Antes de iniciar esta crítica, tal como a série faz, vamos a uma pequena lição de história.
Henry VIII foi um rei icónico de Inglaterra por ter mudado toda a estrutura religiosa do país, abandonando a igreja católica e criando a igreja anglicana. Ele teve 6 mulheres:
Quando Henry VIII morreu, Edward VI tornou-se rei com 10 anos e aos 15 anos morreu. Contudo, em vez de nomear no seu testamento uma das suas irmãs, este nomeou a sua prima em segundo grau, Jane Grey.
Como mencionado anteriormente, Jane Grey esteve no trono por apenas 9 dias antes de Mary I reivindicar o poder com o apoio do Conselho Privado e de grande parte da população. Consequentemente, Jane foi presa na Torre de Londres. Inicialmente, parecia que Mary I a perdoaria, mas, devido a uma rebelião contra Mary, que planejava casar com Filipe II da Espanha, Jane foi considerada uma ameaça ao trono e acabou decapitada.

“My Lady Jane” é uma série criada por Gemma Burgess, baseada na história da famosa rainha de nove dias da Inglaterra, Jane Grey. A série começa por contextualizar historicamente os eventos, mas desde o início deixa claro que contará a sua própria versão da história, incorporando elementos fantásticos no enredo. Trata-se de uma adaptação moderna, com uma trilha sonora e diálogos contemporâneos, que retratam a protagonista como uma jovem feminista de mente aberta.
A história começa com Jane (Emily Bader) sendo prometida em casamento a um nobre, o filho de Lord Dudley (Rob Brydon), escolhido pela sua mãe e alguém que ela não conhece. Jane faz tudo o que pode para evitar o casamento, demonstrando a sua engenhosidade desde o início. Embora não consiga impedir a união, ao longo da série vemos o casamento a desenvolver-se. Os dramas na corte de Edward VI também são retratados. Além disso, a série reescreve a forma como Jane se tornou rainha e o seu breve reinado.
Como alguém que aprecia romances e histórias baseadas em fatos reais, comecei esta série com bastante entusiasmo. Já havia assistido séries como “Reign” e “The Spanish Princess” anteriormente, e devo dizer que, apesar da originalidade desta nova série, ela ainda fica aquém das minhas expectativas.

“My Lady Jane” apresenta um narrador que pode ser adorado ou odiado, e infelizmente para mim, foi a segunda opção. O narrador foi inicialmente irritante, e embora me tenha acostumado com o tempo, é difícil esquecer as más piadas que faz constantemente. A única coisa positiva que apreciei foi quando ele desdenhou das convenções da própria série, o que aconteceu apenas uma vez. De resto, ou se se habitua, se filtra e não se dá atenção, ou então custa acabar a série.
Apesar de tudo, o aspeto que menos gostei, e pode parecer que estou a ser picuinhas, mas de facto acontece muitas vezes, foram as transições entre cenas, uma transição “Wipe” com um barulho de uma espada, lembrando um powerpoint feito por uma criança em 2009.
Como adaptação de um livro com o mesmo título, não posso comentar, pois não o li. No entanto, é evidente que a história, embora pareça ser destinada a adultos, apresenta muitos aspetos que a caracterizam como uma obra jovem adulta (YA), o que cria um contraste com o público-alvo pretendido pela série.

No entanto, apesar dos seus defeitos, é de louvar a originalidade de como lida com acontecimentos reais, reescrevendo-os e dando um outro significado à história.
Esta análise foi possível com o apoio da Amazon Prime Video!
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