. Esse mapa deve ser incorporado na cidade de cada jogador, sendo esse mapa de 3×3 quadrados. No final da partida, uma cidade terminada deve ter 5×5 quadrados, sendo que o mapa original deve estar integrado nessa cidade, permitindo apenas contruir onde não tiver obstáculos no mapa: sejam rios, estradas, arbustos ou árvores.
Cada tile tem uma construção distinta: indústria, casas de habitação, entre outros. O objetivo será combinar, da melhor forma, cada um destes tiles, em ambas as cidades, de forma a que nenhuma cidade fique muito beneficiada em detrimento da outra. Além disso, cada tile pontua de maneira diferente, formas essas que estão muito bem descritas nas regras do jogo, pelo que não irei abordar a pontuação final nesta análise.
Ao começar a primeira ronda, cada jogador retira nove tiles do “banco” e seleciona dois para ficar na sua mão. Depois, é aberta uma discussão, em aberto, para colocar o tile de forma a que uma cidade não fique, como sabem, mais beneficiada que a outra. O primeiro tile deve ser colocado no mapa que é dado ao jogador.
Numa segunda ronda, os jogadores devem retirar três duplex tiles do “banco”. Estes duplex tiles significa que em vez dos tiles terem apenas um imóvel, tem dois. Desses três que o jogador retirou, cada jogador seleciona dois para jogar em cada uma das suas cidades.
A terceira e última ronda é igual à primeira, ou seja, cada jogador deve retirar nove tiles e selecionar dois para aplicar nas suas cidades. No final da terceira ronda, todos os jogadores devem ter as suas cidades completas, pelo que o passo seguinte será calcular a pontuação final.
Como repararam, este é um jogo relativamente simples de aprender mas difícil de dominar, principalmente por dois motivos. Num primeiro momento, Between Two Cities não deixa o jogador escolher livremente o que quer ou não aplicar no seu mapa, pelo que são dadas apenas algumas opções de escolha para cada uma das cidades. Num segundo momento, o fato de sermos obrigados a jogar com outros jogadores faz com que a nossa liberdade de escolha esteja condicionada à vontade do outro. Ora, salvo melhor opinião, um jogo de tabuleiro já é suficientemente difícil quando temos de optar por entre várias opções, tendo sempre em consideração que podemos escolher de forma errada. Em Between Two Cities temos sempre aquela questão de: “e se o jogador do lado jogar mal?”. Ou seja, para além de ser necessária sorte para os tiles que nos calham, é preciso sorte no discernimento do outro jogador.
Between two Cities faz imensas coisas bem como: imenso conteúdo e combos para explorar; jogar em semi-cooperativo e o facto de ser um jogo rápido. No entanto, estar dependente do conhecimento ou estratégia de outros jogadores poder ser um impasse para o nosso próprio jogo, questão que nunca é bem-vinda para um jogo competitivo.
De qualquer forma, acho que a Stonemaier Games conseguiu um jogo muito equilibrado e merece, sem dúvida, esta atualização gráfica e de conteúdo, onde juntam o jogo base com a expansão. Vale a pena experimentar.
Esta análise foi possível com o apoio da Stonemaier Games!
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