Para quem não sabe, sou um amante incurável de indie games e tudo começou por causa da equipa da Team 17. Tudo começou quando o Joel de 9 anos descobriu o que era mandar roquetes de um lado ao outro do mapa, utilizando apenas a força e potência das minhocas que controlávamos num pequeno jogo chamado Worms. Sou do tempo em que a malta se juntava para jogar Call of Duty mas sim para jogar Mario Party (1, 2 e 3 que são os melhores – RIP N64), Worms ou Super Smash Bros. e que bons tempos eram!
Mas bom, como tudo na vida evoluí, também os videojogos tiverem essa obrigação pelo que, atualmente, poucas são as experiências que tenho em multiplayer que valem a pena e, por essa razão, dou a minha total atenção a qualquer indie game que nasça em qualquer que seja a consola. Com isto dito, parece que apenas olho para a vertente multiplayer de cada indie para saber se o jogo é de aproveitar ou não e a resposta a essa pergunta é não, não é apenas essa vertente que interessa. Também o conteúdo e o material depois de passar o jogo pela primeira vez interessa imenso, isto porque, acredito que se estamos a pagar por uma experiência de 20 horas em que depois desse tempo, apenas podemos passar a história da mesma forma, acho que há algo que está a falhar. Principalmente, em títulos que rondem os 70€. Mas bom, cada cabeça, sua sentença.
Quanto ao Neon Abyss, título esse que nos traz aqui hoje, terei de o comparar com 3 jogos que sempre amei e joguei: Binding of Isaac, Enter de Gungeon e Dead Cells. Todos estes quatro jogos têm algo em comum: mata ou morre. Irão morrer imensas vezes em qualquer um dos títulos previamente mencionados, mas isso não significa que seja uma coisa má. Pelo contrário. A cada nova partida, o jogador ficará mais forte que a anterior, pois já teve a oportunidade de desbloquear mais itens e conhecer melhor o inimigo que vão enfrentar. No entanto, cada um destes jogos apresenta um tema nunca visto ou um estilo de jogabilidade inigualável que, embora tenham o mesmo objetivo, fazem com que os meios para o atingir sejam únicos e originais. Neon Abyss retira parte dessas coisas boas para a sua receita, mas deturpa outras, também elas importantes.
Ao nível gráfico, trata-se de um indie game como muitos outros. Os gráficos são apelativos, bem desenhados e bem enquadrados, os ambientes são futuristas e com muitos neons para dar forma ao nome do jogo e também as personagens são ajustadas ao conteúdo do jogo. Não vos posso falar da personalidade delas porque não as conheço. A única coisa que cada uma me indica são as diferentes características das mesmas. A música tem um bom ritmo e ajusta-se ao estilo e tipo de jogo, principalmente nos Bosses. Para além disso, temos acesso a uma pista de dança!
No entanto, é a jogabilidade que nos chama a este tipo de jogos e, neste campo, nada é retirado. Upgrades são a palavra-chave. Quantos mais upgrades tivermos, mais fortes somos e mais matamos. Mais longe vamos e mais bosses conseguimos derrotar. Para além disso, os comandos são fáceis de decorar e intuitivos. Podemos até disparar em todos os sentidos (estou de olho em ti Isaac!).
No entanto nem tudo são rosas. Grande parte dos jogos que mencionei, tem imensos inimigos de todos os tipos com diferentes estilos de ataque e tamanhos. Em Neon Abyss parece existir uma linha continua dos estilos de inimigos que encontramos. O mesmo acontece com os bosses. Não é que não sejam extremamente divertidos e interessantes, mas, no que diz respeito a outros títulos, fica um pouco aquém em termos de variedade de inimigos.
Há uma coisa que este título faz muito bem, dentro deste género: definir objetivos. Num jogo em que o objetivo é explorar o máximo que consigas até morrer, teres um boss final definido para te guiares é, sem dúvida, uma ótima bússola. Desta forma, sabemos sempre se estamos no bom caminho ou não.
Em suma, não é um jogo que faça moça em termos de inovação dentro do estilo que se tenta inserir. No entanto, achamos que é uma boa adição a qualquer biblioteca de rogue-like games, principalmente, para as pessoas que gostam de desafios, visto que não estamos perante um título em que passamos numa só jornada. Porém, dentro do estilo, não é o jogo com o maior conteúdo o que acaba por deixar um pouco a desejar, pelo menos, em termos de inimigos.
Esta análise foi possível com o apoio da Team 17!
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