Este livro, sem dúvida, vai ter um lugar muito especial no meu ranking de obras da Freida McFadden. Até agora, de todos os que já li, posso afirmar que este foi o que mais gostei e até considero que sou uma grande fã da autora. Cada livro dela acaba por me prender de uma forma única, mas este mexeu especialmente comigo de uma forma totalmente diferente, a ponto de eu sentir que realmente tinha me envolvido na história e nas emoções dos personagens. Foi uma leitura marcante, daquelas que me deixou a pensar horas depois de fechar a última página.

O que mais me chamou a atenção neste livro foi que, pela primeira vez, senti uma conexão muito profunda com a personagem principal, a Brooke. Normalmente, aprecio as protagonistas dos livros da Freida, mas desta vez foi de uma maneira quase visceral, quase como se fosse eu. Talvez seja porque a narrativa, de alguma forma, traz à tona situações que, em maior ou menor grau, já vi ou ouvi na vida real. É incrível quando uma autora consegue fazer isso: criar personagens e situações que, mesmo sendo fictícios, parecem tão próximos da realidade que sentimos que podiam ser histórias que podiam acontecer com alguém que conhecemos — ou até mesmo connosco.

Sometimes people do exactly what you think they’re going to do, and they still manage to disappoint you.

A protagonista deste livro passa por uma situação extremamente tensa e angustiante. No dia em que ela foi quase assassinada pelo ex-namorado, que também é o pai do seu filho de 10 anos, a vida dela mudou para sempre. A forma como a autora construiu essa narrativa, intercalando momentos do passado e do presente, fez-me mergulhar completamente na história. Esses saltos temporais foram muito bem executados. Não é fácil contar uma história dessa maneira, alternando entre dois momentos tão distintos, mas aqui foi feito de forma muito aprimorada. Eu conseguia sentir o peso de cada acontecimento e a forma como o passado influenciava as ações e emoções da personagem no presente. É uma leitura que me fez pensar em como os acontecimentos do passado podem nos marcar de forma profunda, mesmo muitos anos depois.

My mother would say that boys don’t do anything nice for you if they’re not expecting something in return

A relação da personagem com seu filho de 10 anos também foi algo que me comoveu profundamente. A forma como ela tenta, a todo custo proteger o menino, mesmo quando está envolvida no seu próprio sofrimento e traumas quase que me emocionou. O amor de uma mãe é algo muito forte, e esse vínculo foi retratado de maneira muito sensível e verdadeira. O filho, por sua vez, é uma personagem que eu adorei. Normalmente, crianças em livros acabam sempre por ser estereotipadas ou não tão bem desenvolvidas, mas a Freida conseguiu criar um menino que é muito mais do que apenas um figurante na história. Ele tem um papel importante, as suas ações e falas são autênticas e é impossível uma pessoas não se apegar a ele ao longo da leitura. Fiquei genuinamente interessada em saber como o relacionamento entre mãe e filho evoluiria ao longo do livro, principalmente diante de uma situação tão aterrorizante.

Além disso, as personagens secundárias também me surpreenderam bastante. É muito comum que, em thrillers psicológicos, os personagens que não são centrais acabem por ficar negligenciados para segundo plano, mas aqui a autora conseguiu construir personalidades fortes e únicas para cada um deles que, mesmo sendo “secundários”, suas presenças foram bastante marcantes. Eles deixaram-me sempre na expectativa de saber mais sobre suas motivações e segredos. E claro, como já é de praxe nos livros da Freida McFadden, a história é cheia de reviravoltas. A cada capítulo eu era surpreendida por algo novo. 

I don’t quite understand how you can love somebody so much, yet so frequently want to throttle them.

É impressionante a capacidade que a autora tem de nos fazer acreditar que estamos a entender tudo e a chegar a todas as conclusões, para então virar tudo de cabeça para baixo em apenas uma página. Adoro quando isso acontece. Gosto de livros que me desafiam, que não são óbvios e que me fazem repensar o que já achava que sabia. Este, em particular, prendeu-me do começo ao fim.

O suspense foi construído de forma gradual, o que, para mim, é o ideal. Não gosto de quando os livros entregam tudo muito rápido ou de quando o mistério se arrasta demais. Aqui, a autora conseguiu equilibrar muito bem o ritmo da narrativa. O suspense ia crescendo na medida certa, fazendo-me ansiar por respostas, mas sem nunca ser apressado ou forçado. E por falar em respostas… a revelação final… Uau! Foi simplesmente espetacular. Eu já estava completamente envolvida na leitura, mas quando chegou a parte final, onde tudo começa a ser revelado, eu quase não conseguia acreditar. A maneira como tudo se encaixou foi brilhante e eu fiquei muito entusiasmada com o desfecho. Não vou dar spoilers, claro, porque esse é o tipo de livro que a pessoa precisa ler sem saber demais para sentir o impacto total da história. Mas posso garantir: a revelação é daquelas que vai deixar qualquer leitor de boca aberta.

E é exatamente por isso que, se o leitor ainda não leu nada da Freida McFadden ou se está pensando em qual dos livros dela escolher para começar, eu recomendo fortemente que vá atrás desta pérola. Para mim, foi o melhor que li até agora, e até já me considero uma fã da autora. Acho que é uma daquelas leituras que uma pessoa termina com a sensação de que valeu a pena cada segundo investido. A escrita dela é envolvente, as personagens são profundas, e o suspense é de tirar o fôlego. Sem dúvida, este livro vai ficar marcado na minha memória por muito tempo e já estou ansiosa para os próximos lançamentos da autora que vou ler sem dúvida.

Freida McFadden tem o talento de nos fazer mergulhar de cabeça em suas histórias, e este livro é a prova disso. Vão por mim e mergulhem de cabeça neste thriller cheio de suspense e reviravoltas.