Dexter está de regresso para mais uma temporada carregada de ação, humor negro e, claro, mortes macabras. A popular série de crime mergulha agora no passado do icónico personagem, explorando a sua juventude e revelando como tudo começou. O primeiro episódio coloca a relação de Dexter com o pai em destaque, explorando a evolução da sua personalidade complexa e as múltiplas camadas que o transformaram num dos personagens mais memoráveis da televisão.

De forma pessoal, nunca foi uma série que me chamou particularmente à atenção. Sei pouco sobre a sua história e apenas conheço o essencial: um assassino em série que trabalha com a polícia e é demasiado inteligente para o seu próprio bem. No entanto, sendo esta uma prequela, posso já afirmar que, mesmo sem ter visto nada do conteúdo anterior, os primeiros episódios deixaram-me extremamente curioso para descobrir os eventos que antecederam a série Original Sin. A série consegue prender-nos logo de início, oferecendo uma visão intrigante do jovem Dexter, ainda a tentar encontrar o seu lugar no mundo, ao mesmo tempo que começa a dar os primeiros passos na sua estranha jornada.

A série estreou recentemente nos Estados Unidos e chega a Portugal no final deste mês de janeiro, com o lançamento de dois episódios iniciais e posterior estreia semanal. A SkyShowtime continua a apostar neste formato de lançamento com um ligeiro atraso em relação ao mercado americano. Apesar de ser positivo ver plataformas de streaming a trazerem conteúdo de forma relativamente rápida e legítima para o nosso país, os atrasos, ainda que pequenos, acabam por prejudicar a popularidade de novas séries. Num mundo onde o consumo de entretenimento é imediato, qualquer atraso pode levar à perda de entusiasmo ou mesmo à busca de métodos alternativos para aceder ao conteúdo.

Voltando à série, Dexter: Original Sin coloca-nos no ponto de vista de um jovem Dexter que, perdido entre as dúvidas sobre o futuro, descobre uma paixão secreta e perigosa. A forma como a série aborda este apetite inicial é envolvente e bem construída, levando-nos a compreender como ele começa a explorar os seus impulsos. Além disso, oferece uma perspetiva aprofundada sobre as suas relações familiares, revelando como os eventos do passado moldaram a sua visão do mundo e a necessidade de encontrar uma forma de se integrar. A narrativa é intrigante, especialmente para quem, como eu, nunca seguiu a série original, mas que agora se sente motivado a mergulhar neste universo fascinante.

Os três primeiros episódios fazem um excelente trabalho ao estabelecer as bases para a história e ao despertar a curiosidade sobre o que está por vir. A série é capaz de captar a essência do personagem ao mesmo tempo que constrói uma nova abordagem ao seu percurso. Antes de concluir esta análise inicial, é impossível não destacar a narração de Michael C. Hall, o ator que deu vida a Dexter na série original. A sua presença vocal nesta prequela é um toque brilhante que não só acrescenta autenticidade, como também cria uma ligação direta com a série original, tornando a experiência ainda mais imersiva para os fãs de longa data.

Dexter: Original Sin começa de forma promissora e deixou-me ansioso por mais… muito mais. Aliás, já sinto que terei de adicionar a série original à minha lista de conteúdos obrigatórios. Para os fãs de longa data, esta prequela promete ser uma viagem nostálgica e, ao mesmo tempo, reveladora. Para os novos espectadores, apresenta-se como um excelente ponto de partida para explorar o universo de Dexter sem necessidade de um conhecimento prévio aprofundado. Assim que a temporada terminar, partilharei uma análise mais detalhada no podcast Take, onde irei discutir o desenrolar da trama e as possíveis conexões com a série original. Fiquem atentos!