Numa altura em que se faz sentir a saturação do mercado dentro do género dos jogos competitivos, parece que são poucos os novos títulos que têm o futuro garantido por muito bons que possam parecer. Ainda assim, Marvel Rivals parece ser a regra à excepção.
Obviamente que ter a chancela da Marvel associada é uma garantia de sucesso à partida. Basta vermos nos últimos anos tudo o que saiu da Marvel e todos aqueles que falharam e penso que seja seguro dizer que apenas um deles é que se safou menos bem. E nem foi propriamente culpa do jogo em si, mas dos moldes em que tentou vingar.
Mas o que é este Marvel Rivals? Este título competitivo na terceira pessoa bebe muita inspiração de outros jogos já bem conhecidos dos jogadores. Numa primeira vista, podemos dizer que é quase o filho bastardo de Overwatch com Smite. Vai buscar o que cada um tem de melhor, e injeta a personalidade da Marvel. Coloca duas equipas de seis jogadores numa arena e deixa que cada uma batalhe por cumprir o objectivo o mais eficazmente possível.
Nesta fase de teste, temos acesso a três modos de jogo: convergence, onde é necessário capturar e defender um ponto, se ao fim dos quatro minutos da partida só uma equipa estiver no ponto, sai vitoriosa; domination, em que existem três pontos que precisam de ser capturados, a primeira equipa a conseguir dois dos pontos sai vitoriosa; convoy, em que uma equipa acompanha um veículo do ponto A ao ponto B, com dois checkpoints pelo caminho, e quem conseguir fazer chegar o veículo mais longe no tempo limite, ganha a partida.
São modos de jogo já bem familiares aos jogadores, que os vão poder experienciar em dois mapas que têm tudo para agradar aos fãs da Marvel: Yggsgard, uma mistura de Asgard e Yggdrassill criada por Loki; e Tokyo 2099, que pega no universo 2099 de Spider-man e transforma Tokyo num mapa futurista. Uma das peculiaridades dos mapas é terem zonas destrutíveis, o que cria situações não só épicas como também bem dinâmicas, que conseguem mudar a forma como se está a jogar numa certa área.
No que diz respeito aos heróis é onde já temos uma maior amostra daquilo que vamos poder contar. Atualmente já temos disponíveis 23 heróis, tendo dois deles sido lançados durante esta fase beta, Thor e Jeff. Eles juntam-se a nomes como Spider-man, Doctor Strange, Hulk, Iron Man, Rocket, Groot, Storm, Loki, Magik, Black Panther ou Hela, só para mencionar alguns. Eles dividem-se em três categorias distintas: tanks para aguentar as investidas dos adversários, dano para subjugar a equipa adversária e suporte, que tenta a todo o custo manter os dois primeiros são e salvos.
Os personagens, como seria de esperar, são um elemento fundamental do sucesso de Marvel Rivals. Não só pelo nome que têm mas por ser necessário um certo equilíbrio para uma experiência justa e agradável de ambos os lados. Não sei se esta será a melhor fase para avaliar isso mesmo, e poderá não ser representativa daquilo que vamos encontrar no lançamento oficial. Ainda assim, acho que no geral, todos os personagens acabam por já estar bastante bem afinados, havendo uns dois ou três que acabam por ser escolhas quase obrigatórias, pois é certo que vão garantir a vitória ou, se a equipa inimiga também tiver esse herói, vai pelo menos nivelar o campo de batalha. Mas tendo em conta que na fase de testes anteriores isto não acontecia, acredito que estejam apenas a testar para ter alguns dados concretos de como melhor ajustarem cada herói aquilo que querem no final.
Onde Marvel Rivals acaba por ter algum fator mais disruptivo é ao conceder um reforço a determinados heróis consoante a temporada em que o jogo se encontra. Desta forma, a meta nunca fica estagnada e acaba por ser necessário mudar a composição de cada equipa de acordo com os reforços do momento.
Aquilo que espero encontrar assim que este título seja lançado oficialmente é ainda mais heróis por onde escolher, que estejam bem enquadrados dentro da equipa e não sejam apenas totalmente desequilibrados ao ponto de serem escolhas que garantem a vitória a uma equipa e tiram a diversão da outra. Um maior leque de equipas de jogo, que são pequenos reforços atribuídos a um conjunto de personagens se elas forem escolhidas para ser jogadas. Por exemplo, se o Venom e o Spider-Man estiverem na mesma equipa, o último poderá tirar partido do simbiote do primeiro. Mais mapas e igualmente variados, que mudam as “regras” do jogo com um destruir de uma qualquer torre ou parte do cenário. E que existam mais opções transversais aos jogadores e não apenas a um grupo restrito que conseguiu alcançar uma determinada posição, como por exemplo, a oportunidade de bloquear dois heróis de serem escolhidos (um por equipa se tiverem chegado à posição Diamond na vertente competitiva em vez de casual).
Algo também bastante importante é haver uma maior clareza daquilo que nos está a acontecer. Em tudo o resto, é possível olharmos e conseguimos rapidamente identificar quem vai atacar, quem precisa de suporte, quem está a ficar isolado, entre tantas outras coisas que fazem sentido existir num jogo deste género. Mas quando o alvo somos nós próprios, é praticamente impossível perceber que estamos a ser atacados, quando deveria ser das coisas mais óbvias. Perdi o número de vezes em que tive de dizer “ah estou morto”, porque nem mesmo após morrer me percebi que estava morto. Se em algo tão óbvio quanto isto não é claro, nem vos digo o número de vezes que a equipa inteira ficou à toa por nem ter percebido que a ronda tinha terminado, e posteriormente surpreendida por termos ganho ou perdido uma ronda, porque isso só é claro após alguns longos segundos, assim que a animação de vitória ou derrota entra no ecrã.
Marvel Rivals tem tudo a ser favor para ser um dos maiores sucessos de jogos competitivos. Tem uma marca reconhecida e adorada por milhares. Visualmente está incrivelmente bem conseguido. É totalmente gratuito (apenas é possível comprar cosméticos, e preparem-se porque vão ser aos pontapés quase de certeza). É divertido e sabe exactamente que tipo de jogabilidade aplicar para que seja facilmente jogado por todos aqueles que já estão habituados a outros títulos idênticos.
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