Há poucas coisas que não falham ano após ano. Uma delas é o lançamento de um novo FIFA.

Apesar de nos últimos anos este franchise andar em águas de bacalhau, não deixa de ser a referência que é e ser campeão de vendas em todo o mundo. E quase um ano após o lançamento da nova geração de consolas, espera-se que FIFA 22 se apresentasse de cara lavada e pronto para continuar a dominar o mercado do seu género.

Graças à EA Play, consegui ter acesso antecipado ao jogo completo, onde explorei o máximo que consegui no curto espaço de 10 horas que disponibilizaram. Até chamei amigos para virem cá a casa mandar uma peladinha. O tempo foi curto, mas penso que consegui captar a essência do que nos espera este ano.

Este trailer do jogo apresenta, de uma maneria resumida, todas as evoluções feitas em FIFA 22. Muito focado em melhorar o realismo do jogo através de estudo intensivo e machine learning, tentando aproveitar a capacidade de processamento da nova geração de consolas para correr um jogo mais fluido.

Este objectivo foi alcançado com sucesso. Das primeiras coisas que reparei na minha primeira partida foram os dribles e controlo de bola mais naturais e realistas. Temos muito mais controlo sobre nosso jogador e sobre a equipa inteira. E a movimentação dos jogadores sem bola, melhorando o seu posicionamento, ajudou a tornar a partida mais rápida e dinâmica. Parece um jogo bastante diferente do seu antecessor, no entanto, mantém alguns dos mesmos problemas que os jogadores têm se vindo a queixar nos últimos dois anos.

Enquanto em FIFA 21 os menus estavam completamente intragáveis, este ano os menus estão clean, intuitivos, bonitos e fáceis de navegar. Pode ser uma melhoria pequena, mas acredito que fará toda a diferença para os jogadores mais regulares.

Uma das grandes desilusões (para mim) foi a integração quase inexistente com o DualSense. Compreendo que FIFA é um jogo competitivo e que, por vezes, os adaptive triggers do comando da PS5 podem ser um handicap contra quem está a jogar noutra plataforma. Mas outros jogos, como Call of Duty: Black Ops Cold War, apresentam uma integração incrível com o DualSense mas com a opção de o poder desligar para modos mais competitivos. Aproveita o melhor dos dois mundos. Como jogador, senti que, em FIFA 22, houve todo um potencial não aproveitado nesta área.

De seguida, abordarei os dois modos de jogo que analisei com mais detalhe.

Ultimate Team

Discutívelmente o modo de jogo mais jogado em todos os FIFAs. É deste que acredito que a EA reporte maior parte dos seus lucros no relatório de contas anual.

O trailer (em cima) resume bastante bem as melhorias deste Ultimate Team. De uma maneira simples: mais customização e melhores recompensas que tornam este modo de jogo ainda mais viciante.

Pro Clubs

O modo de jogo mais competitivo de FIFA é, sem dúvida, o Pro Clubs. Já há algum tempo que os jogadores têm vindo a reclamar da falta de inovação e aposta neste modo de jogo. Este ano podemos contar com algumas melhorias pequenas, que não são suficientes para deixar um jogador de Pro Clubs satisfeito, mas é, sem dúvida, um passo na direção correta.

De uma maneira simples, as principais melhorias são a customização que temos no Ultimate Team foi copiada para o Pro Clubs e o sistema de evolução do nosso jogador está mais compreensiva e optimizada.

Uma surpresa agradável foi o facto que agora podermos criar jogadoras (sim, futebol feminino) para competir neste modo e as equipas serem mistas.

Os dois modos de jogo que ficaram por explorar foram o Modo Carreira e VOLTA. Podem encontrar vídeos a explicar as melhorias deste ano (como os de cima) aqui e aqui.

Quase um ano após o lançamento da nova geração de consolas, esperava-se que a integração com esta nova geração fosse mais visível/notória.

É interessante ver que este ano a EA mexeu-se mais um bocadinho para melhorar o seu jogo, mas é frustrante que os mesmo erros estruturais continuem lá. Parece que poderiam melhorar o jogo todo de uma só vez mas que andam a diluir essas melhorias através dos anos.

Apesar de tudo, este ano, FIFA 22 é um jogo divertido e completo. Se não compram FIFA há alguns anos, este vale a pena comprar, especialmente se tiverem uma consola de nova geração. Mas sinto que para o ano não vos recomende comprar porque só de 4 em 4 anos é que há melhorias notórias e suficientes para compensar.