PC/MAC
God of War Ragnarok – Versão PC
Publicado a 29 Set, 2024

Já começo a parecer um disco riscado sempre que a PlayStation decide lançar um novo título exclusivo no PC. “É incrível, joguem, versão definitiva, é a última bolacha do pacote!”. Sinto que estou a ser o mais honesto possível e a verdade é que os variados estúdios que estão debaixo da asa da PlayStation não só têm feito o necessário quando o objetivo é transpor um título para outra plataforma, como têm dado tudo para ir bem mais além do que a simples conversão. 

Mas não acho que vá ser com God of War Ragnarok que vou mudar a música…

Neste novo lançamento da Sony, regressamos a Ragnarok numa versão trabalhada pela Jetpack Interactive, depois de já o terem feito no título de 2018 para o PC. Ainda assim, para mim esta é a primeira vez que vou avaliar as capacidades deste estúdio em conseguir otimizar devidamente um título PC vindo da PlayStation

Grande parte das coisas a que já estamos habituados de títulos da Sony continuam a marcar presença. É já quase uma obrigação que o façam. E vou mais longe a dizer que deveria ser este a nova regra a seguir no que diz respeito a lançamentos multiplataforma no PC. 

Deixamos de estar presos a 60 frames por segundo, o céu (ou a nossa máquina) é o limite. A resolução também fica liberta e facilmente responde a todas as necessidades particulares de cada jogador. Visualmente também damos um salto considerável, desde sombras e iluminação melhoradas, a geometria e reflexos mais detalhados. Tudo a funcionar a favor dos cenários e personagens incríveis que a Santa Monica Studio criou há dois anos. 

Também as mais recentes tecnologias de escala de resolução estão presentes, o que vai permitir a equipamentos com hardware compatível aumentar a performance sem perder fidelidade visual.

E tudo aquilo que temos de bom no hardware da Sony, está também disponível no PC desde que seja usado equipamento compatível como o Dualshock 4 ou DualSense, para uma jogabilidade confortável e adaptada às necessidades de cada jogador, assim como os gatilhos adaptáveis que reagem a diferentes níveis de pressão consoante aquilo que estamos a fazer em jogo. E ainda áudio espacial tridimensional, com recurso a headphones compatíveis com essa tecnologia (não apenas da própria Sony). 

Contudo, há algo que preciso fazer um certo destaque, que também menciono em todos os outros títulos mas que até hoje não entendi realmente a importância da escala desta nova funcionalidade. A possibilidade de usar monitores ultrawide. É certo que há sempre uma nova visão daquilo que o jogo tem para oferecer ao alargar o campo de visão. Há uma nova sensação que passa e nos faz sentir que estamos perante uma nova experiência. 

Mas acho que não estava de todo preparado para a imensidão que foi assistir a certas batalhas épicas a um simples combate que se intromete no meio da minha exploração. Se já eram épicas no formato convencional, ao quebrar as barreiras do 16:9 e chegar a um 21:9 ou ainda um 32:9, vai complemente deixar qualquer um boquiaberto pelo poder que esta imagem envolve confere a toda a história. 

Sem contar muito, nos primeiros minutos de jogo há um combate bem intenso contra Thor, acho que já todos estão cansados de saber deste primeiro encontro e mesmo os materiais promocionais vivem muito à volta disto. Eu já sabia que ia acontecer. Sei exatamente como ia acontecer. Não havia surpresa alguma naquilo que estava a contar que acontecesse. Ia acontecer. Aconteceu. E parecia a primeira vez que estava a ver toda aquela sequência. Estava de tal forma surpreendido pelo impacto de estar a ver isto agora por um monitor ultrawide, que nem consegui reagir atempadamente e morri na primeira investida de Thor. 

Dali para a frente tive de me preparar devidamente para futuros momentos idênticos, mas toda e qualquer sequência ganha novos contornos. Ficava totalmente absorto da minha realidade e absorvido por qualquer um novo reino que fosse visitar ou algum desenvolvimento na história. 

Se antes já valia a pena um monitor ultrawide para todo e qualquer outro título que tire proveito deste enquadramento visual, God of War Ragnarok faz com que seja quase obrigatório adquirir um novo monitor só para aproveitar cada pixel desta história. Nem me consigo imaginar voltar a pegar em God of War sem ser através de um ecrã que me permita entrar de cabeça nesta saga nórdica.

God of War Ragnarok já era um título incontornável, mas agora é um título que veio subir expectativas e moldar um género e um tipo de experiência que deveria ser norma. A partir de agora não deveríamos aceitar menos do que este nível de qualidade seja de que estúdio for. Sei que é pedir demais, mas é realmente um daqueles títulos que me conseguiu surpreender por completo apenas por melhorias técnicas que acrescentaram valor a gameplay e história.

Esta análise foi possível com o apoio da PlayStation Portugal!
God of War Ragnarok
God of War Ragnarok
Incrível
Ano: 2024
Saga/Série: God of War
Distribuição:
Plataformas:
Lançamento: 19 de Setembro de 2024
9.5
  • Positivo
  • Visualmente brilhante
  • Todos os apetrechos técnicos aprimorados
  • Versão exemplar daquilo que deve ser uma conversão a PC
  • Negativo
  • Algum soluço ou outro a nível de desempenho, raro acontecer
Escrito por:
Marco Almeida
Viciado em tudo o que conte uma boa história, desde cinema a videojogos, séries a banda desenhada, e até um bom jogo de tabuleiro. Tudo é motivo para me atirar de cabeça a universos alternativos. E já agora, o Scorsese está errado; o MCU é o pináculo da sétima arte! Quem respira, concorda!