O anime “Oshi no Ko” despertou a minha atenção devido à empolgação dos fãs de mangá ao verem finalmente a adaptação para anime. Aka Akasaka, criador desta obra, também é conhecido por ter criado “Kaguya-sama: Love is War”. Ele iniciou a sua carreira como assistente no anime “Deadman Wonderland”. A série “Oshi no Ko” estreou em abril e encerrou em junho, fazendo parte da temporada de primavera. A sua primeira temporada é composta por 12 episódios.
O estúdio responsável pela produção é o Doga Kobo, que possui um extenso portefólio abrangendo diversos géneros, como romance, aventura isekai e slices of life. Alguns dos seus títulos populares incluem “Yuru Yuri”, “Monthly Girls’ Nozaki-kun”, “Himouto! Umaru-chan” e “Sleepy Princess in the Demon Castle”, entre outros. m estúdio com nome e com capacidades para concretizar este trabalho, desenvolvendo uma animação incrível e única de efeitos deslumbrantes para representação do mundo brilhante dos ídolos.
Este anime começa com um episódio de uma hora e meia de introdução, sobre como uma ídolo de 16 anos está grávida de gémeos e quer mantê-los em segredo do público. Vemos o crescimento das crianças que contém almas renascidas do médico obstetra da ídolo e de uma fã que morreu de cancro. Infelizmente, a mãe deles é atacada por um fã que descobre o segredo de que ela tem filhos e morre em casa com um dos filhos nos braços, este acontecimento é o final do primeiro episódio. O resto do anime é o filho a tentar descobrir quem matou a mãe. Pensa que o pai seja o culpado, porque para além da mãe e da agência, mais ninguém sabia. E a filha tenta seguir os passos da mãe e quer ser ídolo como ela.
Este anime mostra o lado negro do entretenimento, em que apenas se consegue subir na carreira por contatos de conhecidos, troca de benefícios entre pessoas. É um mundo construído por mentiras para manter aparências de figuras etéreas e perfeitas que surgem no ecrã e na vida das pessoas para as encorajar e trazer felicidade. São quase como deuses que não podem ter defeitos nem escândalos. Todos sabemos que isso é impossível, porque todas as pessoas têm defeitos e passam por momentos de maior dificuldade, quer seja de depressão, solidão ou ter relações amorosas fora da esfera pública.
Também põe esta mentalidade em perspetiva, em que ídolos são facetas trabalhadas ao milímetro para outras pessoas gostarem delas e da personalidade delas, mesmo que tenham de mentir. A mãe, que também era ídolo, apenas mostrava a sua verdadeira faceta com os filhos, de que era órfã e não sabia como amar, apesar de todas as noites dizer aos fãs que os ama.
Com uma animação e desenho incrível, personagens únicos com principal relevância para a mãe ídolo, Hoshino Ai, os olhos característicos dela. A animação é fluida, capturando a atmosfera do mundo vibrante dos ídolos e ao mesmo tempo os elementos mais obscuros da vida privada e a realidade dos sentimentos das pessoas. Sendo um anime de ídolos, apresenta boa música com cenas de dança coreografada, são bastantes interessantes e com bom CGI muito bem disfarçado, que não agride a vista como outros anime de ídolos.
Oshi No Ko consegue humanizar a indústria de entretenimento, mostrando a verdadeira faceta de atores e ídolos, de como o casting e os objetivos dos programas possam ser feitos – quer seja por influência de outros ou para lançar novos nomes por dinheiro ou aparência. Lembrar que todos os atores são pessoas, e às vezes comentários mais mesquinhos online podem ofender o ego e até levar ao limite as pessoas. Porque nunca sabemos o que o outro está a passar, especialmente quando são atores de menor idade que ainda não conseguem separar a vida profissional da privada.
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