Praga Caput Regni – Onde está o Wally?
Publicado a 20 Mar, 2022

Mais um dia, mais uma análise fresquinha. Hoje trago-vos mais uma pérola do mundo da Delicious Games, a mesma editora que nos trouxe o Underwater Cities, que também já tive oportunidade de experimentar – e escrever claro – aqui no Café Mais Geek. Praga é um jogo de tabuleiro único dentro do género que tenho visto e jogado até então. Embora o jogo seja um pouco complexo e intimidativo (diria), o turno de um jogador é relativamente fácil de explicar, pois apenas existem três pontos a realizar.

Sem mais demoras, vamos então ver do que se trata o Praga Caput Regni.

O jogo divide-se por turnos, sendo que o jogo termina quando cada um dos jogadores atingir o seu 16.º turno. Como disse, a execução de cada turno é relativamente simples:

  • Escolher uma tile de ação da engrenagem no tabuleiro principal;

Cada uma das ações é simples de explicar, na teoria. A primeira ação de cada jogador, no seu turno, é escolher uma tile de ação da engrenagem que se situa no canto superior direito do tabuleiro principal. A ação a escolher pode ser uma de seis e aqui é que está a parte difícil. Para quem tem problemas em decidir que tipo de jogada quer fazer, também chamada de “paralisia de análise”, este pode ser um processo moroso.

As seis possibilidades são:

  1. Gerir as minas (adicionando mais uma mina para produzir ou produzir o dinheiro que as minas têm no momento);
  2. Gerir as pedreiras (mesma situação que as minas, mas com pedra);
  3. Melhorar uma ação;
  4. Construir um muro (em torno do nosso tabuleiro principal);
  5. Construir um edifício no tabuleiro principal;
  6. Construir a estrada do Rei.

Existem imensas possibilidades para a estratégia de cada jogador, uma vez que que estes podem avançar ou melhor várias coisas. No final, tudo se combina, para verem quem conseguiu desenvolver ganhar mais pontos de vitória. Digo-vos já que o primeiro jogo que fiz deste jogo, todos os jogadores rondaram os 150 pontos, o que significa que tudo o que vocês fazem tem influência no final do jogo.

  • Fazer a ação escolhida e, possivelmente, uma segunda ação;

Depois de escolhida o tile, cada tile tem duas ações, sendo certo que apenas uma pode ser realizada. Ao selecionar um, o jogador ganha também o bónus associado ao tile que retirou da engrenagem. Esse bónus está indicado na parte interior da engrenagem.

O jogador tem ainda a possibilidade de, a qualquer momento, fazer outra ação se tiver recursos para isso. Para tal, basta que o jogador tenha uma janela de prata e uma de ouro. Digo-vos já que não é fácil ter estas janelas de ouro, mas dão jeito para fazer combos.

  • Terminar o turno, colocando o tile escolhida novamente na engrenagem.   

No final, resta apenas arrumar a trouxa. O jogador deve rodar a engrenagem e colocar o tile que acabou de utilizar no primeiro espaço vazio que aparecer na parte superior da engrenagem.

Veredito

Depois desta pequena introdução ao modo de jogo, tenho apenas a apontar que, de um modo geral, o jogo é apenas isto. No entanto, a simbologia do jogo, as ações e as mudanças de eras durante o jogo foram temas que não foram totalmente abordados e que são importantes. Uma vez que este artigo se trata, apenas, de um artigo de análise, não iremos abordar essas aprendizagens aqui.

Em face do exposto, o que mais pode ser dito relativamente a este jogo?

Ora, em termos de arte, fantástico. Aliás, o título deste artigo é baseado nisso mesmo. O tabuleiro principal tem um estilo muito parecido ao Wally, aquele pequeno boneco vermelho. O problema é que, por melhor que seja o estilo, pode trazer alguma confusão para a mesa. Confesso que no primeiro jogo que fiz, esqueci-me completamente da parte superior da cidade, o que me fez perder alguns pontos e alguns mercados. Seja como for, depois de duas ou três jogadas, fica muito mais fácil de decifrar o tabuleiro e o jogo flui muito melhor.

Depois, os componentes. O jogo traz imensa coisa, algumas boas, outras nem por isso. Os tabuleiros com cavidades para colocar os cubos deviam ser obrigatórios para todos os jogos que utilizem indicadores nos tabuleiros individuais. Por essa razão, estou muito contente com esta adição. Por outro lado, existe imensa simbologia no jogo o que significa que cada componente vai ter pouco espaço para demonstrar o que é. Sabemos que é uma cidade por causa da cor geral do hexágono, se não, estaríamos perdidos. Por fim, os modelos 3D são completamente opcionais, mas muito apreciados.

O livro de regras está muito bem estruturado, mas é pena o jogo não trazer um índex para ser mais fácil consultar a simbologia do jogo.

Em jeito de conclusão, gostaria apenas de acrescentar que, por aqui, o jogo ficou bem visto. Por cá, gostamos de desafios e de jogos com algum teor de complexidade. Embora Praga possa parecer confuso à primeira vista, é um jogo com imensas opções, seja em temos de rejogabilidade, seja no próprio jogo em si. Isto é, num jogo de 4, cada jogador pode escolher o seu caminho, independentemente da ação do parceiro. Esse caminho pode ser sempre dificultado, claro, mas nada que destrua completamente, o nosso jogo.

A arte e os componentes são também uma mais valia, tirando aqueles pequenos contras que, como referi, são facilmente ultrapassáveis depois de algumas sessões de jogo.

Esta análise foi possível com o apoio da Delicious Games!
Praga Caput Regni
Incrível
Criador:
Jogadores: 1-4 Duração: 00H45M (45-150 min min)
Lançamento: 2020
Temática:
Distribuição:
9
  • Positivo
  • Muito conteúdo para explorar, principalmente, em termos de estratégia;
  • Componentes de boa qualidade, incluído, os componentes 3D;
  • Arte muito interessante.
  • Negativo
  • Jogo um pouco confuso nos primeiros jogos;
  • Arte, embora interessante, um pouco confusa também.
Escrito por:
Joel Henriques
A crescer com o Pokémon desde os cinco anos, apresento-me como um amante incurável do mundo dos videojogos e jogos de tabuleiro. Tenho como objetivo principal, em cada artigo que publico, escrever de forma a transmitir uma opinião simples, mas completa, para que todo o tipo de jogadores sinta que seja como se estivesse, ele próprio, a jogar. Acima de tudo, divirtam-se!