Colocamos o capacete e atestámos o depósito de gasolina para jogar Forza Motorsport. O jogo desenvolvido pelo estudo Turn 10 e apoiado pelos estudos da Microsoft é uma nova aposta num simulador de corrida desportiva. Sendo o oitavo da franquia Motorsport, neste jogo não se recorre à utilização do número em questão.
Não existindo qualquer tipo de história ou animações ligadas ao jogo, Forza Motorsport aposta tudo o que tem na simulação de corrida de carros desportivos. Com uma ampla gama de veículos para escolher e correr (total de 500) e com mais de 20 pistas, já foi anunciado pela empresa desenvolvedora que mais carros e muitas mais pistas serão incluídas, gratuitamente, ao longo do tempo. Por sua vez, podemos até olhar para o número de pistas e pensar “20 são poucas”. Mas recordemo-nos que de uma pista, existem 5 a 6 percursos totalmente diferentes, o que aumenta a experiência do jogo, em grande escala. Voltado à questão da história, como referimos, não existe uma. O nosso percurso no jogo, se é que pode ser entendido como um “modo carreira”, é designado de “copa dos construtores” ou “liga dos construtores”, e baseia-se na divisão por diferentes séries e potências de carros de etapas a completar.
No início do nosso percurso, podemos escolher e personalizar o nosso condutor avatar, mais especificamente, escolher a cor do fato, capacete e luvas, e escolher até o seu género. Posto isto, somos levados a experienciar várias fases de corrida, de modo a ter uma primeira impressão dos estilos de condução do jogo. Deste modo, Forza Motorsport permite-nos escolher e ajustar o modelo de conduzir no jogo. Podemos optar por um estilo mais profissional, sem indicadores visuais de onde travar e acelerar entre setores de curvas, ou num estilo mais suave, com o carro a travar automaticamente quando é necessário. Tais escolhas mostram que a desenvolvedora optou por dar uma oportunidade a todos os jogadores, quer aos que procuram um bom desafio até a todos aqueles que só querem descontrair e desfrutar de uma boa corrida após um longo dia de trabalho.
Uma impressionante mecânica que nos marcou de forma positiva foi a nossa habilidade de avançar nas nossas carreiras e aprimorar os veículos que compramos. Em vez de apostar na ideia de compra massiva de peças e carros através de moedas virtuais e explorar o mercado de micro-transações, Forza Motorsport opta por dar aos jogadores uma experiência mais fluída e recompensadora. As moedas virtuais são conseguidas pela conquista de prémios e boas posições nas corridas, sendo as mais importantes as CP (Car Points), conquistadas com a nossa condução. Durante as corridas, temos uma pequena barra de XP, que vai aumentando à medida que fazemos boas ultrapassagens, excelentes setores, bons tempos, ultrapassagens com voltas de avanço, recordes de pista, alcance de bónus de corrida, corrida sem colisões, entrte outros. Esse progresso, aumenta assim o nível do carro com que estamos a conduzir, permitindo, desbloquear e comprar novas peças para o carro, com os pontos conquistados e segundo o nível que temos para o carro. Forza Motorsport obriga-nos a familiarizar com o carro, aumentando-lhe o nível para depois dar-lhe os upgrades necessários para aumentar a sua potência e performance. Ficámos muito agradados com o “travão” imposto aos jogadores apressados que procuram ter tudo de um jogo, no mínimo tempo possível. Forza Motorsport obriga mesmo a compreender cada aspeto do carro que escolhemos para correr. Foram inúmeras as críticas lançadas ao jogo por esta imposição, dizendo que a mesma o torna aborrecido. Discordamos totalmente destas opiniões, compreendendo bem a lição que a desenvolvedora Turn 10 nos quer dar.
Quanto às escolhas de peças, estas são enquadradas segundo a potência e aspeto físico do carro em causa. Por outro lado, o jogo permite ainda que possamos efetuar as alterações de maneira automática, efetuando a adição de novas melhorias sem colocar em causa o equilíbrio de condução do carro. Devemos ainda assinalar a forma de como os gráficos de performance e desempenho foram definidos ao pormenor, para efetuar todo o tipo de alterações possíveis. O jogo está perfeitamente alinhado para os jogadores mais competitivos e os jogadores mais casuais. Devemos também apontar para o facto de como o progresso do carro não passa para outro modelo exatamente igual que possamos ter.
Devemos ainda destacar alguns pontos no que toca à escolha da dificuldade de jogo. Podemos optar por uma experiência casual, que nãos nos penaliza por colidirmos ou sairmos de pista, vencendo pouco CP com isso. Noutro lado, podemos optar experiência profissional, devendo conduzir com cautela para evitar penalizações. Ainda é dado a escolher a dificuldade dos Drivatars (outros condutores Bots), indo do mais fácil ao profissional. A escolha reflete também na quantidade de experiência recebida para o carro e no dinheiro. Mais do que isso, após, por exemplo, a volta de teste e contrarrelógio, podemos escolher a posição em que queremos partir na grelha de corrida, tendo maiores benesses caso escolhamos correr em último.
No que toca à acessibilidade, Forza Motorsport surpreendeu o mundo com a instalação de um mecanismo sonoro capaz de permitir uma pessoa invisual de correr e até mesmo de ganhar uma corrida. Com diferentes estímulos e indicadores de posição, é possível, de facto, conseguir jogar o jogo sem ver absolutamente nada, sendo uma lição e um “abrir de olhos” para os jogos do futuro, no que toca à inclusão e acessibilidade.
Quando ao desempenho, não registamos qualquer erro ou bug no jogo. Bem pelo contrário. Com três opções disponíveis, Forza Motorsport permite-nos escolher: a Performance Ray-Tracing, com a escolha de 4K dinâmico e a 60 FPS, tendo também os reflexos e variações ambientais; a Quality Ray-Trancing, com 4k dinâmico e a 30 FPS, focando o ray tracing no carro e no ambiente envolvente; e a Performance Mode, com somente 4k dinâmico a 60 FPS sem ray-tracing. Postas as especificações de parte, podemos confirmar que tanto num PC bem equipado ou numa consola (series S), o jogo é uma verdadeira bomba de detalhes, com boa luz, boa cor e um excelente conjunto de diferentes tipos de ambiente que aumentam a imersão (e emoção) da corrida. Um pequeno à parte, podemos dizer que são aspetos tão imersivos que a pior hora para conduzir é mesmo ao fim da tarde, pois quem conduz, sabe o quão desagradável é ter a luz do sol a refletir diretamente sobre nós.
No que toca ao design proposto para os Menus do jogo, na nossa opinião, foi um prego no motor de Forza Motorsport. Com um jogo bastante sólido e na necessidade de simplificar o jogo ao máximo, acabaram por “complicar” a maneira de como intuitivamente um jogador acede às diferentes atividades do mesmo, tais como o multiplayer ou o modo carreira. Algumas das funções, se tivessem cores distintas, seriam facilmente distinguíveis pelos jogadores, podendo até dar uma maior dinâmica ao mesmo (aspeto que achamos que numa futura atualização tal possa ser corrigido).
Falando no multiplayer, existem dois modos, o online e o privado. O jogo permeia sempre os jogadores assertivos e com boa conduta desportiva, penalizando brutalmente os corredores que causam o caos durante a corrida com colisões ou condução fora dos limites da pista. Como outros modos, temos o Rivals, em que podemos correr em contrarrelógio de tempos efetuados por outros jogadores a nível global e ainda o modo de teste, para testar o carro que queremos, na pista e tempo que pretendemos.
Em suma, Forza Motorsport oferece uma excelente experiência de condução, tanto para os jogadores casuais como para os profissionais, sendo uma excelente escolha para quem adora corridas desportivas. É também uma tela cheia de cor, emoção e com o ligeiro cheiro a borracha queimada, que vicia, nos faz apaixonar e antecipar pela próxima corrida.
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