JoJo’s Bizarre Adventure: Diamond Is Unbreakable é a adaptação do quarto arco da manga de Hirohiko Araki e, tendo sido produzida pela David Production em 2016, traz um monte de frescura, sem deixar de ser fiel à bizarrice habitual da saga.
Depois dos 48 episódios do arco de Stardust Crusaders (incluindo Battle in Egypt), Diamond Is Unbreakable traz uma nova aventura, com nova arte e novo estilo (sempre seguindo o original da manga de Araki). Basicamente, tudo é novo, incluindo o protagonista.
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Para começar, a história avança para o Verão do ano 1999 e segue Josuke Higashikata, um jovem estudante japonês que vive numa pacata cidade japonesa onde tanto a palete de cores como a banda sonora invocam um estado de espírito leve e descontraído, com cores vibrantes e um som bastante pop.
Até a figura de Josuke contrasta com a dos JoJos que conhecemos anteriormente. É mais… realista, digamos assim, no sentido em que a cabeça é mais proporcional ao corpo, quase como se o autor da manga tivesse finalmente encontrado a régua e percebido que pessoas normais não têm 300Kg de músculo e cabeças do tamanho de cabeças de alfinete. Ou talvez seja apenas para agradar mais os gostos do público japonês. Quem sabe? Ainda assim, a lição não foi completamente aprendida, visto que Koichi Hirose, o amigo mais próximo de Josuke tem metade da altura dele apesar de terem quase a mesma idade. Adiante!
Como é da praxe, o mundo musical é grande fonte de inspiração e, caso o título “Diamond Is Unbreakable” (suspeitamente semelhante a “Diamonds Are Forever”) não seja suficiente, o nosso herói protagonista também faz questão de ostentar um penteado à Elvis. Isto não é de todo uma crítica negativa. Todas as referências pop encaixam perfeitamente bem nos finais dos anos 90 e a música é uma ótima forma de criar ambiente e contraste com o que se segue.
Enfim, se as aventuras anteriores nos levaram aos quatro cantos do globo, Diamond is Unbreakable foca-se na cidade de Morioh, um pequeno cantinho tão nostálgico como claustrofóbico, cujas cores fofas e sons catita nos poderão facilmente enganar. No entanto, nas sombras, há mistério e malandrice à espreita e não no bom sentido. Afinal, quando tretas manhosas começam a acontecer, a perfeita cidadezinha de Morioh talvez não seja tão pacífica quanto isso. Que tretas manhosas? Bem, acontece que surge uma flecha antiga capaz de dar poderes a certas pessoas (bem, pelo menos às que sobreviverem ao contacto), no que não deixa de ser um caso de materialização do proverbial “uns morrem, outros ficam assim”. Eventualmente, a flecha dá poderes à pessoa errada (ou certa, dependendo da perspetiva) e cria um vilão tão aterrador como misterioso. E agora? Bem, agora, Morioh precisa de um herói para lhe fazer frente.
Felizmente, Josuke descobre que pertence à linhagem de Joestar e que tem o poder de reparar praticamente tudo. Ou seja, em vez de ter um poder destrutivo como os anteriores JoJos, Josuke tem o poder de restabelecer algo à sua forma original. Como é que isso o irá ajudar a derrotar os seus oponentes? Bem, a resposta a essa questão foi precisamente o que me prendeu a esta nova fase do anime.
“Mas com tanta coisa diferente… isto não tem nada a ver com o JoJo que conheço”, dizem-me vocês e bem. De facto, à primeira vista, Diamond Is Unbreakable parece um anime completamente diferente, o que talvez faça merecer uma nova oportunidade a quem descartou JoJo anteriormente. Por outro lado, apesar de ser uma história mais contida, a bizarrice, mistério e poses que desafiam a anatomia humana persistem e até se intensificam.
Por fim, vale a pena? Pessoalmente, não é dos meus arcos favoritos, mas não posso negar que foi refrescante ver uma história que não termina com um confronto pelo futuro do Universo e que tem um protagonista que faz mais que dar socos muito depressa. Gostei particularmente da tensão criada pelo ambiente abafado (ironicamente refrescante, como já referi antes), do contraste do aspeto leve com as partes mais macabras e da maneira como consegue manter o mesmo estilo ao mesmo tempo que oferece novos desafios.
Diria que os fãs do anime até este ponto irão encontrar um choque maior ao saltar para este JoJo do que para qualquer outro anterior. No entanto, também diria que a série muda o suficiente para talvez cativar uma audiência que não apreciasse o que JoJo’s Bizarre Adventure oferecia até aqui. Concluindo, apesar de não ser ideal começar a ver pela quarta parte, é um bom ponto de entrada que oferece boas doses de emoção.
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